No final, se eu cair ou se conseguir tudo
Eu só espero que isso valha à penaNervous - The Neighbourhood
São quase 12:00 horas quando abro meus olhos para o dia nublado. Privilégios de supostamente estar doente e não poder trabalhar.
Não consigo me demorar na cama, porque minha mente precisa se ocupar com algo. E porque eu sei que o dia hoje será diferente.
Meu corpo é tomado por uma energia diferente da convencional quando meus pés tocam o chão. Vou até o banheiro do meu quarto e, pela primeira vez em muito tempo, encho a banheira de água.
Um banho de chuveiro sempre me faz bem, mas hoje é diferente.
Entro na banheira, sentindo a água quente relaxar todos os meus músculos e as bolhas se agarrarem à minha pele com delicadeza. Fecho meus olhos, e afundo a cabeça na água.
Nos milésimos de segundo em que estou totalmente imersa na água relaxante, muitas coisas passam pela minha cabeça. O dia de ontem quase me matou, fez cair tantas lágrimas que me sinto árida por dentro.
Mas hoje é diferente.
Porque, pela primeira vez em mais de 2 anos, algo realmente mudou drasticamente.
Ergo minha cabeça novamente, respirando fundo, e só saio da banheira quando a água quente se torna fria demais para o dia nublado.
Visto uma calça moletom e um suéter azul marinho, sentindo o ar frio de início de inverno passar pelo quarto. Pela janela de vidro quase não entra raios de sol, mesmo sendo meio-dia, e os dias que vão se suceder não devem ser muito diferentes.
Não em questão do clima.Desço as escadas sentindo o cheiro de diversos temperos misturados. Um aroma muito agradável, mas que não é capaz de aumentar meu apetite.
— Bom dia! — Isabela sorri para mim quando entro na cozinha. Faço o que posso para retribuir o sorriso, mas mais parece uma careta a forma que meu rosto toma. Ainda assim, Isabela não se deixa abalar. — A Nana está fazendo lasanha.
Finjo animação.
— O cheiro está ótimo. — murmuro, mas meu intusiasmo escorre falsidade.
Me sento, tomando a decisão de ficar o mais calada possível. Isabela não parece se importar com minhas tentativas frustradas de fingir, mas eu me importo. A energia diferente que sinto pulsar em mim não parece se aplicar à minha fala, mas não sei o que isso significa.
Isabela tenta puxar assunto algumas vezes, falando do dia frio e que o suéter destaca meus olhos, mas minhas respostas curtas a fazem parar depois de algum tempo.
Nana entra na cozinha, trazendo consigo uma grande travessa de vidro.— Bom dia, menina. — ela diz ao colocar a travessa sobre a mesa, sorrindo para mim.
Dessa vez, não tento forçar um sorriso, porque sei que seria muito pior do que não o fazer.
— Bom dia, Nana. — digo, o tom de voz neutro devido à minha falta de entusiasmo.
Ela serve a mim e a Isabela, a lasanha e suco de laranja. O cheiro é maravilhoso, a aparência e o gosto também, e me sinto cada vez mais culpada conforme os minutos se passam, a massa esfria e eu consigo dar apenas duas pequenas garfadas. Não estou com fome.
Isabela me olha algumas vezes, mas não diz nada.
Me sinto aliviada quando meu telefone vibra ao meu lado e finalmente tenho uma desculpa para desviar da lasanha. Pego o aparelho em minha mão, mas sinto meu coração na garganta quando percebo que a mensagem é de um número desconhecido, mas que eu sei muito bem de quem se trata antes mesmo de ler o conteúdo.
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Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da Felicidade
Literatura FemininaLuna jurou vingança e, apesar dos olhos bondosos, ela é implacável quando está diante de seus cacos. Após uma descoberta que mudou tudo em que acreditava, essa mulher lutará para fazer com que os responsáveis pelo desastre de sua vida paguem pelos a...