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Autora On: 

Faltavam exatamente vinte segundos para dar meia-noite e, a partir de então, Shoto Todoroki poderia se considerar maior de idade. Diferente do que planejou no ano anterior junto de seus amigos, ele não está comemorando em uma balada ou festa super chique, muito menos gastando horrores de dinheiro com uma moto para se auto presentear, tão pouco enchendo a cara sozinho — coisa que costumava fazer quando se sentia solitário. Claro, sem citar seus outros atos peculiares, como a prática bdsm.

Mesmo com a presença do pai e amigos, era inevitável: uma parte dentro de si sempre sentia falta de algo e pelo fato de ser órfão de mãe, conclui consigo mesmo que ser um adolescente "rebelde" acaba preenchendo esse vazio. Concepção errônea. 

De todos seus submissos sexuais, até a moto mais cara de sua coleção, nada nem ninguém preenche esse vazio em seu peito do que o simples fato de ver o rosto sereno de seu filho dormindo no berço e o sorriso bobo em seu rosto, misturado com orgulho, é a prova mais do que suficiente que o meio platinado não trocaria esse lugar por nenhuma festa badalada, mesmo que sua blusa esteja toda molhada do xixi recente que seu filho fez em si enquanto trocava sua fralda.

— Hahaha, parece que vou completar mais um ano coberto de xixi. — Faz uma pequena chama em sua mão direita para poder analisar melhor a blusa suja. — E um pouco de gorfo também... quando ele fez isso? — A dúvida se a sujeira nova que descobre em seu ombro é realmente nova o faz franzir o cenho, pensativo, mas resolve deixar para lá.

Dá uma rápida olhada no relógio com desenho de All Might na parede do quarto do filho, só para confirmar o que já sabia: são meia-noite e três. Suspira aliviado e fecha os olhos, agradecendo mentalmente por poder viver mais um ano. Curva-se sobre o berço, podendo alcançar com facilidade as bochechinhas sardentas de Sora, onde deposita um beijo estalado e sussurra:

— Obrigado por ser o melhor presente que eu já ganhei em toda a minha vida. — Sorri ao ver o pequeno se remexer incomodado com o calor de suas palavras. — E feliz quinze dias de vida, Sora Toshinori Todoroki. — Dá-lhe um último beijo, mais demorado que o anterior, aproveitando para sentir seu perfume doce. Logo sai do quarto do pequeno, passando pela porta que propositalmente foi colocada ao lado do seu durante uma pequena reforma que tiveram.

No futuro tirarão e deixarão só a porta principal, mas por enquanto que Sora não tem nenhum ano de vida, as duas serão mantidas.

Entra em seu quarto, seguindo direto para o banheiro, contendo-se para não parar e beijar Izuku assim como fez seu filho, resolveu se limpar primeiro. Em pouco tempo, já estava limpo, cheiroso e com roupas confortáveis, enfiando-se no emaranhado de lençóis de sua cama macia. Tomou o travesseiro que Izuku abraçava e passou a abraçá-lo, apertando-o até onde pode por conta do seu corte. Faz o mesmo processo que fez com seu bebê, um longo beijo na bochecha para então sussurrar:

— Obrigado por ter me dado o melhor presente de toda a minha vida... 

— De nada. — A resposta baixa, junto do abraço levemente apertado que recebeu, o fez arregalar os olhos, surpreso.

— Está acordado?

— Não, eu sou sonâmbulo, hahaha! — A risada gostosa que Izuku deu impede que o maior que fique irritado com a resposta afiada, pois acaba rindo com ele. — Eu acordei assim que Sora chorou, eu ia levantar, mas você fez isso antes. — Sobe os olhos esmeraldinos na altura do rosto alheio. — E... eu já havia me programado para acordar essa hora, veja. — Tira o celular debaixo do travesseiro.

Shoto franze o cenho, pronto para repreender o menor por tal ato, justamente por achar perigoso, mas acaba deixando o sermão de lado ao ver o nome do alarme que Izuku colocou no celular à meia-noite em ponto.

Meu Eterno RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora