Rebeldemente, Tokyo!

84.

Thiago POV:

Levantei-me e fui ao quarto, peguei no quadro e levei-o para o outro cómodo, onde deixo as coisas que pretendo doar, vender, arranjar etc...

Voltei à sala e chamei-a

— O quarto é todo teu...

Tokyo POV:

Levanto-me e ousadamente peço uma tshirt para não dormir com a mesma roupa

— Podes emprestar-me uma tshirt? faço beicinho

— Ahhh, já me esquecia

Ele já na porta do quarto, volta a entrar e vasculha o seu armário

— Fã da Marvel né?

— Sim, digo por trás dele

— Ahh! Tokyo!! põe a mão no peito e reclama — Assustaste-me!

— Pensei que homens não assustassem... tanto!

— Assustamos pois!

Dou uma leve gargalhada

— Já tens sono? Ele pergunta ao me entregar a tshirt da Marvel com a cara do Homem de Ferro estampada

— Iron-man! Digo satisfeita — Não, sono não. Queres fazer alguma coisa?

— Bom... tenho uma PlayStation aí, podíamos fazer mais sangria, dessa vez de vinho tinto ou champanhe, tu escolhes...

— Ou então podíamos ler os teus poemas — Ou então podíamos ler os meus poemas. Falamos em uma só voz

— Mas não descartamos a ideia de fazer outra sangria...

— Claro! Ele sorri — Bom, vou deixar-te trocar enquanto preparo as cenas na cozinha

— Sim!

— Mas antes, deixa-me só... (Sem terminar a frase, ele tira a tshirt do corpo) — Tirar isso! Enrola a tshirt em forma de bola e arremessa para o cesto. Em seguida, puxa outra do armário e sai

Eu juro que se o Deyve, que se nós, aliás, não nos resolvermos... eu fico com o Thiago! Puta que pariu!

Numa quinta-feira como hoje, seria bom que amanhã não tivéssemos aulas visto que alguns testes foram cancelados e outros já feitos, não há motivos para ir.

Uma festa caía bem agora.

Troquei-me e quando saí, ele já tinha feito e servido as sangrias. ─ Por onde começamos? Pelos poemas, certo? digo ao receber a minha taça da mão dele

─ Certo! diz ao puxar o telemóvel do bolso enquanto nos sentamos, confortáveis onde estávamos e com a presença um do outro.

Proclamou uns tantos e finalizou com esse:

"Entendendo Química"

A química entre dois é casual

A química em si, imprevisível.

Olhar no fundo dos olhos, não é (só) paixão

Às vezes sensação... do que te falta no outro lado do mundo.

A forma de tocar é sutil

O apelo entre dois, desejável

A percepção interiorizada é invejável

E as suas vontades calculadas...

A química é universal... entre dois é utopia!

(-RandomAnonimous , autora)

Fascinada com cada palavra, cada pausa, cada... cada sentimento, a única coisa que sai da minha boca é

─ Wow!

Ele sorri

─ Sério, wow mesmo. Eu nem acredito que algo tão curto, tão pequeno e tão simples... possa soar tão poderoso, tão sentimentalista, até... tão romântico(Suspiro ao finalizar)

─ Dá-me até calor... (Sussurro dentro de mim). ─ E agora? O que se faz? Tiraste-me todos os pontos, estás a liderar. Falo tudo sem pausa levantando para me servir mais. ─ Queres mais?

─ Por favor, responde a levantar a taça. Sirvo-o e depois sirvo-me a mim.

─ Canta!

─ Ahm?

─ Perguntaste o que se faria depois dos meus poemas... aqui está!

─ Queres que eu cante?

─ Sim!

─ Mas, agora Thiago? digo meio sem jeito

─  Sim, Tokyo. Por favor!

─ Hm, cantar para ti?

─ Se quiseres. Diz e pisca-me o olho

─ Melhor não provocar. Digo em tom de brincadeira... ─  Ta bom! Eu canto e tu tocas, combinado?

─ Okay. Pode ser! ─ Vou lá pegar o violão e verificamos a afinação, certo?

─ Certíssimo.

Quando ele se levanta, dou dois toques na tela do meu telemóvel só para ver as horas e já eram 3 da manhã. Já era de se esperar!

— Bora? diz ele já com o violão na mão

— Bora!
Começamos por afinar, rimos muito durante esse processo, e uma das sangrias se foi com o tempo.

Começou a tocar... (o áudio do capítulo)