🔸️🔶️Capítulo 8 - Plano B🔶️🔸️

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Ele vai tirar seu fôlego
Paralisá-lo em seus passos
Ele vai roubar o seu descanso
Roubar sua felicidade
Lance o seu medo no fogo
Porque o medo é um mentiroso

Fear Is A Liar - Zach Williams

Mário dirige com pressa, ultrapassando o limite de velocidade hora ou outra

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Mário dirige com pressa, ultrapassando o limite de velocidade hora ou outra. Os nós de seus dedos estão brancos enquanto ele tenta se manter fora de multas e, consequentemente, de atrasos.
Meu coração mal cabe no peito, sabendo que estamos agora a menos de 5 minutos de descobrir a identidade da mulher que foi subornada em troca de destruir minha vida. Mário disse que o dono do hotel não deu detalhes, apenas disse que encontraram a mulher, então teremos que esperar chegar ao nosso destino para sabermos mais sobre.
Os sentimentos que ultrapassaram Mário no momento em que ele atendeu o celular agora também fazem parte de mim: o nervosismo, por não saber ao certo o que esperar de agora para frente; a empolgação, por estar chegando a algum lugar; e, por fim, o medo, porque ele insiste em me assombrar. Medo pelo que vou descobrir, medo por não ter certeza dos motivos da pessoa que está por trás de tudo isso. Medo por não saber até onde ela ainda é capaz de chegar...
Só de pensar nisso, sinto vontade de vomitar.
Engulo o nó na garganta junto com o medo no exato momento em que Mário para o carro na estrada do hotel, arrancando coragem até de onde acreditei não ser capaz. Eu vou chegar ao final disso, e me deixar dominar pelo medo nunca foi uma opção.
Ainda assim, minhas pernas tremem quando saio do carro. Encaro a grande faixada do hotel, que tem um estilo moderno e inteiramente espelhado. O mesmo hotel em que estive anos atrás, onde perdi uma parte irrecuperável de mim mesma.
Sem dizer uma palavra, Mário se posta ao meu lado, e só percebo que está a centímetros de mim quando ele segura minha mão com a sua.
Abro o punho de forma automática, e ele entrelaça seus dedos nos meus. Um arrepio percorre minha espinha.
Fecho os olhos por um segundo, absorvendo a estranha sensação de segurança que esse simples toque me passa. Quando minhas pálpebras se abrem, encaro as íris de jade de Mário, e penso em tudo o que há por trás delas.
Mário sentiu na pele o mesmo que eu, e estar aqui também provoca nele o mesmo que em mim. Estamos quebrados por dentro, correndo atrás de pequenos fragmentos que possam, de alguma forma, amenizar a dor. Somos duas pessoas destruídas, mas nesse momento sinto como se fôssemos as duas pessoas mais fortes do mundo. Novamente engolimos nossos medos, juntos.
Nos viramos para frente e entramos no hotel, mas Mário não solta minha mão, e de alguma forma sinto que preciso disso para me manter de pé, então também não me esforço para que ele o faça.

Mário fala alguma coisa com o recepcionista, que faz uma ligação, mas não me atento a isso. Olho pelo salão de entrada, mas sem observar de fato as coisas. Minha mente classifica a decoração como irrelevante nesse momento, e a ansiedade não me deixa prestar atenção em nada.

— Precisamos ir para o último andar — a voz de Mário inunda meus ouvidos, muito perto enquanto ele me puxa até o elevador.

Dentro do elevador, tento respirar fundo, e só então percebo como a dificuldade para respirar ainda está presente e ao mesmo tempo o quanto já me acostumei a ela. Tusso, como sempre.
Quando as portas do elevador se abrem, minhas pernas vacilam mais uma vez, mas a mão de Mário ainda está na minha, e tiro sustento desse ponto de apoio.
Entramos em um corredor e caminhamos até uma porta fechada, mas Mário para antes de entrar.

Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora