🔸🔶Capítulo 31 - Frente a frente🔶🔸

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Boa noite, amores! Como alguns de vocês já sabem, os últimos capítulos do livro serão publicados ao longo dessa semana. A programação completa está no destaque "Meus livros II" no meu Instagram.
Obrigada por me acompanharem até aqui, aproveitem o capítulo.

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O céu azul se transforma em cinza agora
Meus olhos se transformam em nuvens de chuva
E eu estou cansado

It's raining, It's pouring — Anson Seabra

Perco a noção do tempo, mais uma vez.
Sei que é madrugada, eu e Mário estamos sentados na recepção, aguardando.
Mário falou com a polícia e Isabela denunciou a agressão, tendo esperança de que encontrem Beatrice. Mas já se passaram horas e não há nenhuma notícia. Ela não está no apartamento dela, e nenhum de nós tem ideia de onde possa estar.
Dylan segue em observação. O médico disse que ainda levará alguns dias, ou semanas, para que possamos ver uma melhora de fato e, na melhor das hipóteses, para que ele possa deixar o hospital.
Eu e Mário conversamos sobre o processo para conseguir provar que somos pais dele, em toda a burocracia que provavelmente teremos que enfrentar, mas estaremos prontos para isso quando o problema com Beatrice for resolvido.
Infelizmente, não temos ideia de quanto tempo isso vai levar.

Isabela também está em observação, mas o médico disse que ela deve ter alta em algumas poucas horas. Logo que saímos do quarto ela pediu por medicação, mas não tive coragem de ir até lá para ver se ela ainda está apagada.

— Você precisa dormir. E tomar um banho pra relaxar — Mário murmura, ao meu lado. Ainda estamos de mãos dadas, mas agora em cadeiras o mais confortáveis possível. Algum tempo atrás ele me convenceu a comer, e agora insiste que preciso descansar.

— Tenho medo de deixar Dylan — murmuro, com sinceridade.

— Eu posso ficar — Mário se prontifica.

— Não — discordo — Você também precisa descansar. Não é justo.

Mário respira fundo, sabendo que eu não vou ceder.

— Não vamos poder ver o Dylan, e sabemos que a UTI é bem protegida — Mário argumenta, mas, pelo tom de sua voz, sei que está tão hesitante quanto eu com a ideia de ir pra casa — Vamos para sua casa, descansamos um pouco e depois voltamos. Precisamos ter disposição, Luna. Ainda há muito com o que lidar.

São as últimas palavras de Mário que me convencem. Penso que farei mais por todos se estiver descansada, então apenas peço a ele para passarmos no quarto de Isabela antes de irmos.
Ela ainda está dormindo, o rosto agora calmo. Apenas engulo em seco, conformada por ela estar bem, mesmo que ainda sinta uma distância absurda entre nós duas, e sei que ainda há muito o que ser resolvido.
Mas essa não é minha prioridade agora.

Mário dirige calmamente, e apenas aprecio o tráfego calmo da madrugada, a vida na cidade se desenrolando da mesma forma de sempre enquanto meu mundo está de cabeça pra baixo. Enquanto sei que minha melhor amiga foi responsável por todas as maiores dores da minha vida.

Mário para o carro na entrada da casa. Andamos até a porta, mas ele pega a chave das minha mãos. Testa a porta uma vez, se certificando de que está trancada, que ninguém a abriu enquanto estávamos fora.

— Só por precaução — ele murmura.

Mário destranca a porta e ascende as luzes antes que entremos, e só então baixa a guarda. Ele fecha a porta atrás de si.

— Ela não vai aparecer assim — murmuro — Sabe que tem muito a perder — um calafrio percorre minha espinha. Não ter ideia de qual é o próximo passo dela (que terá que ser bastante calculado se ela quiser ganhar vantagem) é pior do que desconfiar que ela pode estar em qualquer lugar.

Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora