Meu Eterno Rival

Casa nova

Enji On: 

Finalmente, depois de tantos repórteres e colegas de trabalhos inconvenientes, conseguimos sair daquela reunião. Tudo bem que eu já imaginava que seria esse alvoroço todo, mas fala sério! Nem quando vamos anunciar quem tem um vilão perigoso à solta eles fazem tanto escândalo. Massageio minhas têmporas com uma mão enquanto a outra fica no volante do carro, aproveito que o sinal está fechado para olhar de lado e ver um loiro sorridente mexendo no celular. Depois que conseguimos fugir de todos os repórteres. passamos em nossos lares para trocar de roupa, afinal não dá para ver casas novas com aqueles uniformes.

— Olha, amor! Já fizeram um monte de fã clubes da gente! — ele me mostra o celular, sorrindo.

— Que rápido. — comento, voltando minha atenção para estrada ao ver o sinal abrir.

— Nossa... obrigado pela atenção! — ouço ele fazer uma voz dengosa e vejo um leve bico ao olhá-lo pelo canto do olhos. Não consigo me segurar e dou uma gargalhada alta, deixando-o mais irritado. — Não tem graça! — me olha emburrado e apenas continuo olhando para frente, ignorando-o. Sei que ele odeia quando faço isso. — Quero ver você me ignora agora! — sussurra no meu ouvido, me causando arrepios. Tento me concentrar em dirigir o carro, mas é difícil continuar ao sentir uma mão massageando seu pênis lentamente por cima da calça. Antes que meu membro comece a ganhar vida, seguro sua mão com força e paro o carro bruscamente, olhando-o sério.

— Já chegamos. — digo com a voz rouca e sorrio ao ver sua cara de decepção por perceber que eu não tinha parado o carro para fazer certas coisas. Porém, seu sorriso logo volta ao olhar para frente e ver uma linda casa com algumas mini árvores na porta. Antes que eu pudesse sair do carro, ele já estava lá fora, praticamente gritando de felicidade com o pobre corretor, o qual, se não fosse por sua roupa formal e a maleta debaixo de seu braço, eu diria que era um doente que fugiu do hospital. Pelo pouco que pude ver, parecia que ele não dormia há dias e, com uma montanha loira transbordando de felicidade ao seu lado, só o fez parecer mais depressivo. Me aproximo de Toshinori passando a mão em sua cintura o contendo, antes que ele assuste mais o homem.

— Calma, amor. Assim você vai assustá-lo. — sorrio e lhe dou um selinho, acalmando-o com meu gesto.

— Me desculpe, é que eu estou muito animado! — diz olhando sem graça para o homem.
 
— Sem problemas, eu vejo quase todo o dia casais como vocês, ansiosos para o primeiro lar juntos. Quer dizer... não como vocês, não é todo o dia que eu tenho a honra de poder vender uma casa para os poderosos All Might e Endeavor! — por um momento eu acho que vi sua expressão de doente criar um pouco de vida com suas palavras, se não fosse por todas as recomendações que eu recebi dele, eu com certeza não o contrataria, mas parece que o Toshinori não se importa com isso. Afinal, ele nunca julga as pessoas pela a aparência. — Permita-me apresentar melhor, me chamo Yokumiru Mera. — nos cumprimentamos e caminhamos em direção a casa. — Foi bem difícil achar uma casa que se encaixasse na exigência de ambos. Todos os meus clientes têm alguma exigência em especial, mas os senhores conseguiram me surpreender, pedindo uma casa não muito chamativa, mas brilhante ao mesmo tempo, e não muito grande, mas com um quintal do tamanho de um campo. Sem falar no tamanho da garagem! — enquanto ele falava, eu não sabia se estava reclamando de nossos pedidos ou apenas surpreso. Resolvi optar pela segunda opção.

— Ah, me desculpe, mas se não for uma casa que se encaixe com o gosto de ambos, vamos ouvir eternamente reclamações de nossos filhos! — vejo Toshinori se explicar enquanto analisa a sala minimamente.

— Se for muito complicado para você, podemos procurar outro. — digo sério e recebo um olhar negativo do loiro.

— Não, não, eu não quis dizer isso! Eu até gosto, sinto como se fosse um desafio. Se os senhores não gostarem desta casa, tenho mais algumas que se encaixam no pedido. — diz nos mostrando o quintal e, pela cara de desgosto que o loiro fez, já sabia que não  seria esta. Ainda bem que temos o dia todo.