50. Martes

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Tokyo POV:

Martes(Terça-feira)
Acordo muito bem disposta, motivada e pronta para bater de frente com o dia de hoje mas quando lembro do que aconteceu ontem a noite e a minha cara logo fecha.

Alicia devia ao menos tentar nos conhecer. Isso de escolher assim por emoção do momento, não é bom. Nunca foi bom...

- Obrigadinha Alicia, agora é que eu e o Deyve não vamos mesmo fazer as pazes. Sei o quão irritante sou e como esse trabalho pode correr mal!

Novamente atrasada, simplesmente por perder 30 minutos a reclamar do ocorrido de ontem.

Chego a universidade e a sala está vazia. Devo procurá-los? Não. Sento e coloco os fones de ouvido, aconchego-me bem e aperto play em Before you go de Lewis Capaldi . Tiro um caderno e uma caneta da minha mochila, entretenho-me fazendo rabiscos aleatórios, distraindo-me por completo seguindo as notas da guitarra e as batidas da bateria.

Depois de ouvir metade da minha playlist
Kina - Get you the moon
Ed Sheeran - Happier
H.E.R. - Im not okay
Bruno Mars - Talking to the moon
James Arthur - Naked

Sinto a presença de alguém na sala que senta-se por cima da mesa de frente a minha, fazendo sombra nos meus rabiscos...

Levanto a cabeça e vejo que era simplesmente Deyve.

- Quando é que começamos a trabalhar? Diz ele com a cara fechada, quase nem olhando para mim

- Seria uma gentileza e mostraria educação da tua parte, se falasses comigo olhando-me nos olhos, não estás a falar com a parede! Digo com a garganta seca

Ele vira para mim com um ar irônico e sorri
-  Quando é que começamos a trabalhar?
- Quando quiseres. Digo simplesmente sem amargura, sem sarcasmo, sem ironia, simplesmente palavras...

- Tou livre agora. Tens dados móveis?

- Não sei!

Coloco a música(Ella Mai - Trip ) no pause e entrego-lhe o(meu) telemóvel
- Vê por ti.

Ele começa a mexer no telemóvel e começa a rir

- Até onde sei, consultar os dados móveis não é engraçado!

- Não é disso que me rio... Diz e fica totalmente sério. Em seguida, devolve-me o telemóvel.
- Não tens dados suficientes!

-Hm, Uau. Pra quê ter dados, se passo a vida a ouvir música?

Deu de ombros... Puxou o meu caderno junto com a caneta, antes de virar a folha onde eu fazia os rabiscos, disse

- Nada mal... sorriu de leve e continuou o que fazia. Virou a folha e começou a escrever

-Pergunta número um Tokyo, Como é que a música une corações? Olha bem no fundo dos meus olhos

Antes de responder, pensei... Acho que não vamos precisar de pesquisar na web argumentos sobre esse tema. Até porque, nós somos músicos... podemos falar por nós!

- A música une corações devido as suas semelhanças. O coração tem diferentes batimentos cardíacos, cada batimento tem um motivo e uma razão. A música idem, todos os dias são criadas novas bases, sejam elas como batimentos cardíacos ou não, mas o mais importante é que essa semelhança, unindo-se torna-se uma só e faz com que os seres humanos, principalmente, os apaixonados, reconheçam o amor na batida de uma bateria ou na batida de um coração... é aí que sabemos que a música uniu os nossos corações. Respondo satisfeita com tudo que disse e ele apenas olha para mim...

- Próxima pergunta Tokyo, faz tu...

- Serenatas, são um exemplo perfeito da união de corações... Já alguma vez fizeste isso?

- Tokyo, perguntas sérias...

- Mas é uma pergunta séria...

- Bom, eu nunca fiz serenatas a alguém. Não por não querer, sempre quis, mas talvez faltou oportunidade... mas sim, concordo plenamente que unem corações. Tem a ver com tudo que disseste há pouco...

Simplesmente sorrio porque sinto-me convencida com a resposta dele

- Bom, eu vou me retirar. Qualquer cena... nos vemos por aí

- Tá bem. Digo sem perceber o porquê que se vai... mas noto que o ambiente ficou tenso...

Ahh, Deyve. O que seremos afinal?

Rio POV:

Chegar cedo a universidade deixa-me mais confiante. Sempre gostei de estudar, principalmente agora que estamos a estudar a música em si, é um encanto. Eu canto mas quero aprender mais!

Estou a tirar snacks da máquina de snacks e o meu pacote de batata não sai, começo a ficar irritado. Eu tenho fome!

- Eu ajudo. Diz uma voz feminina, longínqua mas familiar

Viro-me e é Kairobi.

- Não preciso de ajuda, obrigado. Digo tenso
E continuo a tentar tirar o pacote de batata

- Não sejas teimoso J (Jotta), deixa-me ajudar-te. Ela diz já com a mão na máquina, dois minutos depois o pacote cai

- Obrigado, digo ligeiramente impressionado

- J, nós precisamos falar

- Não me chames assim por favor. Chamo-me Rio, prefiro que me chamem assim já há um bom tempo. Não venhas mudar isso, por favor. Digo sem querer ser rude

- Tá bom Rio, mas precisamos falar. Diz ela, com a mão no meu peito, já muito perto para o meu gosto e para o gosto da Raquel.

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora