Part 20

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- Quer jantar agora, linda?

- Pode ser! - respondi já com fome.

- Eu preparei um macarrão à bolonhesa pra gente. Você gosta?

- Amo! - ela sorriu ao ver minha satisfação com o prato escolhido.

- Pode sentar aqui, pequena. - Bia afastou uma cadeira da mesa redonda de vidro. E foi em direção a cozinha esquentar o jantar.

Ai aquela mesa de vidro... o dia da surra veio na minha mente, comecei a ficar excitada imaginando quando eu estaria em seu colo de novo, mas dessa vez, espero eu, recebendo palmadas eróticas, não de punição. Claro que comecei a morder o lábio perdida nos meus pensamentos.

- Não quero nem imaginar o que a mocinha aí tá pensando, pra morder o lábio desse jeito... - Bia me tirou do meu transe, me deixando envergonhada, mas acabei soltando uma risadinha nervosa.

- Mmmmmm o cheiro tá uma delícia! Quer ajuda pra botar a mesa? - desviei o assunto. Bia não queria "brincar" essa noite, infelizmente, eu tinha que respeitar isso. Ela tava certíssima em querer fazer a gente se conhecer melhor, e eu estava amando essa noite. Bia se tornava a pessoa que eu era mais próxima, meu porto seguro, sabia que podia confiar nela pra tudo, podia ser eu mesma perto dela. O que me deixou mais feliz foi saber que ela sente o mesmo quando está comigo. Eu me sentia completa perto dela.

- Não precisa, So! Hoje você é visita, vou te mimar um pouco. - não pude deixar de sorrir com a forma carinhosa como ela cuidava de mim.

Assim que Bia acabou de arrumar a mesa para jantarmos, ela trouxe o macarrão à bolonhesa, que estava com um cheiro maravilhoso, capaz de infestar a casa toda!

- Posso te servir, pequena?

- Sim! Por favor. - eu já estava quase babando em cima do macarrão. Deixei o prato parado na minha frente enquanto esperava Bia se servir.

- Obrigada!

- Pelo que, princesa?

- Ah Bi... por tudo! Por cuidar de mim na escola, por me convidar pra passar a noite, por fazer o jantar, me servir... tudo!

- Imagina, So! Pode ir se acostumando porque é dessa forma que eu trato minhas submissas enquanto estamos fora do quarto. - Ela piscou pra mim de forma maliciosa, eu ri meio nervosa, na tendência de morder o lábio, mas parei. Daqui a pouco ela ia começar a me achar tarada, isso sim.

- Eu devolvo com a sobremesa, pode ser?

- Mmmmm e o que a mocinha aí tem em mente pra sobremesa?

- É minha especialidade, ja já você descobre. -
Eu disse enquanto experimentava o macarrão feito por Bia - Nossa Bi!!! Isso aqui tá maravilhoso! - Era sinceramente uma das melhores coisas que eu já tinha experimentado.

- Que bom que gostou, linda!

O resto do jantar foi super prazeroso, ficamos jogando conversa fora, falamos sobre como os meninos olham pra Bia durante a aula, sobre a minha relação com a Rebeca, sobre as amigas da Bia, fofocas dos alunos e dos professores, viagens... Na minha cabeça, acho que movida pelo preconceito com BDSM, a relação D/s nunca seria assim, tão gostosa e leve. Eu achava que o Dom iria ser 100% do tempo controlador e o sub 100% do tempo controlado. Não era assim, pelo menos não com a gente. Parecia que conversávamos como um casal apaixonado, e o que tratava da parte sexual, ficava apenas entre as 4 paredes.

- Terminou? - Bia perguntou enquanto se levantava pra tirar os pratos.

- Sim! Estava incrível, mesmo! Bi, posso pelo menos te ajudar com a louça?

- Acho que já sabe a resposta. - Bia respondeu da cozinha já colocando os pratos na máquina de lavar louça.

- Okayy...

Levantei e fui até ela. A cozinha, assim como o resto da casa, também era maravilhosa. Super chique. Chegando lá, a abracei por trás e, com meus 1,59, me esforcei pra dar um beijo na sua bochecha. Achei que seria uma forma fofa de agradecimento. Aparentemente ela também gostou, porque, em questão de segundos, Bia já tinha me posto contra a parede, prendido minhas mãos acima da cabeça e estava me beijando loucamente. Ela parecia estar guardando essa intensidade a noite toda e acabou descontando tudo de uma vez só nesse beijo. Minhas pernas chegaram a ficar bambas. Quando perdemos o fôlego, Bia soltou minhas mãos e voltou pra louça, como se nada tivesse acontecido. Como ela conseguia agir com tanta naturalidade depois desse momento que acabamos de ter?? Bem, se ela consegue eu também consigo... espero. Ficamos em silêncio,  ouvindo apenas a água da torneira escorrer, como aquela falta de conversa me matava! Ela enfim acabou de arrumar tudo, odiava não poder ajudar, mas regras são regras, ainda mais vindas da Bia. Assim que o barulho da torneira parou, não me aguentei e acabei falando:

- Posso fazer a sobremesa ou a senhora vai querer me beijar de novo?

- Haha, muito engraçadinha você. Melhor cuidar com essas provocações antes que você vire a sobremesa.

Essa mulher tem o controle do meu corpo na palma da mão. Pode me excitar e me acalmar em questão de segundos. O pior é que ela sabia disso porque eu não consigo esconder o que sinto.

- A cozinha é sua, pequena! Fica a vontade pra usar o que precisar. A dispensa é logo ali - ela apontou pra um espaço meio escondidinho da cozinha.

- Brigada, Bi!

Então comecei a preparar minha especialidade: brigadeiro. Sim, uma receita bobinha assim. O diferencial é que todos que já provaram meu brigadeiro disseram que era o melhor que já tinham comido. Se eu quisesse agradar a Bia de alguma forma hoje, seria pelo estômago.
Fui até a dispensa e peguei uma caixinha de leite condensado e a lata de Nescau que tinha lá. Peguei também sal e manteiga. Muitos até torcem o nariz quando sabem que coloco sal no brigadeiro. Mas, como diz a minha vó, tudo que vai sal vai açúcar e tudo que vai açúcar vai sal. A pitada de sal ressalta o sabor, deixando ele ainda mais com o gostinho de casa de vó.
Misturei tudo em uma panela até pegar o ponto. Encontrei um potinho, duas colheres e servi o brigadeiro ainda quente. Ele era gostoso assim mesmo, de colher e quentinho, ainda mais no frio que tava fazendo essa hora.
Arrumei toda a bagunça que fiz, lavei a panela e fui até a sala ao encontro de Bia.
Ela me esperava no sofá, que já estava aberto pronto para que pudéssemos esticar as pernas. Percebi também que ela tinha trocado de roupa e agora estava de pijama de seda preto. É incrível como, até pronta pra dormir, Bia ainda é a mulher mais linda que eu já conheci.

Como se apaixonar pela sua professora (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora