Narrador(a):
O dia amanheceu com uma neblina cobrindo os céus, mas sem ameaça de chuva. O despertador tocou as seis da manhã e S/n fechou os olhos forte desejando apenas mais alguns segundos sonhando.
S/n sempre teve sonhos...diferentes. Seu último sonho que conseguiu se lembrar, ela estava deitada ao lado de alguém em uma cama grande. Ela se lembrou de alguns minutos detalhes, como os braços brancos pálidos que a envolviam esquentarem sua pele, algumas decorações esverdeadas e prateadas, mas nada além disso.
Ela então se sentou ainda na cama tentando lembrar de algo de seu sonho, mas nada veio em sua mente. Respirou fundo e colocou os pés no chão, o piso gelado fez ela puxar as pernas por impulso, mas logo foi ao banheiro.
Enquanto escovava os dentes viu que seu rosto ainda estava sonolento e revirou os olhos por preguiça de se arrumar, mas principalmente medo de como seria estudar pela primeira vez fora do Brasil.
Ela colocou algumas mechas do cabelo para trás da orelha e respirou fundo antes de se ajeitar. Tomou um banho quente para acordar, arrumou o cabelo o deixando solto e fez uma maquiagem leve, de forma que não chamasse muito atenção.
Diferente de seu país, nos Estados Unidos as escas públicas tem fama de serem melhores que as particulares e por serem públicas, não tinham um uniforme próprio.
Ela então colocou uma calça jeans colada em suas coxas grossas, uma blusa preta com poucos detalhes, um tênis preto da Nike e um casaco para se aquecer quando estivesse fora das salas aquecidas.
S/n desceu as escadas já apressada para não se atrasar no primeiro dia de aula e tomou apenas um copo de leite antes de entrar no carro com a mochila caindo do braço e celular na mão.
Bom, eu até gostaria de contar o resto desse dia, mas acho que não há ninguém melhor que S/n para dizer como se sentia.
S/n:
Chegando uma quadra antes da escola desci do carro pelo fato de meu pai ter um compromisso importante ali. Caminhei enquanto observava os alunos, vi diversas pessoas se juntando e outras evitando a multidão.
Cheguei na frente do prédio da escola e vi quão grande era. Não era imenso, mas era maior do que eu imaginava. Respirei fundo e entrei tentando me encaixar, agi como se já soubesse como aquilo tudo funcionava, mas acho que falhei por todos me notarem.
Jack- S/n, não é? Sou o repórter da escola, seja bem vinda.- disse um garoto ficando ao meu lado e me acompanhando enquanto eu andava.
S/n- Desculpa, mas por que várias pessoas estão me encarando?- perguntei percebendo os diversos olhares sob mim.
Jack- Acho que uma aluna transferida já é grande novidade em Deadwood, mas sendo brasileira, isso aumenta os boatos.- sorri confusa tentando entender o que ele quis dizer com aquilo.- Então, como quer que eu escreva sobre você? Será a primeira página.
S/n- Não, você tá brincando né?- vi ele continuar com a mesma express facial de antes e parei de andar vendo que era sério.- Não, por favor só não...- tentei formular alguma frase que fizesse sentido, mas ele entendeu mesmo que tenha saído toda quebrada.
Me separei do garoto, ela era ruivo e sua pele pálida, o que percebi ser comum entre as pessoas de Deadwood.
Me perdi, não sabia onde era minha primeira aula e decidi procurar algum professor antes de perguntar a algum aluno, estava perdida em um corredor largo e longo onde a maioria dos adolescentes estavam.
Comecei a olhar para os lados enquanto andava, vendo se alguma das salas dizia de que matéria era, mas só estava me confundindo ainda mais até que senti um impacto.