50°Capítulo

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"Ashton- posso ver!?- apontou para o meu caderno. Nunca deixo ninguém ver os meus desenhos... não gosto de entrem na minha mente. Num impulso dei-lhe o caderno para as mãos, no segundo a seguir arrependi-me.

Ash- desenhas muito bem... mas talvez- pegou no lápis que eu tinha deixado na relva e começou a desenhar, passei-me. Quem pensa que é ele para mudar os meus desenhos?

Fui ter com ele para lhe retirar o caderno das mãos, mas não podia acreditar no que via. Ele melhorou o meu desenho, tornou perfeito. Aquilo representava tudo o que eu sentia ao olhar para aquela flor... como é que ele conseguiu..?

Eu- obrigada- olhei-o nos olhos e o meu estomago deu voltas. Nunca tinha sentido nada assim...

Ash- de nada- deu-me o caderno para as mãos e despenteou-me as franjas. O Calum chamou-o- adeus Daisy.

Eu - adeus - ainda estava muito confusa. Voltei-me a sentar no chão, pensando...."
Penso exactamente na mesma coisa sempre que me recordo daquele momento. Dou por mim a imaginar cenários diferentes daquele episódio tão marcante para a minha vida. Imagino coisas tipo à filme, um encontro mais complexo, mais detalhado, com mais drama... Porém nada que consiga imaginar, supera a magia daquele momento. Cada palavra, cada simples gesto, cada sentimento... Estava tudo lá. Tudo para me fazer, aos longos dos anos sonhar. Cada olhar seu, o sorriso, a sua voz... Tudo foi o suficiente para me fazer apaixonar. Nada foi de mais, nada foi de menos... Tudo foi parace "feito à medida". Tudo estava certo... Tudo foi real.

"Daisy- "eu amo-te!"- ele olhou para mim, mas segundos depois o seu olhar parou de brilhar, ele simplesmente me olhava...- "eu amo-te como acho que nunca irei amar alguém! Eu quero-te e preciso de ti... não aguento mais isto, saber que nunca vais ser meu... Porra! desfaz-me, saber que nunca vamos ter a "nossa" historia, que eu nunca serei Daisy Irwin"- aproximei-me dele- "chama-me desesperada, faz o que tu quiseres, mas por favor nunca me deixes..."- ele aproxima-se de mim e beija-me. Os seus lábios tocam nos meus em movimentos perfeitos. Se isto for um sonho não me acordem. Aquilo que eu mais queria esta acontecer, eu estou a sentir os seus lábios, as suas mãos estão nas minha ancas e eu estou com os meus dedos entrelaçados nos seus cabelos... nunca pensei no como doce seria este momento, acho que afinal só agora é que me apercebi no quando eu o amo... se alguém disser que amar alguém com 14 anos é impossível, lembrem-se de mim... mas algo não bate certo, porquê isto? Porquê agora? Pena? Não preciso dela... desfaço aquele que é o meu primeiro beijo. Ele olha-me com um sorriso na cara mas quando se apercebe que as minhas lagrimas continuam a cair assusta-se.

Eu- eu não preciso da tua pena...- as palavras são cortadas pelos meus soluços e mais uma vez a única solução que vejo é correr. Saio de casa e começo a correr para a floresta, sei que ele continua atrás de mim... os meus pés escorregam, por vezes, na relva molhada mas nada se vai por em frente ao meu destino...

Infelizmente ele é mais rápido. O Ash apanha -me e abraça-me por trás...paro e olho para a água que caia em nós .

Eu- posso ser uma idiota apaixonada, mas ninguém me toma por coitadinha...

Ash- mesmo que seja aquele que te ama?- "aquele que me ama" podia inventar uma desc... ele a...ama-me? Viro-me para ele e a força do seu sorriso faz-me perceber que eu estou bem acordada! Estou a olhar-lhe nos olhos, na procura desesperada de respostas..

Ash- Daisy, eu amo-te! Fui um parvo durante este tempo todo em não ter acreditado nos meus sentimentos. Desculpa se te fiz sofrer, desculpa se por vezes te magoei, nunca o quis fazer... dá-me agora a oportunidade de te fazer feliz, mesmo que seja parvo eu não quero saber, afinal o amor e mesmo isso... é parvo mas tão forte".- eu olhava-o e ouvia-o como se fosse a primeira vez que ouvia uma pessoa a falar. Ele aproximou-me mais de mim - acredita em mim... eu estarei sempre aqui se tu deixares"- os nosso narizes já se tocam..-" Daisy Hood... queres namorar comigo?"- não me controlei mais e beijei-o... a chuva começou a cair ainda mais, o momento mais bonito de sempre. O beijo avançava a cada segundo e os nosso corpos não podiam estar mais colados... o Ash levantou-me, parando o nosso beijo, e rodopiou-me, fazendo-me dançar com a chuva... o meu sorriso era impossível de controlar juntamente com o dele. Parei no chão e ele voltou a aproximar-se de mim... mas agora só olhávamos um para o outros, os nossos olhos muito próximos, e eu relembrava de todas as razões que tenho para o amar."- estou sentada na cama, chorando, a olha-lo dormir. É tão bom recordar o nosso primeiro beijo... O modo como ele me beijou, a maneira como ele me olhou quando eu lhe disse que o amava, o doce salgado dos seus beijos que tiveram um efeito em mim devastador... Cortaram-me a respiração, os meus músculos paralisaram e os meu movimento congelaram. Na verdade, sinto isto tudo sempre que ele me beija... Os tremeliques, a falta de respiração.. É tudo igual como da primeira vez. Os seus olhos tem o mesmo brilho sempre que digo que o amo e o meu coração acelera sempre a mesma velocidade como no início. Tudo o que faço com ele, cada toque, cada sorriso, cada beijo, cada arrepio, parece sempre a primeira vez, os meus sentimentos supriendem-me sempre como na primeira vez, mas, ao mesmo tempo, tudo é sentido como se já o conhecesse à 1000 anos , parece que tudo já faz parte de mim, quase como se eu fosse um puzzle e todos os seus sentimentos, os seus toques em mim, os seus beijos, os seus olhares para mim fossem as peças para me preencher e apenas as suas peças o conseguem fazer.
Pedi-lhe para não me deixar. Ele comprio a sua missão. Mas afinal, quem o deixou fui eu... Nunca pensei que isto fosse acontecer. Imaginei tudo... Tudo me passou pela cabeça no nosso possível fim, mas nunca pensei que seria eu a deixa-lo para trás. Mesmo que a culpa não seja minha, não seja de ninguém... Se eu não fosse este não seria o meu dia mais triste.

The Daisy & The Daisy 2 ||  a. iOnde histórias criam vida. Descubra agora