Capítulo 31

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Ponto de vista do Taehyung

Hyeri avisou que estava vindo para o apartamento mas está demorando mais do que de costume. A biblioteca da universidade não é tão longe do prédio de Moda e ela normalmente demora uns 10 minutos para chegar até aqui. Mas hoje? Já fazem quase 30 minutos e nada.

Deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto, imaginando o motivo de sua demora. Talvez ela teria passado em algum outro lugar mas algo insiste em dizer no meu ouvido que não é isto.

Lembrei-me do dia em que Nam Jina não poupou palavras para ameaçar Hyeri e senti um aperto no peito no mesmo momento. Peguei minha jaqueta às pressas e corri em direção à faculdade, mais especificamente para a biblioteca.

— Ei, ei, ei! O que houve? — Jungkook perguntou um tanto nervoso ao esbarrar nele.

— H-Hyeri... Você a viu? — minha respiração estava descompassada pela pressa misturada ao nervosismo.

— Na verdade sim, acho q...

— Anda logo com isso, Jungkook! — puxei-o pela gola de sua jaqueta fazendo-o olhar em meus olhos — Não é brincadeira isso, porra!

O moreno não tardou a me puxar para uma corrida em direção à um lugar um tanto afastado. Ele havia visto Hyeri então decidi confiar e seguir para onde ele estava me levando. Um cheiro forte se tornou presente e vi uma construção, aparentemente um banheiro público, pegando fogo.

Jungkook correu para o lado oposto enquanto meus olhos lacrimejavam ao ver tal cena, criando coragem para agir.

— Você conhece essa garota? — Jeon se aproximou segurando a responsável por isso.

— Sua filha da puta! — dei um soco no tronco ao meu lado e resmunguei em meio à lágrimas — Leva ela para longe daqui, Jeon! Agora!

Corri para o lugar em chamas e tentei abrir a porta, estava trancada. Joguei todo o meu peso contra a entrada do lugar e depois de três tentativas falhas, arrombei a porta.

Não consegui enxergar Hyeri logo de cara, o fogo estava forte e alto. Comecei a tremer sem parar mas deixei-me levar pelo desespero, atravessei correndo o rastro ardente e vi minha namorada encolhida em cima do vaso sanitário, trêmula e atordoada.

Aproximei-me dentro de poucos segundos e a tirei dali, sem me importar com como reagiria. Saí do meio do fogaréu movido pelo medo de perde-la. Já do lado de fora, deitei-a no chão e vi que estava desacordada. O corpo tinha alguns espasmos, certamente pela situação que acabara de passar.

— ALGUÉM ? SOCORRO! É URGENTE! — as palavras saiam como súplicas em meio ao vazio ao nosso redor.

Minhas lágrimas caíam incessantemente sobre seu rosto manchado pela fuligem. Num movimento rápido, peguei-a no colo e corri, quase caindo, para o campus. Toda a atenção foi voltada para nós. Simplesmente ignorei todos os olhares fuzilarem seu rosto e corri para um táxi, que nos levou para o hospital com urgência.

— Alguém me ajuda, por favor! Ela estava num incêndio, não está consciente... — alguns enfermeiros vieram em minha direção com uma maca apressadamente e colocaram-na ali.

— Por favor, senhor, aguarde aqui — um membro da equipe pediu e em seguida se juntou aos outros.

Meu coração estava quase saindo pela boca. Como Nam Jina foi capaz de fazer isso? Porquê? Kim Hyeri, a mulher que eu amo, está em um estado crítico por causa da falta de sanidade dessa garota. Minhas mãos doem pela força com que as fecho e as unhas curtas foram o suficiente para cortar a palma das minhas mãos.

Meu rosto estava queimando devido às lágrimas quentes e minha visão começou a embaçar. Apalpei a parede mais próxima de mim e de repente me senti nos braços de alguém. Fui posto num dos sofá da recepção do lugar e, conforme minha vista se tornava mais clara, pude concluir de quem era a silhueta em minha frente.

— Jun-Jungkook?

— Sou eu, calma.

— Cadê aquela filha da puta? — não havia outro tom senão ódio.

— Detida na polícia.

— Jeon, me leva até lá, por favor! — olhei firmemente em seus olhos — Agora!

— Tudo bem, vamos.

(...)

Assim que entramos no departamento da polícia avistei o problema dentro da cela, seu rosto exprimia insanidade. Os policiais me interrogaram e logo expliquei toda a situação, eles me levaram para dentro de uma sala e começaram a me fazer algumas perguntas superficiais.

— Bom, então você é namorado da vítima, certo? — com a prancheta em mãos, intercalava os olhares para mim e para a folha.

— Sim, senhor.

— Onde ela se encontra nesse momento?

— Está no hospital. Acabei de leva-la e vim para cá com meu amigo, Jeon Jungkook.

— Kim Taehyung, não é? — assinto — Vamos fazer o seguinte, como a situação envolveu a saúde da vítima, vamos esperar dois dias para sua recuperação básica, porém precisaremos interroga-la sobre o que houve. Está bem? Precisamos do depoimento dela para fechar o caso.

— Certo, pode me emprestar um papel, por favor? — escrevi o endereço do hospital e os nomes meu e de Hyeri.

— Obrigado, vamos aguardar esse período e logo interrogaremos-na.

Saímos de dentro da sala privada e, sentindo a cabeça latejar, fui até o colega que me esperava na recepção. Sem ligar para os acontecimentos pretéritos, abracei-o e acabei por chorar em seu ombro.

— Agora é a vez de eu punir você então, Jeon? — a voz rouca de Jina soou e me fez arrepiar por inteiro — Taehyung é meu!

— Não adianta, Taehyung, não vale a pena — o moreno me apertou contra si e me acalmou, evitando que eu explodisse ali mesmo.

O mesmo que me amparava me levou para o lado de fora, sentindo o ar puro adentrar minhas narinas e o pulmão encher como se necessitasse daquilo mais que tudo. Sentamos um ao lado do outro na mureta do jardim frontal da delegacia, distantes como se uma caixa de sapato nos separasse.

— Taehyung, eu queria te pedir desculpas. Acho que começamos nossa "amizade" com o pé esquerdo e me mostrei um idiota — ele abaixou a cabeça, parecia envergonhado — Depois daquela noite em que você me viu com Hyeri eu repensei sobre a merda que eu estava fazendo...

— Está tudo bem, Jeon. Só preste atenção no que faz... E não esqueça que eu e ela namoramos.

— Podemos começar essa amizade de novo? Do jeito certo? — olho para ele e assinto com a cabeça, chorando novamente.

— Porquê não? — sorri desanimado mas feliz ao mesmo tempo — Vamos voltar para o hospital? Hyeri deve ter acordado...

Meus ombros estavam pesados assim como minha mente. Eu não suporto ver a pessoa que eu amo desse jeito, por minha causa. Tudo o que quero é que ela fique bem o mais rápido possível e eu possa olhar em seus olhos intensos de novo e de novo.

...




Olá, chingu! Como vocês estão?

Estão gostando desses capítulos?

O que sentiram ao lê-los? Contem-me.

O que acharam da amizade de Tae e Kook?

E sobre Hyeri? Estão se sentindo como em relação a ela?

Espero que estejam gostando, queridos leitores! Estou me esforçando para que a história se desenrole com dignidade.

Um beijo e um queijo, J💜

Since Daegu | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora