Narrador(a):
Draco Malfoy. Particularmente se eu pudesse voltar no tempo daria um abraço nele. As realidades mudaram, mas Draco quase nada. O garoto filho único e por isso toda a pressão de ser semelhante aos pais cai sobre ele, seus ombros pesavam com tanto peso neles.
Não tinha muitos amigos, se eu fosse nomear as pessoas com quem anda as vezes, "seguidores" ou "sangue-sugas" seriam os nomes mais adequados. Draco estava ciente de que as pessoas que o rodeavam não estavam lá por ele, apenas por ele ser Malfoy.
Na infância, Draco achava que os presentes que dava aos amigos era apenas algo a mais, uma simples forma de entreter a todos, mas os anos foram se passando e aquilo se tornava um ciclo vicioso. Ele se viu em uma situação que as pessoas apenas olhavam para ele esperando algo em troca, fosse dinheiro, sexo ou apenas uma tentativa de entrar em sua família e ganhar parte da grande herança que ganharia com a morte de seus pais.
Mas afinal, se ele sabia dos rostos por trás das máscaras, das intenções e continuava com as pessoas que se diziam seus amigos, mas apenas tiravam o pouco de energia que ainda tinha? Bom, ele talvez conseguisse lidar com essas pessoas mesmo que isso o deixasse cada vez mais destruído internamente, mas ele sabia que a solidão o sufocaria aos poucos enquanto via sua vida sendo traçada pelos outros e ele apenas acenando a cabeça.
Mas, aos 16 anos, ele não precisaria mais suportar essas pessoas, ele não teria mais que pôr uma máscara e sair todos os dias com ela, não teria que fazer cegamente o que os pais diziam.
S/n:
O fim de semana se aproximava e ainda não tinha certeza do que Draco queria comigo para me chamar para algum lugar. Na minha mente era apenas um encontro de amigos, se é que éramos amigos, mas algo dentro de mim me dizia para me arrumar direito.
Balancei a cabeça espantando os pensamentos por um momento e fui para a escola, a caminhada até lá não era longa, mas confesso que tenho certo medo em andar sozinha nas ruas, principalmente quando estão vazias como as do caminho para a escola costumavam ser, principalmente de noite.
Estava distraída e olhando o chão quando senti alguém me abraçar por trás e meu coração pareceu sair pela boca. Me virei para ver quem era e quando vi o rosto pálido, cabelos morenos e maxilar marcado meu coração se acalmou.
S/n- Que diabos, quase infartei.- falei levando uma mão ao peito e um sorriso surgiu no rosto dele.
Cedric- Não ande tão distraída assim, seria a oportunidade perfeita para um ladrão ou pior.- disse ainda com um sorriso no rosto mas seu olhar demonstrava certa preocupação.
S/n- Não acho que um ladrão chegaria me abraçando por trás, mas temos que continuar andando, se eu me atrasar vai ser culpa sua.- disse enquanto me virava para a direção da escola novamente e apressei o passo.
Cedrico- Espere por mim, pequena.- quando ele me chamou assim algo dentrou de mim se mexeu. Senti meu pulsando e engoli seco quando meu peito parecia doer, não era uma dor insuportável, mas doía como se meu corpo estivesse esperando ser chamado assim há muito tempo.
Parei de andar sentindo meus sentidos apurarem e respirei fundo enquanto fechava os olhos para controlar a mim mesma. Cedric parou ao meu lado e colocou sua mão em meu ombro para se certificar de que eu estava bem.
Quando finalmente minha mente relaxou e meu corpo voltou a funcionar normalmente abri os olhos e eles se encontraram com os de Cedric, os quais estavam fixos em mim.
S/n- Estou bem, apenas uma tontura normal. Vamos, não quero levar falta na primeira aula.- falei dando um sorriso fraco para sinalizar que estava tudo bem, ele retribuiu um riso bem fraco e caminhamos até a porta, onde nos separamos cada um para sua sala.