SHAWN

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– Pare de crescer, menina. - disse para Oli assim que a peguei no colo e ela gargalhou. – Meu rosto deve ser muito engraçado, você não faz nada a não ser rir de mim... - entortei a boca ao ouvir mais uma gargalhada sair da pequena garganta de Olívia.

– Não é isso, não é, Oli? - Camila não perdeu a oportunidade de tirá-la de meus braços e ela soltou um leve resmungo. – Você não pode gostar mais desse bobão do que de mim, princesa. Isso é uma regra! - Oli riu mais uma vez.

– Hoje ela está de bom humor. - Sofia disse sentando ao meu lado.

– Claro que está. É o dia especial dela. - Aali fez uma voz esquisita quando falou diretamente com a bebê. – São seis meses de muita gostosura, Oli. Mas sua mãe tem que te dar menos comida, não consigo ficar muito tempo com você no colo...

– Ela não consegue decidir entre peito e frutas. - Sofia soou cansada. – Enquanto não ganha os dois não para de chorar.

– Ué, e porque é que Tony não dá as frutas enquanto você descansa? - a mãe do rapaz pareceu levemente brava ou talvez indignada. Ainda não sei.

– Eu dou, mamãe. Mas durante a noite ela não come tanto assim... e durante o dia eu trabalho.

Tony já comentou comigo que vem se sentindo ausente na vida de Oli e Sofia mas não acho que isso seja verdade. Ele vem se esforçando muito para poder manter as duas sem mexer em uma conta que ele e Sofia tem reservada para a compra de uma casa mais perto do resto da família. Além disso, ele está correndo para terminar a faculdade e ainda trabalhar.

A sorte deles, se é que posso chamar assim, é que Tony é mais velho que Sofi e, por isso, está prestes a acabar seu cuso de graduação. Depois de encerrado, tenho plena certeza de que ele se sentirá mais disponível para as mulheres da sua vida.

– Ele é ótimo, tia Ana. Tony não me deixa na mão em momento algum, não se preocupe.

– Oh, querida, mas você parece estar realmente cansada. Já disse que pode deixar Olívia conosco às vezes... você sabe, para que você e Tony tenham um momento a sós e posam descansar. - o pai de Tony parecia conhecer apenas esse assunto. A cada cinco palavras suas, uma delas era momento e outra sós.

– Não me leve a mal mas... eu não quero deixar minha filha sem mim por enquanto.

Isso é mais que verdade. Camila e eu nos oferecemos para ficar com a pequena em um dia que Sofia chorou de exaustão e mesmo estando nitidamente cansada, Sofia recusou. Simplesmente não aceitou passar a noite longe da filha.

– Além do mais, pai. Eu e Sofia temos momentos a sós. Não se preocupe. - Tony ficou meio desconfortável quando meu sogro coçou a garganta e eu ouvi o prender de riso da pequena Cabello sentada ao meu lado.

O choro de Olívia acabou com todo e qualquer assunto paralelo que estava rolando pela sala. Sofia estava prestes a levantar.

– Deixe, amor. Eu posso fazer isso.

O choro constante da bebê foi se tornando um som cada vez mais baixo, não porque ela parou de chorar mas porque o pai a levou para um local mais afastado do restante da família.

Todos voltaram a suas conversas paralelas enquanto comiam mais um pedaço do bolo de mesversário da pequena. Insistimos muito para que essas comemorações acontecessem a cada novo mês da bebê e, no segundo mês de vida de Olívia tivemos sua primeira comemoração.

– Você poderia ir falar com Tony? Acho que ele precisa desabafar um pouco com alguém que não seja a mãe da filha dele... - Sofia cochichou no meu ouvido e eu apenas assenti procurando minha, nem um pouco amada, bengala.

Paixão às Cegas.Onde histórias criam vida. Descubra agora