Capítulo 21

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Dai 🌞

Dia de baile são os melhores!

Daiane Villa, 20 anos. Loirinha do complexo. Mas aí, apesar de tudo, família é a minha base.

Cresci por aqui, vendo toda essa violência, no meio de drogas, prostituição, pobreza estrema.

Já vi meu pai apanhar de policial, já vi minha mãe apanhar deles também.

Já vi pessoas inocentes morrerem por eles ou os traficantes do complexo.

A vida não é fácil, terminei só ensino médio e não tive coragem pra fazer faculdade.

Ta maluco? Sair da favela? Deus me livre!

Em vinte anos, eu aprendi muita coisa. Meu pai me ensinou tudo.

Levo pra vida isso!

Tenho a Duda e a Beatriz como melhores amigas. Crescemos juntas e acho que isso fortaleceu nossa união.

Escuto meu pai me chamar e vou indo até ele.

Pellegrini : Qual foi? Ta surda? Tô te chamando tem mó tempão, porra! - Revirei os olhos.

Daiane : Ah pai, sem escândalo! Da o papo! - Me joguei no sofá.

Pellegrini : Desce na boca e avisa pro Tico colar aqui, urgente! - Falou firme e eu assenti.

Calcei minha chinela e fui descendo até a boca. Puxei um pirulito do bolso e o Guerra para na minha frente com aquela moto barulhenta do caralho.

Pra quem não conhece, o Guerra é o filho do Tico e da tia Bia, irmão da Beatriz.

Ele tem crush em mim tem mó cota, mas eu não dou muita ideia.

Dai : Qual é, Guerra? - Parei olhando pra cara dele.

Guerra : E o nosso esquema, sai quando? - Ri. - Tô rindo não, pô! - Cruzou os braços ainda na moto.

Dai : Nunca, né! Da licença que eu tenho recado pa dar. - Passei por ele e fui andando.

Escuto a moto atrás de mim.

Guerra : Porra, loirinha. Não complica. Vamo dar um rolê, dar uns amassos e essas paradas toda aí. - Neguei.

Dai : Eu tenho que fazer outras paradas, moreno. Tenta outra vez. - Mandei beijo e sai.

Eu sempre inventava alguma desculpa ou só dizia que não queria.

Caminhos Cruzados. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora