Capítulo 23

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Beatriz 🦄

Sempre fui cria da favela! Nunca sai daqui pra nada. Assim como as outras, optei por não fazer faculdade. Mas não por medo, e sim por quê me acho burra o suficiente pra saber que eu não iria passar.

Irmã mais nova do Renan e filha do Tico e da Bia. Meus pais são uns amores! Falar pa tu.

Nunca me deixaram faltar nada, e mesmo meu pai levando essa vida turbulenta que ele tem, sempre me ensinou o que é certo e errado. Só o Renan que escolheu o errado.

Não sou marmita de bandido, só gosto de curtir a vida. Não sou fiel de ninguém e nem tenho rolo fixo com nenhum moleque daqui. Ta maluco? Meu irmão me conta tudo.

Deus me livre! Bandido não respeita as mulheres, eles não são fiéis e quando se drogam, batem e até matam. Eles traem muito, ficam com quem quiser e elas tem que aceitar quietas pra não apanhar ou morrer.

Eu querer uma vida dessas pra mim? Tô pulando fora. Mas aí, todos eles exceto meu pai, mané.

Sim, meu pai já traiu sim a minha mãe. Já brigaram muito por isso, mas acredito que ele já parou.

Saio dos meus pensamentos quando vejo que estou na entrada da Maré.

Apolo libera minha passagem e eu entro.

Apolo : Bem-vinda, gatinha. - Brincou e eu ri.

É caladão, mas eu já troquei idéia com ele. Tem mó papo bom. Vê a vida de uma maneira ampla e é a coisa mais rara tu ver ele rindo. O cria tem marra! Não acho ele esquisito como a maioria acha.

Ele é legal, por sinal.

Eu curto pra caralho a Maré. O céu de lá é mais bonito, tem mais cor e trás uma certa paz.

Conheço a maioria das pessoas e amo o jeito que eu sou recebida e tratada por aqui.

Subi em uma certa parte de lá e marolei legal. Coloquei uma música do L7 pra tocar e meus pensamentos voam longe.

Mó neurose Isso aí, papo reto!

Caminhos Cruzados. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora