Part 15

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Já tinham se passado 15 minutos e nós continuávamos na mesma posição. Eu deitada em seu peito e ela me olhando, fazendo carinho, dando beijos...

- Linda, já tá tarde. Você vai dormir aqui?

- Hmmm... por mais que eu queira, e muito, vou ter que deixar pra próxima, desculpa! Eu já contei pros meus pais que iria ter aula de biologia extra. Acho que eles não estão preparados pra me ouvir dizer que vou dormir com a minha professora... pelo menos ainda não - falei de brincadeira, soltando uma risadinha. Bia também riu da piada.

- Então sexta-feira você diz que vai dormir na casa de uma "amiga" e vem passar a noite aqui, o que você acha?

Ela realmente estava me convidando pra dormir na casa dela? Meu coração disparou. Até me belisquei pra ver se eu não tava sonhando. Não, isso tava realmente acontecendo.

- Eu acho incrível. - falei olhando pros olhos da Bia. Fiquei algum tempo vidrada na visão que tava tendo. Seus olhos, já lindos de longe, tinham se tornado hipnotizantes de perto. Eu não conseguia desviar o olhar, e nem queria.

- Acho que caiu uma baba aqui. - ela brincou limpando o canto da minha boca, me fazendo sair do meu transe, envergonhada. Antes de tirar a mão do meu rosto, Bia segurou meu queixo de forma delicada, nos aproximando. Chegando perto ela começou a ir mais devagar, como se pedisse por consentimento. Fiz que sim com a cabeça, compreendendo o motivo da sua desaceleração. Era incrível como a gente se entendia só pelas expressões uma da outra. Então, finalmente, juntamos nossos lábios. O beijo foi incrível, carregado de amor e respeito. Começamos lentamente, como se tivéssemos conhecendo- nos, ao pegar intimidade, fomos aprofundando, intensificando. De longe, essa era uma das melhores sensações que eu já tinha sentido. Ao perder o fôlego, Bia começou a se afastar devagar pra respirar.

- Ahhh - reclamei em um tom choroso, meio infantil- quelu mais. - Eu fazia biquinho, como de bebê. Nossa aquela mulher me deixava vulnerável.

- Hahahahaha! Como dizer não a um biquinho desses?

Então nos juntamos novamente. A paixão não se limitou apenas ao nosso primeiro beijo. Esse beijo, como o anterior, também foi apaixonado, mas já intenso. Tão incrível quanto. Enquanto nossos lábios ainda estavam colados, eu me sentia nas nuvens. Novamente o ar acabou, mas dessa vez foi o meu. Tive que nos desgrudar, infelizmente.
Já centímetros separadas, caímos da risada. Percebemos quão vulnerável uma deixa a outra. Isso não nos enfraquecia, pelo contrário, tornava nossa relação ainda mais forte.

- Bia, acho que eu tenho que ir...

- Vou te levar de carro. Não quero você andando de noite sozinha por aí!

- Não precisa Bi! Mesmo. São só 5 minutinhos.

- Aí aí - ela suspirou alto- Acho engraçado, mesmo depois da surra que você levou, você ainda achar que eu estou pedindo.
Baixei a cabeça deixando meu lado submisso tomar conta.

- Obrigada, senhora.

- Essa é a atitude que eu quero quando te dou uma ordem. Estamos entendidas?

- Sim senhora.

- Ótimo. - ela disse passando a mão por meu cabelo.

Só lembrei que ainda estava sem calcinha, quando Bia me entregou a peça de roupa íntima, pedindo que eu me vestisse. Assim que acabei de colocar, começamos a sair do quarto e descer pro andar de baixo. Ao pisar no último degrau, olhei pra mesa de vidro onde tudo começou. Minha prova ainda estava lá em cima. Suspirei.

- Bia...

- Sim?

- Você sabe que eu me preocupo demais com nota, certo?

- Sim, sei sim. - ela disse suspirando e já entendendo onde eu queria chegar.

- Não vou pedir pra você aumentar minha nota na prova porque não mereço. Não seria justo. Mas será que teriam algumas atividades que você poderia me passar que me ajudariam a alcançar a média? Não espero chegar em A, ou até B. Mas não queria ficar de recuperação... - eu pedi brincando com os dedos, como eu faço quando fico nervosa ou ansiosa com alguma coisa.

- Vou pensar em alguma coisa, ok? Prometo. - ela respondeu segurando minhas mãos, mostrando que não tinha porque ficar tão nervosa com algo pequeno.

- Sério? Muito obrigada Bia, mesmo. - eu disse soltando minhas mãos das dela e lhe dando um abraço. Ela retribuiu o abraço da forma mais carinhosa possível.

- So, agora vamos que já tá tarde e não queremos deixar seus pais preocupados.

- Sim senhora! - disse sorrindo, aliviada com tudo que tinha acontecido.
Seguimos a caminho da sua garagem, entramos no carro e fomos pra minha casa. Ao chegarmos no destino, olhei pra Bia dizendo:

- Bi, brigada! Mesmo. Não precisava...

- Precisava sim, pequena. Mas imagina, não foi nada.

Sorri e comecei a me preparar pra sair do carro. Tinha acabado de tirar o cinto e estava pronta pra descer quando ela me pegou pelo pulso e disse:

- Acho bom eu ganhar um beijo de despedida, mocinha.

Não pude deixar de sorrir. Adorava ver que ela me queria o tanto quanto eu queria ela. Claro que não neguei a ordem. Sim, nós nos beijando ali mesmo. Na frente da minha casa, onde meus pais preconceituosos podiam nos ver a qualquer instante. Mas o perigo tornava tudo mais excitante. Além do mais, com ela eu sabia que estava segura, eu sentia isso, algo me dizia que enquanto nós estivéssemos juntas, o mundo podia desabar que eu continuaria sã e salva.

- Tchau, Bia, muito obrigada mais uma vez- falei com tristeza na voz. Não, eu não queria me separar dela.

- Tchau, linda...

Como se apaixonar pela sua professora (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora