🔸️🔶️Capítulo 3 - O início🔶️🔸️

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No final, se eu cair ou se conseguir tudo
Eu só espero que isso valha à pena

Nervous - The Neighbourhood

São quase 12:00 horas quando abro meus olhos para o dia nublado

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São quase 12:00 horas quando abro meus olhos para o dia nublado. Privilégios de supostamente estar doente e não poder trabalhar.
Não consigo me demorar na cama, porque minha mente precisa se ocupar com algo. E porque eu sei que o dia hoje será diferente.
Meu corpo é tomado por uma energia diferente da convencional quando meus pés tocam o chão. Vou até o banheiro do meu quarto e, pela primeira vez em muito tempo, encho a banheira de água.
Um banho de chuveiro sempre me faz bem, mas hoje é diferente.
Entro na banheira, sentindo a água quente relaxar todos os meus músculos e as bolhas se agarrarem à minha pele com delicadeza. Fecho meus olhos, e afundo a cabeça na água.
Nos milésimos de segundo em que estou totalmente imersa na água relaxante, muitas coisas passam pela minha cabeça. O dia de ontem quase me matou, fez cair tantas lágrimas que me sinto árida por dentro.
Mas hoje é diferente.
Porque, pela primeira vez em mais de 2 anos, algo realmente mudou drasticamente.
Ergo minha cabeça novamente, respirando fundo, e só saio da banheira quando a água quente se torna fria demais para o dia nublado.
Visto uma calça moletom e um suéter azul marinho, sentindo o ar frio de início de inverno passar pelo quarto. Pela janela de vidro quase não entra raios de sol, mesmo sendo meio-dia, e os dias que vão se suceder não devem ser muito diferentes.
Não em questão do clima.

Desço as escadas sentindo o cheiro de diversos temperos misturados. Um aroma muito agradável, mas que não é capaz de aumentar meu apetite.

— Bom dia! — Isabela sorri para mim quando entro na cozinha. Faço o que posso para retribuir o sorriso, mas mais parece uma careta a forma que meu rosto toma. Ainda assim, Isabela não se deixa abalar. — A Nana está fazendo lasanha.

Finjo animação.

— O cheiro está ótimo. — murmuro, mas meu intusiasmo escorre falsidade.

Me sento, tomando a decisão de ficar o mais calada possível. Isabela não parece se importar com minhas tentativas frustradas de fingir, mas eu me importo. A energia diferente que sinto pulsar em mim não parece se aplicar à minha fala, mas não sei o que isso significa.

Isabela tenta puxar assunto algumas vezes, falando do dia frio e que o suéter destaca meus olhos, mas minhas respostas curtas a fazem parar depois de algum tempo.
Nana entra na cozinha, trazendo consigo uma grande travessa de vidro.

— Bom dia, menina. — ela diz ao colocar a travessa sobre a mesa, sorrindo para mim.

Dessa vez, não tento forçar um sorriso, porque sei que seria muito pior do que não o fazer.

— Bom dia, Nana. — digo, o tom de voz neutro devido à minha falta de entusiasmo.

Ela serve a mim e a Isabela, a lasanha e suco de laranja. O cheiro é maravilhoso, a aparência e o gosto também, e me sinto cada vez mais culpada conforme os minutos se passam, a massa esfria e eu consigo dar apenas duas pequenas garfadas. Não estou com fome.
Isabela me olha algumas vezes, mas não diz nada.
Me sinto aliviada quando meu telefone vibra ao meu lado e finalmente tenho uma desculpa para desviar da lasanha. Pego o aparelho em minha mão, mas sinto meu coração na garganta quando percebo que a mensagem é de um número desconhecido, mas que eu sei muito bem de quem se trata antes mesmo de ler o conteúdo.

Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora