Capítulo 18

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Ponto de vista da Hyeri

— Vamos para Daegu — foi o que Taehyung disse antes de pegarmos a estrada, com um olhar sério e tensionado.

A viagem de curta duração pareceu se tornar inacabável. O silêncio predominou no carro durante todo o caminho, e graças a ele, percebi que o homem que eu gosto estava chorando. Sua respiração pesada e os suspiros intercalados entregavam seu estado e tudo o que eu mais queria era puxa-lo para perto de mim, aconchegar sua cabeça em meu peito e pouco me importar com as lágrimas que molhariam minha roupa. Mas nesse momento não era algo que eu podia cogitar, ele está magoado comigo, e com razão.

Meu irmão não controlou sua curiosidade e futricou nas minhas conversas, mais especificamente nas conversas com Taehyung, que era uma das mais recentes. Eu sabia que meu celular desbloqueado em sua mão não era sinônimo de algo positivo, até porque ele me pediria autorização para mexer no aparelho se não fosse nada demais. O problema se desenrolou quando ele decidiu conversar com Tae primeiro e não comigo, sua irmã. Eu estava no banheiro e não conseguia escutar claramente o que diziam, mas percebi pelo tom de voz que não era uma conversa pacífica, Seokjin estava bravo. É difícil vê-lo desse jeito, já que ele faz o papel de irmão carinhoso e Namjoon é quem implica mais comigo, mas hoje foi diferente, sua reação foi pior do que eu imaginava.

Eu não me segurei para esclarecer a situação, mas o que fez tudo desabar de vez foi Jin dizer sobre o pai de Taehyung. Realmente pediram para que eu não contasse a ele, então imaginei que não seria algo tão sério e talvez já estivesse em casa, sem problemas, mas ele ainda está internado. Isso também me pegou de surpresa. Meu coração está fraco, e se já não bastasse estar brigada com meu irmão, agora estou com Tae. Não posso tirar a razão dele porque se fosse com meus pais eu também gostaria de saber, mas infelizmente isso não passou pela minha cabeça, vou dar espaço para ele organizar suas ideias e se acalmar...

(...)

Já em Daegu, fomos direto para o hospital em que o Sr. Kim está. E logo estávamos em seu quarto. Ele estava deitado na maca mas, felizmente, em bom estado. Um sorriso contente apareceu em seu rosto assim que viu o filho. A irmã de Taehyung, Kim Eon-Jin, estava dormindo num sofá localizado no canto da sala, junto com sua mãe.

— Oppa, você está aqui! — ainda sonolenta a pequena abraçou o irmão.

— Oi, Eon-Jin! — ele pegou-a no colo a menina de 9 anos — Como o papai está? Está cuidando dele?

— Ele está bem, o homem vem aqui daqui a pouco para cuidar dele — explicou e ele riu do jeito que ela contou.

— Você quer dizer "o doutor "? — ela sorriu e fez que sim com a cabeça.

— Taehyung-ah, o que está fazendo aqui, querido? — sua mãe levantou rapidamente e foi até ele.

— Omma, o appa está internado! Porque não me contou? — ele perguntou claramente chateado.

— Filho, não queríamos que ficasse preocupado... — acariciou o rosto dele — Seu pai está bem, precisou ficar mais um tempo aqui por protocolos médicos mas o doutor acredita ser a pressão baixa.

— Eu vou ficar aqui com ele, tudo bem? Vão para casa e descansem... — ele colocou a irmã no chão e abraçou a mãe, como se acolhesse uma criança abandonada.

— Meu bem, não faça isso, você tem faculdade!

— Posso explicar para a reitoria — responde rapidamente.

Eu e Seokjin fomos para casa enquanto ele permaneceu no hospital ao lado do pai. De certa forma fiquei aliviada, pressão baixa precisa mais de autocuidado e, acredito eu, que isso é mil vezes melhor do que passar por uma cirurgia. Beber mais água, levantar lentamente após deitar ou sentar, não exagerar na exposição ao sol, comer de maneira mais saudável. É isso que o Sr, Kim vai precisar fazer e tenho certeza que vai ser mais fácil do que ele imagina, nossas famílias vivem juntas e são como uma só, então vão se ajudar nessa também, sem dúvidas.

(...)

— Você está bem em Busan, filha? — minha mãe sentou-se na cadeira ao meu lado, o céu completamente escuro com apenas a única luz forte da lua brilhando era o cenário perfeito para me fazer vagar pelos meus pensamentos.

— Oi? Desculpa, omma - não escutei de primeira, suas palavras foram como um sininho me tirando do transe em que eu estava.

— Busan... Como estão as coisas por lá? — seus olhos fitaram meu perfil.

— Estou bem em todas as matérias... Eu gosto de lá— digo ainda com os olhos voltados para a lua.

— E Taehyung? Quando brigaram? — disparou e olhei para ela em seguida.

— Como é?

— Vocês estão distantes o dia todo e seu irmão não está com uma cara boa também, o que houve? — sua expressão é de preocupação, uma preocupação de mãe e amiga.

— Jin contou para ele sobre seu pai e, como eu também sabia, ficou chateado por eu não contar antes — expliquei coçando os olhos.

— Ah, querida... Desculpe fazê-la passar por isso — olho confusa para minha mãe — Você sabe, eu pedi que não contasse, sua família não queria preocupa-lo.

— Ah sim — assenti.

— E a outra coisa? Eu sei que não foi só isso, meu bem... Minha intuição de mãe não mente — ela segurou minhas mãos e esperou meu tempo para começar a falar.

— É o Jin, omma... — digo com os olhos já úmidos— Ele não gostou de saber que Tae e eu começamos a nos relacionar.

— Vocês... fizeram sexo? — perguntou receosa.

— Omma! Não! — meu rosto esquenta instantaneamente. Hoje as pessoas estão bem diretas, não?

— Estão namorando? — tentou outra vez.

— Isso é recente e estamos... No caminho para isso — dou uma pausa — Mas eu gosto dele, de verdade.

— Eu sei, filha — olhou-me com um sorriso — Vocês vivem juntos desde pequenos e já tem um tempo que seus olhos brilham ao olhar para ele...

— Omma... — suspiro olhando para a mulher ao meu lado.

— Não ligue para seu irmão, Taehyung é um bom menino... Se ele te faz bem e vice-versa, vai fundo, meu bem — finalizou.

— Você acha isso mesmo? — pergunto nervosa — Mas e quanto a ele, você acha que ele gosta mesmo de mim?

— Acho que até os mais tolos conseguem enxergar como os dois ficam perto um do outro — ela soltou uma risada gostosa e apenas a acompanhei.

— Obrigada, omma... Eu senti sua falta... — seus olhos piscaram lentamente, enquanto as lágrimas eram relutantes para continuar em seus olhos.

A lua continuou a brilhar intensa na imensidão do céu escuro, enquanto usei daquele momento para aproveitar o calor e o amor da minha mãe.




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Boa leitura!

Since Daegu | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora