S/n:
Acordei com um feixe de luz no meu rosto, dessa vez de verdade, e olhei para o lado quase instantaneamente. Ele estava ali.
Um suspiro de alívio.
Seus braços envolviam minha cintura por fora da manta que nos aquecia. Sua pele estava pálida como a lua, seus cabelos castanhos como avelã caindo sobre sua testa de forma perfeitamente bahgunçada.
Olhei bem seu rosto, o contorno de suas bochechas, o rosado de seus lábios finos, sua pele saudável.
Por inúmeras noites sonhei com ele, pensei como seria se estivéssemos juntos, ele não estivesse vivo apenas em minhas memórias.
Nunca deixei aquela imagem cadavérica tomar a silhueta dele em meus pensamentos. Sempre que me lembrava dele, todos os dias, era aquele garoto, os olhos cor de chocolate derretido, pele exalando vida.
"Eu sonhei tanto com isso" meus dedos tocaram a lateral do seu rosto "com você".
Ele despertou como um anjo depois de adormecer em uma nuvem. Se mexeu um poucou, os lençóis fafalharam e meu olhar continuava preso nele, sentindo cada sensaçao de vê-lo acordar, vê-lo vivo.
Cedric- Tá acordada há muito tempo?- sua voz rouca, mas acolhedora me aqueceu e ele me deu um olhor gentil, sorria com os olhos.
S/n- Não- uma curva se formou em meus lábios- não estou.- a pouca distância que separava nossos rostos parecia inexistente, disprezível.
Ele sorriu, dessa vez com a boca, e suspirou colando sua testa na minha com nossas cabeças apoiadas no mesmo travsseiro.
Cedric- Sonhei com você.- meus olhos brilharam.
"Ainda estou sonhando com você, como fazia todas as noites" queria dizer, minha alma implorava para que eu dissesse. Mas não disse.
Cedric- Acho melhor nos levantarmos.- fechei os olhos dizendo que não em um gemido de sono e ele riu, ah aquele riso.- Vai culpar quem quando questionarem seu atraso? Seu sono? Eu?
S/n- Ah Cedric- afundei o corpo no colchão macio.- vamos culpar o vento frio, as estrelas que desapareceram na noite passada, ou o sol por não ser insistente para nos fazer levantar.
Cedric- Está cansada?- assenti com a cabeça e, em um movimento grosseiro, ele ficou em cima de mim e seus lábios roubaram um beijo de mim. Ia inclinar a cabeça para desfrutar mais o beijo, mas ele separou nossas bocas e olhei com desejo no olhar para ele, ele me tentava muito.- Achei que estava cansada.
Ele então se afastou de mim e sentou na beira da cama jogando a cabeça para trás e se esticando para um rápido aquecimento.
S/n- Isso é um crime sabia?- suspirei procurando coragem para me levantar.
Cedric- Deixe-me pensar, não fazer café da manhã pra você é um crime muito sério?- ele ficou de pé e me encarou enquanto eu arregalava os olhos e fazia que sim com a cabeça segurando um riso.- Você é uma princesa muito mimada, sabia?
S/n- E você um servo muito reclamão.- ri e ele foi até a porta do banheiro em seu quarto, mas parou antes de entrar e se virou para mim.
Me olhou um pouco e ficamos nos encarando por alguns segundos, achei que ele fosse falar algo, mas no fim sorriu e balançou a cabeça em um movimento solto enquanto entrava no banheiro quase todo feito de de mármore.
Suspirei e, em um impulso, me sentei de pernas cruzadas. Olhei os tecidos cobrindo minhas coxas e metade da cama, parecia a cama de uma realeza lufana.
Estiquei as pernas e elas tremeram um pouco, costumavam fazer isso quando estava frio, mas eu aquecida.
Ainda tentando encontrar forças para me levantar, olhei para a janela. Vi algumas gotas da chuva que caira na noite e madrugada anterior.