Capítulo 17

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Apolo 🐊

Eu não tenho rolo fixo com nenhuma cria da favela. Só fumo meu verdinho e relaxo em paz.

Sento na laje fumando o meu e pensando na vida. Escuto passos e olho pra trás vendo a Duda chegando. Olho pra ela e começo a rir negando.

Apolo : Qual foi, maluca? Ta fazendo o quê aqui? Teu pai ver tu comigo, vai ficar de ideia. - Ela sentou pegando o verdinho da minha mão.

Duda : Relaxa, eu sei me cuidar. - Ela deu um trago e me devolveu.

Apolo : É complicado quando teus coroas são os donos do complexo e da maré, aí fode! - Ela riu.

Duda : Qual é? Relaxa, mané! Curto tua presença, maneirinho. - Eu ri chegando perto dela.

Apolo : Tu curte mermo? - Ela assentiu e eu comecei a beijar ela.

Passei minha mão segurando o cabelo fraco enquanto ela acariciava meu rosto.

Escuto uma voz atrás da gente fingindo tosse.

Moana : Crianças? - Me separei dela olhando pra Moana que tava parada com os braços cruzados.

Duda : Qual foi, mãe? Poxa, estragou o bagulho que tava gostosinho! - Moana riu sentando do lado dela.

Moana : Aí, providenciei aquelas paradas lá pra tu! - Duda riu de felicidade abraçando ela. - Teu pai tá aí, disse que queria te ver.

Duda se levantou, me deu um selinho e um beijo na testa da mãe dela.

Moana me olhou desconfiada e eu soltei um sorrisinho de canto com vergonha.

Moana : Ta com vergonha, cria? Qual foi? - Gastou e eu neguei jogando o verdinho fora.

Apolo : Vagabundo com vergonha? Conta outra! - Me levantei atravessando o fuzil pelas costas.

Moana : Vai trampar? - Assentiu. - É isso aí, meu cria! - Dei um beijo na testa dela e sai.

Aí, a favela não vence sozinha!

Fui passando pelos becos com a camisa no ombro e o radinho.

Essa vida não é fácil, falar pa tu!

Caminhos Cruzados. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora