68. Nueva Era || pt3

20 5 1
                                    

Raquel POV:

Perdida e atenta à letra da música, recebo uma sms do Rio:

" – Precisamos dar um tempo, não te quero magoar, nem nunca quis..."

Sem hesitar, com o coração acelerado e ofensas na ponta da língua, respondi-o calmamente:
"Nem ia contrariar. Precisamos nos afastar mesmo..."

Nesse mesmo instante, sinto uma mistura de emoções... quis chorar mas não o fiz, fixei o meu olhar sob a luz do luar que atravessava a minha janela... maldita hora em que me apaixonei por ti e pelas tuas falácias mas eu sinto que és tu...

— com quem devo ficar. Digo pro ar e permito-me chorar.

Naquele momento, ouço pedras a baterem na minha janela... um gesto tão Old School que me motivou a ver quem era... e se fora um adolescente mas não, era...

— Artur?

— Sim sou eu... estás sozinha?

— Sim...

— Deixas-me entrar?

— Claro, desço já.

Limpo as minhas lágrimas, lavo a cara rapidamente e desço

— Porquê que não bateste a porta? digo ao deixar espaço para ele entrar

— Pensei no Deyve, talvez tenha algo contra mim e não quero que pensem que estou a namoriscar contigo... seria estranho!

— Percebo, entras aí!

─ Então...

─ Estavas a chorar?

─ Eu, não... é que, bem... sim!

─ Estavas a chorar... Conta-me o que se passou ou passa... foi o Rio né?

─ Como é que sabes?

─ Claro! é óbvio!

─ Affz! Foi... mandou-me uma sms a pedir um tempo.

─ E tu, o que disseste?

─ Artur... digo com uma expressão óbvia ─ Aceitei né!

─ Ahm, mas antes disso... não conversaram?

─ Não e sabes o que é que disse? Que não tava pronto pra falar sobre isso.

Ouve, o Rio às vezes, quando quer(principalmente) sabe e consegue ser muito infantil. Isso irrita-me

Perdão pela indelicadeza... queres beber alguma coisa? Eu não sei se o Deyve vai dormir lá, com Tokyo...

─ Eu até quis... eu tava pra comprar umas cenas pra mim e a Kairobi, acidentalmente encontrei-me com o Rio, trocamos algumas palavras e acabei por deixar o que a Kairobi pediu. Só trouxe nozes, gostas?

─ Tens as do pacote vermelho aí?

─ Porquê?

─ São as melhores! Digo empolgada ─ E são as minhas favoritas...

─ Tenho e o mais engraçado é que o Rio ajudou-me a escolher... disse-me o mesmo, que essas são as melhores. Disse a entregar-me logo

─ Obrigada, ouve... fica a vontade. Tem bebidas aí no Freezer, temos aqui nozes... se quiseres conversamos, vemos um filme... sei lá, preciso mesmo de me distrair

─ Ta bom. Ele senta-se convencido de que pode ficar mesmo a vontade

Um silêncio se junta a nós mas automaticamente o Artur quebra isso

─ Sabes que eu nunca olhei pra ti com outros olhos?

─ Outros olhos? como assim?

─ Tipo não gostar de ti, ter ranço de primeira e etc. Eu gosto de ter motivos para tal, por isso é que nas cenas da Kairobi, eu não me meto. Ela faz o que acha que deve fazer, e eu faço a minha função que é ser namorado dela, fiel ou infiel, eu só devo ser namorado dela, percebes?

─ Ahm, sim. Percebo! Digo a mastigar as nozes

No mesmo instante, levanto-me e vou pegar 1l de coca-cola

─ Coca-cola vai?

─ Claro e se tiver vodka preta melhor!

─ Tens aí. Digo e aponto onde ficam as bebidas

─ Nice!

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora