Part 19

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- Ahh Bia, então... como eu já te contei, sou meio nova no BDSM, tanto que você foi minha primeira "experiência". Pelo que eu pesquisei, me interessei muito por spanking, bondage e privação de sentidos. Mas eu estou super disposta a experimentar coisas novas, tanto que a palavra de segurança serve pra isso, não? - ela fez que sim com a cabeça- Agora sobre limites... confesso que eu sou meio medrosa com agulhas, só de pensar já me arrepio toda... também não sei se me sinto tão bem assim com humilhação em público, claro que, se vier ao caso, eu posso tentar, mas tenho um pé atrás... Também já pesquisei e percebi que, em algumas relações, o Dom tem que autorizar o Sub a falar... não acho que isso seja pra mim... - ela pareceu entender meu sentimento, talvez até compartilhasse a mesma sensação em relação a essas práticas. - Bi, enquanto você falava dos seus fetiches, você falou uma palavra que eu não sei o que significa- admiti meio envergonhada- acho que é tic.. alguma coisa

- Tickling, linda. É fetiche com cócegas. Não precisa ficar com vergonha não, não é muito comum mesmo.

- Uuuuuu, parece divertido! - me empolguei com a ideia, soltando um sorriso espontâneo nela - também nos seus limites você falou outra prática que eu não sei o que significa... knifeplay, acho.

- Isso! Knifeplay é uma prática com facas e objetos cortantes.

- Ahhh! Entendi... não sei se me sentiria muito confortável com pessoa manuseando facas sobre o meu corpo. É minha cara me assustar, acabar me mexendo e me cortando feio sem querer... - Bia riu- Bi... última pergunta, prometo! Como você se sente com waxplay? É uma prática que eu tenho bastante curiosidade!

- Sendo bem sincera, nunca tentei, linda! Não me dá tanta aflição quanto knifeplay ou práticas com agulhas, mas também nunca me chamou muito a atenção. Podemos tentar um dia, você quer?

- Sim senhora, por favor! - Eu disse mordendo os lábios, nossa eu não conseguia mesmo esconder meus sentimentos.

- Já vi que vou ter que sortear um papel antes que seus lábios comecem a sangrar de tanto que você morde eles. - senti minhas bochechas corarem, ela realmente repara em tudo! Bia abriu o papel e leu- aniversários.

- Eu começo, certo? - ela assentiu com a cabeça- Meu aniversário é dia 15 de Novembro!

- Olha só! Tá pertinho! Daqui duas semanas!

- Simm!! - falei empolgada- Eu AMO aniversários! Amo comemorar o meu e amo mais ainda comemorar o dos outros, comprar presentes, prestigiar...

- Mmmhhhh, bom saber! - Bia disse pensativa.

- O que você tem em mente, Dona Beatriz?? - provoquei curiosa.

- Daqui duas semanas você vai saber, curiosa!

- Sou mesmo! - rimos as duas juntas- E o seu, Bi? Quando é?

- Meu aniversário é dia 14 de Janeiro!

- 14 de Janeiro - repeti pra mim mesma- Ok! Agora não esqueço mais- e realmente eu tinha uma memória muito boa pra guardar datas.

- Acho bom mesmo- ela me provocou enquanto dava uma piscadinha - Vai lá, linda, tira um papel.

Sorteei o próximo tópico de conversa, dessa vez saiu outro meu: família.

- Uau! Família? - ela pareceu meio assustada e surpresa com o assunto.

- Bi... se não quiser falar sobre isso não precisamos!

- Relaxa, linda! A gente tá aqui pra confiar mais uma na outra, é só um assunto meio delicado pra mim... mas tudo bem! - ofereci minha mão pra ela em sinal de suporte, ela sorriu e aceitou, me dando a sua. - Da forma mais carinhosa possível, posso te dizer que minha família é maldosa. Maldosa mesmo. A ponto de ver alguém sem teto na rua e dar risada. São pessoas esnobes e egoístas. - fiquei meio surpresa com os comentários, ela foi bem direta mesmo - Por isso não me identifico com eles, precisava me afastar da minha família o mais rápido possível, então assim que fiz 18 anos, já vim pra cá morar sozinha. - Com 18 anos ela comprou uma casa enorme dessas?? Nossa eu com quase 18 aqui me achando madura por decidir se quero ver Friends ou Stranger things... - Eu sempre fui neta e filha única, com 15 anos eu saí do armário pros meus pais divorciados. Minha mãe nunca me aceitou, eu falo com ela uma vez por semestre e olhe lá! Já meu pai me aceitou completamente, então fui morar com ele e com a minha madrasta. A Catarina, minha madrasta, virou tipo uma figura materna pra mim! Ela que me levava na ginecologista, me dava conselhos amorosos, me ensinava sobre menstruação e esses tabus todos, mesmo assim tive que me afastar dela, ela podia ser boa pra mim, mas continuava esnobe como o resto da família. - Antes de continuar, Bia respirou profundamente, se preparando pra contar algo ruim. Percebendo isso, apertei sua mão mais forte, e deitei em seu ombro, mostrando novamente que eu estava lá pra ela.

Como se apaixonar pela sua professora (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora