➴ fifty one; blasphemy ➴

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Já fazia em torno de vinte minutos que a fuga do tal fotógrafo ocorreu, ato esse que corroía os dois envolvidos até agora, sem soluções e sem ações momentâneas. Um grande problema se plantou ali, problema que não era tão simples de ser resolvido, e por isso, um silêncio pairava entre os dois naquele parque vazio.

Cada um estava sentado em um banco diferente de frente um para o outro, mesmo que cada assento daqueles fosse grande o suficiente para sentarem ao lado um do outro, em apenas um. Mas não, aquela escolha de comodidade foi natural, foi Jimin e Jungkook dando espaço um ao outro para refletir sobre o que acabou de acontecer. Afinal, não era fácil assimilar a situação delicada que haviam se metido.

Um ano se dedicando ao máximo para esconder bem, tudo em prol de não prejudicar o trabalho de Jimin, algo que ele e sua mãe precisavam tanto. Tudo em prol também de não levar a imagem dele para a mídia, como o namoradinho do filhinho gay do prefeito.

Resumidamente, tudo o que foi feito para proteger a vida tranquila e sem polêmicas de Jimin estava de repente em jogo. E até dinheiro envolvia.

O silêncio continuava pairando enquanto ambos focavam seus olhares para o chão do parque, com suas devidas expressões preocupadas e desnorteadas. Jimin, claro, com mais suavidade e apenas esbanjando tristeza em sua preocupação, já Jungkook, sua expressão era mais rígida. Como quem estivesse sem palavras por agora, mas que estava pensando em algo para resolver isso porque ainda não tinha largado de mão. E nem iria.

Calados para sempre? Não tinha como, então Jimin negou com a cabeça ainda com seu olhar focado para baixo, e resolveu quebrar aquele silêncio:

— Acabou o esconde-esconde, Jungkook. Parece que a cidade toda vai saber sobre nós. — sua voz estava afetada, afetada como uma pessoa que iria colocar sua mãe em uma situação que quem sabe, a única saída seja vender a única coisa que Park deixou para sua família antes de morrer: a casa própria. Pelo menos seria um dinheiro vindo, mesmo que os prejudicassem de outra forma.

Ou conseguir outro emprego em um curto período. E com o currículo que tem, o qual as únicas experiências que coleciona é servir à igreja e trabalhar como empregado? Só a segunda vai ter um peso sútil.

— Eu vou descolar essa gran-

— Não, você não vai. — sem hesitar, Jimin se pôs de pé e falou com firmeza, interrompendo a fala super impulsa que o moreno estava querendo dizer. — Eu só disse um fato que ia acontecer, não foi pra você falar ao contrário. Contrário esse que nem que você tivesse esse dinheiro guardado, eu ia querer que você fizesse. Esquece essa bobeira do dinheiro que ele falou, porque isso não é hipótese pra gente.

Surpreendentemente, Jungkook que sempre tem uma resposta na ponta da língua, não pronunciou absolutamente nada. Sequer conseguiu direcionar seu olhar para cima, continuou fitando o chão com o seu cenho franzido.

Ele queria ser impulso e dizer que ia descolar esse dinheiro de qualquer forma. Mas dessa vez, a razão que sempre é deixada de lado em sua mente, falou francamente pra si: você só teria esse dinheiro através do seu pai, e não tem sentido pedir esse valor todo para ele. Você não teria argumentos, e ele não lhe daria esse dinheiro sem saber o porquê.

E sim, Jungkook mentiria muito. Mas muito mesmo por Jimin, para ajudá-lo, para vê-lo bem. Mas dessa vez, não existiriam mentiras que pudessem ser sustentadas em prol disso, não teria o que inventar, que o prefeito Jeon não descobrisse logo.

Pior que isso... Jungkook conhece pessoas malandras, quem garante que ao receber esse dinheiro, o cara não ousaria pedir mais e mais? Ou até mesmo acabaria vendendo as fotos para outra pessoa, no final de tudo. Não tinha como confiar. Não existia seguranças, mesmo que a grana estivesse no bolso.

(I M) P U R E.Onde histórias criam vida. Descubra agora