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Rio POV:

— Nem me expliques o porquê de teres feito isso, digo chateado

— Tu sabes bem o porquê

— Eu sei? tu és maluca Kairobi?

— Tu és louco por mim...

Permaneço em silêncio, e nesse instante ocorre um flashback pequeno daquilo que já vivemos...

e que por sinal aperta o meu coração mas não digo nada

— Kairobi, não é assim que se resolvem as coisas

─ Então como é que se resolvem as coisas? Nunca pões tudo na mesa. Sempre adias os teus sentimentos, sempre guardas aquilo que me queres dizer, eu sei que tu tens cenas pra dizer. Faço isso para puderes falar... não é a forma certa, mas é a que te pode fazer falar

─ Continua a tentar. Digo só por dizer

Ela permanece em silêncio e eu me retiro.

Irrita-me dizer, mas ela chega a ter razão. Eu preciso falar, tenho coisas aqui dentro sim... sinto coisas por ela sim... eu nunca quis que as coisas corressem assim, mas também não é fácil!

Nos fones estou a ouvir "Bússola - Nenny". Uma frase para o que estou a viver que se encaixa bem nisso é "Fuck pra tua bússola, eu vou me perder... depois vou me encontrar! Então, fuck pra tua bússola".

Kairobi POV:

Consegui afetá-lo e claro, afetá-la a ela. Mas a Raquel não é o meu alvo. Eu só quero que o Rio abra os olhos, que ele tenha noção da confusão que está a fazer. Ele está carente desde que partiu... desde que o deixei ir. Eu também não quis e só nós podemos resolver isso.

Artur POV:

Estou relaxado a andar pelos corredores e de repente vejo alguém a chorar. Não me é estranha. Ahm, ok... é a Raquel!

─ Estás bem?

─ Deixa-me em paz

─ Com essa resposta, só me obrigas a ficar aqui. Estás bem?

─ Parece-te que estou bem? Ela encolhe e relaxa os ombros

─ Parece-me que não, mas pergunto para saber se o que sentes agora vai durar muito tempo.

─ E o que te importa? Nem sei o que fazes aqui!

─ Ouve Raquel, eu não sei o que te fiz, nem percebo o porquê de tanto ranço. Só gostaria de ajudar, eu sei o porquê de estares assim

— E porquê que estou assim?

— Aposto 5 euros que a Kairobi, está a fazer das dela.

Calou-se, suspirou e respondeu:

— Eu não estou a andar com dinheiro, resmungou

Ri ligeiramente

— Não preciso que pagues, só não quis dizer directamente que sabia a causa. Ouve, se achas que eles precisam resolver algo, dá-lhes tempo...

— Isso faz-me pensar muitas coisas, sabes?

— Sei!

— Como é que sabes?

— Apenas sei, não duvides de alguém que leva nas costas um relacionamento que nem verdadeiro é

— O que queres dizer com isso?

— Eu e a Kairobi não namoramos propriamente...

Ela pareceu chocada

— E a química? ela perguntou incrédula

— Afecto, Carinho e consideração que nós construímos durante esse tempo todo!

— Meu Deus!

— É sério...

— Então agora já percebi...

— Assim o meu coração fica descansado

Ela sorri levemente e diz

— Talvez tenhas razão!
Preciso dar-lhes tempo, só que, não sei como fazer isso... eu sinto que... sei lá. Não o consigo largar!

— Gostaria de saber como é que vocês se conheceram, só para analisar...

— Hm...

— Contas-me?

— Claro.

— Bora, eu levo-te a casa...

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora