Capítulo 32

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Ponto de vista da Hyeri

O quarto estava vazio, assim como minha mente. Eu não entendi imediatamente o porquê de estar ali, tomando soro, sozinha. Meus olhos pesavam como se eu não dormisse há dias mas eu sabia que havia dormido o suficiente. Olhei para o meu corpo e vi que estava com uma camisola hospitalar, no meu braço uma pulseira indicando que estava ali há um dia. A luz do sol entrava pelas frestas da cortina, indicando que era manhã.

— Oh, você acordou — uma enfermeira adentrou o quarto e veio em minha direção, chegando meus batimentos cardíacos e o nível de oxigenação — Como está se sentindo?

— O que aconteceu? — foi tudo o que consegui dizer.

— Vamos conversar sobre isso mais tarde, tudo bem? — ela ajeitou-me de uma maneira mais confortável e foi até a porta, gesticulando para que alguém entrasse no quarto.

— T-Taehyung? — meus olhos se encheram de lágrimas assim que o vi passar pela porta de correr.

— Meu Deus, v-você acordou, meu amor — seus lábios tremiam e logo nossos dedos se entrelaçaram, um beijo foi dado em minha testa — Você está se sentindo bem?

— Um pouco confusa... Eu desmaiei? Tive um sonho? — algumas hipóteses rondavam meus pensamentos mas nada parecia concreto.

— Você ficou trancada num incêndio, Hye... Consegue se lembrar? — olhou em meus olhos preocupado e atencioso.

— Não foi um sonho. Isso aconteceu m-mesmo? — tossi com dificuldade e ele levantou a maca para que eu pudesse ficar sentada — Nam Jina, não foi?

Ele assentiu e me olhou sério. Fechei os olhos tentando digerir toda a situação. Utilizei uma técnica de respiração que uso durante crises de ansiedade e, particularmente, serviu muito bem para este momento também. Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho mas sem expressar sofrimento, como se aquilo fosse necessário para eu me desprender da lembrança horrível de como era estar perto das chamas, sufocada pelo medo e pelo calor.

Eu me sinto perdida, estive em uma situação em que eu nunca imaginaria passar. Claro, fiquei nervosa mas agora estou tentando lidar com a razão. Já deu. Conforme descansei, as cenas foram ficando mais claras em minha cabeça e logo eu estava totalmente consciente do que havia acontecido. Não há dúvidas de que Nam Jina se aproximou do meu irmão para ter contato comigo e com Taehyung. 

— Ela foi presa? — assustei meu namorado com a pergunta repentina.

— Sim, eles querem te interrogar amanhã.

— Pode chamá-los aqui, amor? Quero resolver isso o quanto antes, aproveitando que está tudo muito fresco... — balancei a cabeça reforçando minha vontade e ele fez o que pedi.

Esperei aproximadamente uma hora e meia até que os policiais chegassem. Dentro do quarto em que eu estava hospitalizada, ficamos eu, Taehyung, Jungkook e a equipe do departamento de polícia. Confesso que não entendi a presença de Jeon, mas para ele estar aqui, está envolvido na história. Ele ajudou Jina?

Após uma série de perguntas básicas e sem muita importância, as interrogações passaram a ser mais profundas e voltadas para o momento do incêndio.

— Senhorita Kim, poderia detalhar desde o começo, por favor? — assenti.

— Eu estava indo para a biblioteca mas pisei em falso e me machuquei, então fui para o banheiro mais próximo de onde eu estava. O único do lado de fora era esse e, como eu precisava apenas limpar os cortes, fui neste mesmo.

Since Daegu | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora