51. Martes ||

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- Tá bem, mas por favor Kairobi, respeita-me! Digo ao tirar a mão dela do meu peito e sento nos bancos mais próximos

- Eu sei que... nós não acabamos bem. Diz ao sentar-se do meu lado

- Não acabamos bem? Pensei que estavas feliz, foste tu! que terminaste com aquilo tudo

- Rio, deixa-me explicar-te. Nunca quis ficar longe de ti

- Não tornes as coisas difíceis por favor

- Ouve! Ela quase que grita
Mesmo calmo, deixo-a falar

- Eu nunca quis que te deixar, eu amo-te tanto, na verdade sempre amei tanto. Mas, como soube que ias mudar-te pra outra cidade, decidi fingir que já não te amava e fiz com que o Artur fosse o meu novo namorado. Só que, eu não sabia que acabaria por gostar dele, ficar com ele e até morar com ele. Foi tudo tão rápido. Eu não tou a pedir que tu voltes para mim, só estou a dizer-te o real motivo de te ter deixado ir, só assim...

Indignado, confuso com tudo que dissera...

- Kairobi, é muita informação para digerir, principalmente agora. Não tornes as coisas mais difíceis...

- Eu vou deixar-te em paz, mas peço-te que penses nas minhas palavras... Diz ela a tocar na minha face

Novamente, retiro a mão dela da minha face e digo
- Tá bem, talvez pense. Mas eu não quero te dar esperanças Kairobi. Amei-te demasiado, quase que amava mais a ti do que a mim, estiveste sempre do meu lado, caí em depressão e estiveste lá, nas minhas piores crises de auto-estima, estiveste lá. Quando quis que viesses comigo, me deixaste. Isso não é algo que se cura assim, de um dia para o outro...

- Percebo claramente, assumo o meu erro.

- Alegra-me que o faças. Agora, se não te importas, preciso começar o trabalho de música com o Yankie.

- Tá bem, eu vou fazer o mesmo com o Artur...

- Licença! Digo com um sorriso tímido. Levanto-me e vou me embora rumo à biblioteca.

Tokyo POV:

Ainda na carteira onde me sentei desde manhã, decido me levantar para ir comer alguma coisa no refeitório.

- Tokyo, ouço uma voz masculina, reconheço ou não...

- Oslin? digo e viro

- Thiago, diz ele um pouco tenso

- Ahm, olá Thiago. Como estás? Digo com um sorriso longínquo

- Saudável em todas as vertentes e tu?

- Sabes como é que é... eu sou o que o meu dia é...

- Queres falar sobre?

- Isso? não. Outra coisa

- Então, acompanhas-me ao refeitório? É que eu tenho fome, diz ele com um sorriso farto...

Ahhh Thiago, pena que és muito ingênuo.

- Claro, eu ia para lá agora

Servimo-nos e sentamos juntos, conversamos sobre muitos assuntos. Poesia, Livros, Filmes e Músicas recentes...

- Tu nunca ouviste Tell you the Truth? do Trevor Jackson? Digo indignada

- Ouvi, mas não propriamente...

- Thiagoooo, eu digo muito entusiasmada. E quase todos do refeitório param de comer e conversar para olhar para nós, até Deyve que estava a entrar... mas deu meia volta e foi-se.

- Olha, acabamos essa conversa outro dia... preciso ir. Ele sorri e vai-se

Levanto, deixo o meu tabuleiro na prateleira e vou-me embora.

Raquel POV:
Talvez eu tivesse me precipitado, talvez se o tivesse ouvido e acreditado não tariamos assim, nem nessa posição Agora sinto-me mal, vi-o e ouvi-o dizer coisas que só confirmaram o que me disse antes da festa.
Ele não anda com ela, ele afirmou, não mentiu, insistiu na verdade dele e que por acaso é mesmo verdade. Sinto-me muito mal. Devia estar do lado dele em todos os momentos, mas às vezes
essas coisas são necessárias para um relacionamento duradouro.

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora