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Tokyo POV:
— Hahahaah, tá bem. Larga o meu dedo e pega na taça, elevando-a

— Um brinde? sugeriu

— A quê?

— Nossa amizade?!

— Okayyy...

— A nós!

— A nós!

E o resto da tarde foi assim... agradável!
Optamos por assistir uma série, "Desejo Obscuro", levou-nos o dia todo mas foi satisfatório. E o mais engraçado é que, as cenas de sexo fizeram-me lembrar da vez que eu chamei o Thiago lá a casa... mas que ordinária! Até queimei de tanta vergonha...

— Thiago, onde é que fica o banheiro?

— Ali. Diz todo sonolento sem sequer apontar...

— Eu me viro...(dou de ombros)

Levantei-me e fui abrindo as portas, sem querer, deparei-me com o quarto dele... não quis mas... entrei!

Vi poemas, vários poemas escritos colados à parede, um violão e uma guitarra, uma coluna e um quadro que dizia "rascunho".
Sem querer(querendo) li o meu nome lá, o que me fez recuar mas com o gosto de querer ler mais, aquilo era um poema sobre... mim?

Li até o final, surpresa mais uma vez com a imensidão do talento desse homem e claro, surpresa com o último verso desse poema:

"A minha vida é uma poesia e o meu coração quis rimar com o teu!"

Ele está mesmo apaixonado por mim!(pensei)

Saí do quarto ás pressas, nem fui mais ao banheiro e em poucos segundos o Thiago desperta do seu pequeno cochilo...

— Encontraste o banheiro? diz com a voz rouca, pelo sono e por termos bebido

— Sim sim, digo ligeiramente nervosa

Essa voz... faz-me lembrar a voz do...

— Deyve? digo alto ao ler uma mensagem do Rio

"O Deyve tem andado estranho e pra piorar tudo, passou o dia todo com aquela tal de Patrícia. Aconteceu algo convosco? Onde estás?!"

"Eu vi isso ontem irmão, não te preocupes, estou bem. Eu não vou pra casa hoje, não depois disso! E sim, nós não estamos bem de novo... mas já passa!"

É o segundo dia consecutivo a "desfrutar" com ela. Perdi o jogo? ele rendeu-se? devo eu, me render?
— Ele não me conhece! Falo pro telemóvel

— Deyve? ouço o Thiago a repetir

— Ah, não é nada. Digo ao guardar o telemóvel — Não quero ir pra casa hoje, posso dormir aqui? mesmo que for no sofá... eu aceito!

— Hahahahah, porquê no sofá? tens um quarto a tua disposição... Podes dormir na minha cama mas antes deixa-me só tirar algo...

Thiago POV:

Levantei-me e fui ao quarto, peguei no quadro e levei-o para o outro cómodo, onde deixo as coisas que pretendo doar, vender, arranjar etc...

Voltei à sala e chamei-a

— O quarto é todo teu...

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora