Narrador(a):
Sinto em informar você, caro leitor, mas em um futuro não muito distante seu coração passará a sentir algo. Talvez mágoa, ódio, angústia ou algum sentimento que ainda não tem nome. Mas, a boa notícia em tudo isso é o simples fato de eu lhe dar um... como é que os trouxas dizem mesmo? Spoiler, sim, sim, vou dar um Spoiler, mas apenas para eu me divertir diante das possíveis paranoias que você terá.
Mas, pra isso, temos que avançar um pouco nessa história tão irreal, que passa a ser a mais real das histórias.
S/n:
Alguns raios de sol invadiram o meu quarto, passavam pelo vidro embasado da janela como se nada fosse capaz de contê-los.
Acordei apertando os olhos, odiando o sol por ter me acordado, mas feliz por finalmente um pouco de iluminação natural ter aparecido naquela cidade.
Não era um dia ensolarado como seria em um verão no Nordeste do Brasil, mas o menor raio de sol já era motivo de festança ali. Mesmo com o resquício da chuva, um mísero feixe de luz se destacava.
Me mexi um pouco, desejando dormir mais e mais, mas quando o barulho da porta lá debaixo se abrindo e as vozes dos meus pais chegou aos meus ouvidos, abri melhor os olhos.
Olhei pro lado e lá estava ele, o louro dos olhos mais bonitos que já havia visto. Sua pele pálida, seus lábios levemente rosados. Começou a apertar os olhos por ter sido atingido pelos raios de sol.
Fiquei cerca de dois segundos admirando, mas se não fosse pelo susto poderia ter passado o dia ali. Quando me dei conta de que meus pais só haviam voltado agora e que tinha um garoto na minha cama, pra piorar um que eles nunca tinham visto, meu coração errou as batidas.
S/n- Puta merda, Draco se levanta! Draco, Draco! Vai logo caralho!- sussurrei o mais baixo possível com agressividade enquanto empurrava ele. Ele apenas abriu a boca em forma de bocejo e esticou os braços se espreguiçando.- Draco, meus pais! Meus pais!- dessa vez ele abriu um pouco melhor os olhos e eu acabei por empurra-lo forte demais, caiu da cama.
Draco- Porra S/n!- disse batendo a cabeça no chão do lado da cama enquanto eu me levantava e ia direto pro meu armário pegar uma roupa minha, estava usando apenas a blusa de Draco do dia anterior e ele só de boxer.
Juliana- Meu amor! Já está acordada?- gritou ainda lá embaixo, parecia estar jogando a bolsa no sofá pelo cansaço de ter passado a noite fora. Draco se sentou no chão com uma imensa velocidade, seus olhos estavam mais arregalados do que achei que seria possível.
Draco- Sua mãe?- perguntou se levantando do chão, quase escorregando e caindo novamente, seus cabelos bagunçado apenas tornavam sua imagem mais pertubada.
S/n- E meu pai! Se quere ver de novo alguma vez na vida é melhor sair daqui!- ele correu atrás de sua calça tentando fazer o mínimo de barulho possível.
Draco- Por que não me acordou logo? Acho que conhecer seus pais sem roupa na sua cama não vai dar uma boa impressão!- sussurou quase sem voz enquanto passava as pernas por dentro da calça.
S/n- Eu tentei, mas você não acordava!- já estava tirando a blusa dele e colocando uma saia juntamente a uma blusa com sutiã, mas não deu tempo de pôr a calcinha, estávamos apressados demais e os detalhes não importavam naquela situação.
Draco- E então resolveu me derrubar da cama? Eu podia estar morto!- começou a fazer seus dramas ainda colocando a calça e acabou por escorregar enquanto colocava a outra perna na calça, fazendo barulho.
Juliana- Meu amor? Está tudo bem?- gritou lá debaixo novamente e eu dei um olhar mortal para Draco, se pudesse esganaria ele ali mesmo. Ele por sua vez apenas me olhou com os olhos bem abertos, mantendo a boca fechada porque sabia que se viesse com mais drama eu bateria nele.
