34. Walkie like a Talkie

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Tokyo POV:
Lá estamos nós a andar, e a observar tudo à volta. As pessoas, os carros, as plantações, os pássaros e até os insectos mais pequenos. Porque para mim cada detalhe é importante.
Temos que prestar atenção aos detalhes!
- Então? O que se passa contigo?
Digo apenas sem olhar para ele, continuando a olhar para frente.
- Comigo? Hum, nada. Tenho só saudades do meu pai.
- O que aconteceu com ele? Dessa vez fixo o olhar nele.
- Não sei ao certo, mas parece que morreu durante um tiroteio entre uma Máfia e a Polícia.
Ele só saiu para fazer compras...

Nesse momento, congelei e não soube o que fazer. Toquei-lhe apenas no ombro e disse:
- Já passou tanto tempo, não devias continuar a pensar assim.
- Podes até ter razão Tokyo. Mas dói né... é aquele famoso ditado: "Meu pai foi a loja e nunca mais voltou". Na brincadeira, isso aconteceu comigo!
- Percebo e entendo perfeitamente.

E o momento ficou estranho, um silêncio profundo rendeu e cobrou uma pergunta de ambos os lados.

- Queres gelado?

Depois disso começamos a rir, pois ambos queremos a mesma coisa.
- Quais são os tipos que tu gostas?
- Eu, Tokyo... adoroooo Kit Kat no cone e tu?
- Vou pelo mesmo, mas prefiro um chocolate a chupar outro chocolate.
Dito isso, ele pisca-me o olho.

[Ousado, ele está a atirar-se. Tokyo, não caias nessa. O Deyve nem precisou de tanto para te ter. - Digo na minha cabeça]
Pisco de volta e faço o contrário do que pensei:
- Um chocolate não consegue saber o sabor do outro sem sequer prova-lo.
Começo a andar em direção à Gelataria.

- Então, vais ficar aí? Viro e o encaro parado.
- Ahm, não.

30 min depois
E lá estamos nós de volta à casa. À minha casa.
Ele deixou-me à porta, teve paciência de acompanhar-me até aqui. Agradeço imenso pela companhia.

- É aqui que eu moro!
Digo apontando pra trás com o polegar direito
- Parece agradável!
- Sim... sim!
- Bom, Tokyo. Obrigado pela companhia e por me teres deixado desabafar... tem sido difícil e não ter amigos é mais complicado ainda!

- Não precisas agradecer, estarei aqui sempre que precisares. Afinal, agora somos amigos. Certo?

- Certo

Ele puxa-me para um abraço e nesse exato momento o Deyve chega com o telefone no ouvido como se estivesse a ligar para alguém. Bem perto, tira o telefone da orelha.

- Com que então, perco o meu tempo a ligar para ti e tu não atendes por causa desse gajo. Ele aponta ao Thiago com o telefone

- Não é o que estás a pensar Deyve!
— Liguei-te múltiplas vezes Tokyo, múltiplas vezes! Quantas chamadas tens aí? Debochou

O Thiago, coitado, simplesmente calado e constrangido com a situação.
- Bem, eu vou embora. Fica bem Tokyo!

- Melhor ires mesmo, antes que te parta a cara
- Deyve!

- Quantas chamadas tens? Disse novamente

- Eu... eu não sei. Não ouvi sequer!
- Pois né? A companhia estava boa demais para dares conta disso.
Sou teu namorado Tokyo, e te respeito porque és além de namorada, minha amiga. Mas nem a nossa amizade tens respeitado. Se queres ficar com ele diz logo e por favor para de dar-me essas voltas todas. Prefiro que digas a verdade do que deixares-me a desejar, eu não quero desconfiar de ti.

- Deyve
- não Tokyo, agora não.
Dito isso, entrou para casa.

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora