Narrador(a):
Então, muita coisa para processar, não? Bom, resumindo nossa história até aqui de uma forma rápida aconteceu o seguinte:
S/n e Draco ficaram juntos, Draco se lembra de tudo, mas percebe que ela não então resolve guarda pra si todas as suas memórias e só se preocupa em aproveitar o bônus de tempo que o universo deu a eles.
S/n acaba por beijar Cedric, como um toque de mágica (perdão pela referência, escrever para trouxas às vezes me diverte demais), ela se lembra de tudo, desde o momento em que conheceu o enorme castelo, ao último suspiro ao lado de Malfoy.
Mas e quanto a Cedric? Afinal, ele a beijou, no beijo em que deu a ela q memória de volta. Teria ele também se lembrado? Ou aconteceria de forma semelhante à Draco, onde ele foi abençoado e amaldiçoado com o poder da memória?
Bom, não vai demorar muito para descobrirmos. Aproveitem por enquanto, porque quando meu nome for citado, tenha certeza que algo não muito bom está por vir.
S/n:
Sabe quando você come um doce, um doce que não come há muito tempo? Quando da a primeira mordida e todo aquele sabor transborda dentro da sua boca? E aquele memória do sabor, que já era falha, volta?
Foi mais ou menos assim. O beijo era uma fonte, talvez a fonte de minhas memórias, mas isso não significava que era algo bom.
Talvez não fosse um doce, mas uma comida que já faz tempo que você não come. E, quando você sente o primeiro sabor na boca, vem uma espécie de descontentamento.
Na verdade, era a mistura desse doce e dessa comida. Era uma explosão de emoções, que eu não fazia ideia que podia ter.
Cedric se inclinou ainda mais pra mim e eu separei o beijo, sentindo aquela explosão de memórias em minha mente. Senti que ia desmaiar ou pelo menos ficar perplexa por alguns minutos sem dizer nem uma única palavra.
Cedric- Tá tudo bem?- perguntou com o olhar preocupado. Isso só encheu minha cabeça com dúvidas e mais dúvidas.
S/n- Tá, tá sim eu acho.- falei olhando para a toalha ainda úmida em minha mão.- Você... você também sentiu?- perguntei tentando ser direta. Ele parecia normal, era como se não tivesse tido a mesma confusão na mente como eu.
Cedric- Senti o que?- questionou um pouco confuso e com o olhar desnorteado. Pensei em alguma coisa que se ele também se lembrasse, saberia na hora o que era.
S/n- Lufa-Lufa?- ele fez uma feição confusa e afastou um pouco o rosto do meu, fazendo com que eu não sentisse mais seu hálito quente no meu rosto.- Merlin?- falei sem pensar e na hora que disse, me lembrei de Draco.
Ele sabia! Ele sabia, mas sempre soube? Naquele dia, no lago. Ele disse "Merlin", assim como hoje mais cedo. Então era por isso que ele não me queria perto de Cedric, porque era Cedric Diggory, o meu Cedric Diggory.
Quando pensei em Cedric, me lembrei de tudo, de seu sorriso à sua morte. Céus, como podia? Ele estar ali na minha frente, era real.
Eu levei minhas mãos ao rosto dele, deixando que meus dedos deslizassem por seu maxilar, sentindo ele ali comigo. A ponta dos meus dedos escorregaram por suas bochechas, seus lábios ainda vivos. Eu era capaz de fazer de tudo para sentir aqueles lábios novamente.
Uma lágrima quente saltou do meu olho, sem que eu percebesse já estava chorando. Olhei nos olhos castanhos dele, ah aqueles olhos. Eu sorri fraco, era a felicidade junta da tristeza.
Aproximei meu rosto do dele e, dessa vez, fui eu quem juntei nossos lábios. Deixei que minha alma se alimentasse, ela precisava disso.
Eu o beijei desesperadamente e nunca me arrependi disso.