Um mês

Separados Parte VI

Cinco horas e nada. Não havia nem sequer um sinalzinho de vida. Gabriela ficou encarando a tela do celular vendo as seguintes mensagens escritas pela amiga mais cedo.

Sei que provavelmente me arrependerei disso, mas sonhei com você.

De: Gatinha Selvagem😘

E eu não consigo tirar isso da minha cabeça desde então.

De: Gatinha Selvagem😘

Não vejo a hora de você estar de volta.

De: Gatinha Selvagem😘

Michelly havia aguardado a resposta ansiosa durante todo o resto do dia escolar e ainda ficou a questionado um par de vezes até desistir, visto que não havia nenhum update.

- Vamos jogar ou você vai ficar aí, Gabi, no celular?

Seus olhos pararam no moreno animado a poucos passos dela. Ele quicou a bola e a lançou em sua direção quase a fazendo derrubar o aparelho no chão para apanhar a bola.

- Não posso ficar por muito tempo. Daqui a pouco vai escurecer e você sabe como é a minha mãe.

- Só uma meia horinha. Tia Paloma não vai se importar, ela pode trocar suas fraldas mais tarde.

Gabriela lançou um olhar mortal ao amigo enquanto guardava o seu celular na mochila, e então foi de encontro a ele. Talvez um jogo seria uma boa distração no momento. Ela precisava disso.

O que ela havia feito de errado para estar recebendo um gelo do Playboy? Sim, ele havia dito que estaria em um lugar difícil de sinal, mas ela não acreditava que seria tão difícil assim, visto que ele havia mandado aquelas mensagens no dia anterior. Aparentemente ele havia se chateado com a sua falta de correspondência e talvez fosse essa falta de uma correspondência a altura do que ele havia enviado que a estava fazendo encarrar aquele aparelho que nem uma idiota o dia inteiro.

Ou talvez houvesse alguma distração que o estava fazendo perder o interesse de tentar algum contato com ela. Nova cidade, novas pessoas, novas possibilidades e tudo no off, pois quem diria a ela sendo de ela não existe naquele contexto em que ele se encontrava no momento. Se bem que Eugenia não perderia a oportunidade de se exibir dizendo que o filho estava namorando a filha de uma medica. Porém a mesma vive passando a mão na cabeça de seu filho, logo ela não se incomodaria em esconder uma escapadinha do seu único filho.

- Hey! O que há com você?

Disse Patrick a tirando de seus pensamentos lançando a bola em sua direção.

- Nada.

Disse ela recebendo a bola que ele a havia jogado.

- Você perdeu todas as chances. Não acertou uma boca sequer na última meia hora. Sinto como se você nem estivesse aqui na quadra.

- É apenas um dia ruim para jogar.

Disse ela se justificando e o amigo riu incrédulo.

- Não há um dia ruim para jogar quando se trata de você, Gabi.

- Mas acontece.

Disse ela dando de ombros e lançando a bola que novamente errava o alvo.

- Você tem estado estranha desde hoje cedo. Está completamente perdida aí dentro da sua cabeça. Está acontecendo alguma coisa? Está tudo bem em casa? Com a tia Paloma? E também teve ontem que você nem fez a aula de educação física.