Vou matar você!

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Kirishima On: 

Fico encarando Tetsu sem saber o que pensar ou dizer. Mesmo que ele esteja desacordado e todo enfaixado em sua cama, eu não sinto pena dele. Na verdade, não sinto nada... Isso me faz uma pessoa ruim?

Sinceramente, que se foda. Faz um tempo que Bakugou está me enchendo o saco para vir falar com ele já que não morreu. Por incrível que pareça, aquele loiro rabugento parece ter mais coração que eu neste assunto. Quem diria... ele me aconselhou a "MANDÁ-LO À MERDA" e jogar algumas ameaças, dizendo que fará pior se continuar no meu pé.

Bakugou bem que queria vir junto, mas achei melhor eu resolver sozinho. Não que Tetsu vá tentar alguma coisa, pois no seu estado ele não consegue nem ir ao banheiro sem a ajuda de seus pais — esses que quase tiveram um treco quando me viram em sua porta, não de raiva por eu ter quase matado o seu filho, mas sim por vergonha, pois eles conhecem bem a verdadeira natureza do platinado. O'que é muito estranho, já que eles sempre o trataram com muito amor —. 

Mas enfim, agora me encontro de terno cinza escuro e gravata vermelha, devidamente arrumado para o evento de heróis. Não sei porquê, porém no meio do caminho resolvi passar na casa de Tetsu para enfim conversar. Antes de chegar, avisei Bakugou que vou me atrasar e não era para me esperar; sei que ele vai ficar uma fera, mas nada que eu não consiga resolver depois. Saio de meu breve pensamento ao ver Tetsu acordando aos poucos e arregalar os olhos, levando um susto ao me ver sentado na cadeira próximo à sua cama e o encarando com os braços cruzados.

— Oi. — digo sorrindo de lado, claramente sem vontade. Ele engole em seco e se encolhe na cama. — Calma aí, eu não vim te bater. Deveria... — digo sério. — mas não vou. Eu só vim conversar. — descruzo os braços e o vejo relaxar, suspirando aliviado.

— M-e des-cu-lpe... — gagueja baixo, desviando o olhar.

— Seja mais específico, não é como se você só tivesse errado uma vez. — o encaro a todo tempo.

— Eu sei e eu me odeio por isso. — diz baixo e volta a me olhar com os olhos vermelhos. — Eu entendo se você não quiser me perdoar, nem eu sei se faria isso se estivesse no seu lugar, mas... eu lhe imploro o meu perdão... — abaixa a cabeça. — Quando perdi a consciência, achei que eu fosse morrer e... — funga. — Eu vi aquele famoso flash da vida que todo mundo vê, e o meu só tinha coisas ruins... para falar a verdade, o único momento "alegre" e bom foi quando você aceitou ser meu namorado... aquela foi a única coisa normal, de resto foi só merda. Eu não queria morrer sabendo que não fiz nada de útil com a minha vida e sendo um completo escroto. Pode parecer piada, mas... eu quero mudar, me tornar uma pessoa melhor e, principalmente, quero o seu perdão. — me olha com os olhos vermelhos e apertando a coberta contra si.

— É, você tem razão, parece piada. Mas eu não vim aqui para julgar, todos erram, alguns mais do que outros. Se você está falando a verdade ou não para mim, não importa, contanto que não se meta mais na minha vida, dos meus amigos e do meu namorado. Aquele Kirishima bobo que você conheceu, morreu, mas acho que você já percebeu. Enfim, viva a sua vida sem se meter na minha e irei te respeitar, tanto dentro quanto fora da escola. — falo sério e o vejo arregalar os olhos.

— Você não me denunciou para o diretor? — estava surpreso.

— Não.

— Então quer dizer que... me perdoou? — pergunta apreensivo.

— Digamos que sim. — digo pensativo.

— Obrigado, você não sabe como estou feliz, Kirishima! — diz emocionado deixando algumas lágrimas caírem, até me deu um pouquinho de pena.

Meu Eterno RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora