Doze horas.
Eles estavam a doze horas sem nada e ela estava impaciente, pois se os garotos não houvessem inventado de aproveitar a última noite em búzios, ela provavelmente estaria no quarto com ele naquela hora. Gabi riu de algo que Patrick havia dito sem nem ao menos prestar atenção ao que o amigo dizia enquanto enxia seu copo com o conteúdo duvidoso de uma garrafa que estava na mesa.
O resto de seu dia havia sido resumido a passar tempo com o pai, a namorada dele e Patrick. Quando Ramon e Francisca quiseram passar um tempo apenas deles, ela e Patrick haviam ido para o quarto assistir a uma partida de basquete masculino enquanto resgatavam a amizade. Vicente havia passado o dia inteiro com a mãe e os amigos no centro da cidade e em alguma praia longe dali. E Gabi se sentia uma idiota em admitir isso, mas ela estava sentindo falta daquele playboy irritante por perto, sentindo falta de ficar juntinho a ele, afinal eles não teriam muito tempo juntos após saírem dali.
Vicente havia se juntado a eles por volta das dez horas depois de ter ido jantar com a mãe, e desde então ele se encontrava a uma boa distância dela apenas trocando olhares com ela enquanto algumas garotas tentavam chamar sua atenção.
- Ela é bem gatinha, né? – disse ele chamando sua atenção – Você acha que eu devo ir falar com ela?
- Vai, lá! Não se preocupe comigo.
Disse ela dispensando ao amigo, pois se ele fosse ela poderia aproveitar para dar uma fugidinha com Vicente.
- Não quero te deixar sozinha.
- Eu não estou sozinha! O pessoal do time está todo aqui. Tem o Bial...
- O Bial está com aquela garota russa que parece ter mais de vinte anos.
- O Santos.
- Ele está trocando ideia com a morena faz uma hora.
- Vicente?
- Está tão desesperada para se livrar de mim assim, Gabriela?
Brincou ele.
- Só não quero estragar sua noite.
- Você não estraga – disse ele se aproximando dela – até prefiro ficar aqui com você – Gabi sentiu as mãos dele em sua cintura e seus olhos rapidamente pararam em Vicente que assistia a cena com a cara fechada – Você é bem mais legal que qualquer uma aqui.
- Como você sabe se ainda nem falou com ela? - disse ela dando um passo para trás e o empurrou – Vai lá, bobo! Vai que é o amor da sua vida e você está aqui perdendo o seu tempo aqui comigo.
- Uma coisa que eu tenho certeza é que ela não é o amor da minha vida, pois eu já sei quem é o amor da minha vida!
Disse ele com toda certeza antes de se afastar dela. Gabi o observou se aproximar da garota por alguns minutos e então seus olhos procuraram por Vicente que havia desaparecido naquele tempo. Um arrepio tomou seu corpo quando ela sentiu o cheiro daquele perfume familiar em volta dela.
- Você está linda! Maravilhosa!
Vicente sussurrou em seu ouvido roçando seus lábios nele. Gabi se voltou para ele o vendo pegar uma garrafa que estava na mesa bem próxima ao seu corpo e ele sorriu travesso para ela.
- Obrigada! Você até que não está mal!
- Valeu, mas uma delas disse que eu estou muito gostoso. Acho que vou aceitar o elogio dela.
Brincou ele.
-Então volta pra lá! Aposto que ela tem muito mais para te dizer.
Disse ela se voltando para a mesa novamente o ouvindo encher seu copo.
- É uma pena que a única coisa que eu pense é em como eu queria estar beijando a minha namorada agora. – Gabi voltou seu rosto para ele – É uma pena que a única coisa que eu mais desejo é em estar com ela, na cama dela ouvindo-a suspirar e gemer meu nome enquanto eu me perco nela. – ele disse rouco com o olhar preso no dela e Gabi se sentiu arrepiar ainda mais – Porém é uma pena que ela não está aqui, pois se estivesse eu não estaria perdendo o meu tempo tentando inventar mil e um motivos para aquelas garotas me deixarem em paz. Eu estaria aqui beijando ela agora, e você não tem ideia de como os beijos dela são gostosos e como os lábios dela são incríveis. Você precisa ver o lábio inferior dela, ele é mais cheio no centro e da uma impressão de que ela está sempre o mordendo, o que é uma perfeita tentação para mim. Tentação? - ele riu abafado - Ela toda é uma tentação. Nunca vi garota mais perfeita, mais marrenta e mais gostosa do que ela é.
- Para!
Disse ela com seus olhos colados aos lábios dele enquanto ela lutava contra a vontade de agarra-lo ali.
- Parar por quê?
- Porque você não sabe a vontade que eu estou de te beijar e você falando assim não esta me ajudando em nada.
- Por que passar vontade se você pode fazer isso agora? Minha boca está bem aqui a centímetros da sua, não está? Não há nenhuma barreira entre nós que te impeça de fazer o que quer. E estou super interessado se você estiver interessada nisso. Ah, é... Você não é minha namorada! Bom, não oficialmente oficialmente, não é?
- Idiota!
- Sim, eu sou. Um idiota que vai estar em sua cama hoje.
Disse ele com um sorriso sujo.
- É bom que esteja mesmo!
Vicente riu.
- Então, já que queremos a mesma coisa é bom que você não beba muito e guarde suas energias, pois vai precisar de muita para mais tarde.
Gabi riu e balançou a cabeça negativamente o vendo rir. Vicente se afastou dela e olhou em volta em busca de algo e então bruscamente veio em sua direção e depositou um selinho em seus lábios e se afastou rapidamente.
-Não é o que eu realmente queria, mas pode ser isso no momento.
Disse ele com seu sorriso travesso antes de se afastar dela.
Patrick a fez se ajuntar a ele e a garota que se chamava Mônica. Eles tentaram a colocar na conversa que era interrompida um pouquinho aqui e ali por uns beijinhos entre os dois, a fazendo se sentir completamente desconfortável por estar segurando vela. Então o garoto da outra noite apareceu, e aparentemente ele era um amigo próximo de Mônica.
Daniel chegou todo simpático e tentou puxar um papo com ela sobre sua experiência em segurar vela e Gabi foi na dele, qualquer coisa era melhor do que ficar ali segurando vela para o amigo. Mônica e Patrick se afastaram em algum momento e ela se viu sozinha com Daniel. Algo em sua cabeça a dizia que Vicente não iria gostar de ver eles dois juntos e sozinhos, mas Gabi deixou isso de lado, pois não estava fazendo nada de errado. Eles apenas estavam conversando, criando uma conexão legal, era apenas amizade e provavelmente eles nunca mais se veriam depois daquele dia.
Ele a convidou para dar uma caminhada pela praia e, como uma boba, Gabriela o seguiu pela faixa de areia. Sua mãe iria pirar se soubesse que a filha saiu por aí a noite com um completo estranho, mas Gabriela não se importava com aquilo naquele instante.
Daniel era engraçado, simples de conversar e parecia saber de tudo um pouco. Ele tinha um charme que faria a antiga Gabriela querer algo a mais naquela noite, porém a de hoje não estava realmente prestando atenção a isso. A Gabriela daquele momento estava apenas contando os minutos para voltar para o quarto para ficar com o garoto que anda insistentemente e irritantemente em sua cabeça nos últimos dias.
Ela não sabia dizer a quanto tempo eles estavam andando, só sabia que eles estavam muito longe e sozinhos, e que Daniel estava ficando mais próximo dela. Não havia nada de mais até que de repente o clima mudou e então ela sentir a mão dele em sua nuca e os lábios dele contra os dela.
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Um mês
RomanceUm mês, Uma aposta, Um amor. O que fazer quando a sua intenção não era se apaixonar?