༶ ✞ ༶Em todos os seus, até então, dezessete anos de vida, Jimin se perdeu nas contas de quantas vezes foi dormir pedindo aos céus o seu pai de volta. Era um pedido impossível e quando começou a entrar na adolescência foi começando a colocar isso em sua mente. Mas de verdade? Era difícil parar de pedir.
Conforme o tempo foi passando Jimin se conformou, mesmo que aquele desejo permanecesse. Ele simplesmente se prendia nas vagas memórias que tinha de seu pai falando consigo quando criança. Memórias que valiam tanto mas tanto para o menino, que ele chegava até a se perguntar se toda vez que pensava nelas, não estaria gastando-as. Memórias de ouro.
Mas ao olhar agora para o idoso que até então não passava de um jardineiro querido e conhecido por Jimin, seus olhos brilhavam. Não, a vida não podia mais trazer seu pai de volta, mas ela foi incrível trazendo um pouquinho dele pra si repentinamente.
No final das contas, foi impossível para o menino não lembrar de todas as vezes que Madre Angel olhou no fundo dos seus olhos e lhe disse com certeza: "Mas querido, seu pai ainda está com você. O amor dele é tão grande que é mais do que seus olhinhos curiosos podem ver"
Era verdade. O amor de seu pai era tão grande que, mesmo não estando mais aqui fisicamente, lhe trouxe mais alguém pra chamar de família.
Depois da grande descoberta entre o adolescente e o idoso, se deram o respeito de beber uma água e aproveitar uns minutos em silêncio cada um com seus próprios pensamentos sobre tudo.
Senhor Choi era seu avô, o pai de seu pai que tanto ama. Desde a primeira vez que colocou os olhos no senhor de idade, Jimin quis ser sua família porque enxergou que o homem precisava de uma. E mesmo com a felicidade lhe tomando o peito, Jimin nunca se importou com sangue para querer cuidar do idoso.
— Desculpe não ser o neto que talvez o senhor sempre idealizou, mas o importante é meu coração. E meu coração gosta muito do senhor. — já tinha se passado uns bons minutos com o silêncio e a calmaria voltando, então Jimin sentadinho no chão resolveu falar observando o homem no sofá pensativo.
Sua fala atraiu a atenção de senhor Choi de volta ao seu rosto, e o coração de Jimin se preencheu ainda mais ao ver aquele senhor que em geral era tão sério, lhe lançar um sorrisinho fraco que particularmente Jimin achou fofo.
— Menino... Meu... Meu neto, se você soubesse quantas noites eu fui dormir desde que te conheci pedindo para que meu neto fosse um por cento do que você é. — o homem admitiu emocionado. — Mesmo que eu não me importasse com isso. Eu me consideraria sortudo só de poder conhecer meu neto, me odiando ou não. Então saber que é você... E que você continua sendo exatamente como é descobrindo isso. É um presente.
Jimin lhe lançou de volta um sorrisinho emocionado, se segurando para não chorar de novo. Respirou fundo, até anunciar:
— Senhor Choi, minha mãe precisa saber disso. Você não sabe o quanto ela amou o seu filho! — o homem já queria se emocionar de novo. — Fique aqui!
Após isso, não demorou muito para ter um Jimin voltando para a sua casa arrastando sua mãe que estava super confusa e não parava de perguntar para o filho o que ele tanto queria para lhe tirar no meio da sua produção de bolos.
Senhor Choi ficou nervoso ao olhar para a mulher como se fosse a primeira vez que a visse. Mas de fato, pela primeira vez estava vendo-a como a mulher que compartilhou os últimos anos de seu filho vivo. Era forte.
Tudo pareceu passar muito devagar para a mulher, desde seu filho contando, senhor Choi reafirmando nervoso e puxando novamente a foto tão reveladora, seu coração de repente palpitando, seus olhos sem conseguir conter as lágrimas... Tudo de uma vez.
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(I M) P U R E.
Fanfiction[EM REVISÃO] Criado em um meio religioso, - e com muito orgulho - além de uma educação um tanto conservada (perceba que foi dito conversada, e não conservadora), Park Jimin levava uma vida financeiramente difícil. No entanto, isso nunca lhe foi leva...