Cerca de quatro dias havia se passado e Draco e eu estávamos avançando aos poucos. Mesmo que lentamente, aquecia meu coração. A presença de Amélia já não me incomodava tanto quanto antes, mas ainda tinha algo de suspeito nela que me fazia passar a noite em claro pensando.
Eu dormia no apartamento de Draco, me confortava mais que qualquer hotel de luxo, ainda que pequeno. Ele dormia no sofá e eu na cama, mas passávamos a noite conversando e, quando me dava conta, já estava dormindo.
Ontem insisti para que dormisse ao meu lado. Ele veio até a cama, se sentou quase deitado, jogou papo fora comigo sobre qualquer fofoca que fosse. Só me lembro de escutá-lo falando mais algumas palavras antes de dormir em sono profundo, marcado pelo meu cansaço.
Me remexi um pouco na cama, sentindo o lençol de seda tocando minha pele com um calor delicado e gostoso. Abri os olhos, piscando várias vezes para acostumar com a pouca claridade que passava da janela para o interior do apartamento.
Respirei fundo e então me sentei na cama, me apoiando nos cotovelos. Olhei em volta e estava tudo em silêncio absoluto. Voltei meu olhar para o lado e Draco já não estava mais lá, mas sim no sofá. Um sorrisinho fraco se formou na curva de meus lábios.
Espreguicei os braços e me pus de pé, senti o chão ligeiramente gelado tocar a pele grossa de meus pés, mas dava para aguentar. Dei alguns passos até a pia da cozinha, apenas a camisa de Draco cobria meu corpo, chegava ate o início da coxa, mas era o suficiente.
Me inclinei para cima, esticando o braço e abrindo o armário para pegar duas canecas. Fiquei na ponta de pé para que eu alcançasse, mas consegui. Levei as canecas até o balcão da cozinha, conseguia ver Draco deitado no sofá de lá por nenhuma parede separar a sala da cozinha.
Abri a geladeira, peguei o leite gelado e coloquei do lado dos recipientes. Abri a caixa e comecei a derramar o líquido branco dentro das canecas. O barulho foi uma pouco mais alto do que eu esperava e quando me dei conta Draco já estava gemendo baixo de sono e ficando sentado no sofá.
S/n- Desculpe, não queria te acordar.- Falei fechando o leite depois de encher as canecas e abrindo a porta da geladeira para guardar. Ele não respondeu, apenas olhou em volta ainda um pouco adormecido. Dei as costas a ele e fui pegar o achocolatado.
Quando voltei para perto do balcão com uma colher e o pote de chocolate em pó, ele pegou um impulso e se levantou do sofá. Ele vestia uma camisa preta, que estava toda amassada em seu corpo por sinal, e uma calça de moletom cinza que deixava suas entradas do quadril à mostra. Encarei seu perfil um pouco, os cabelos assanhados, e desviei o olhar para o balcão novamente para não deixar muito óbvio.
Ele riu fraco, mas consegui escutar sua voz rouca forçando um riso baixo. Me concentrei em abrir o pote e colocar o pó do chocolate nas canecas e ele veio até mim, passando pelo balcão e ficando logo atrás de mim.
Draco- Dormiu bem?- Senti seu hálito quente se dispersando na minha nuca e sua voz rouca próxima ao meu ouvido. Seu quadril encostou em minha bunda e uma de suas mãos puxou meu cabelo, afastando para o lado.
S/n- Hm- Foi p máximo que consegui falar sem soltar um gemido quanto senti seus lábios beijando minha nuca. Ele sorriu contra meu pescoço sem separar o beijo de minha pele e se empurrou mais para frente, fazendo seu tronco roçar contra minhas costas e seu quadril contra o meu.
Draco- É melhor prestar mais atenção.- Sussurrou contra minha pele.- Ou vai acabar derramando o chocolate.- Ele então beijou minha nuca novamente e sugou minha pele, deixando uma marca avermelhada e tombei a cabeça para trás mordendo o lábios inferior para não deixar escapar um gemido.