13 - B L A C K, H U M A N O?

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Edward chegou na residência Cullen horas depois da visão de Alice, com ele vinha Carlisle preparado para acalmar os ânimos da família. Kira podia sentir que a mãe começaria mais uma longa discussão a qualquer momento.

— Bella não apresenta nenhum risco para nós, eu garanto — o primogênito anunciou com a voz aveludada — Me certifiquei sobre isso.

— Acreditamos em você querido — Esme prontamente o apoiou — No entanto, como ela descobriu sobre nós? Você contou?

Edward suspirou profundamente antes de contar

— Não. Foi um amigo de infância dela, Jacob Black, um quileute de quinze anos. O garoto não imagina que as histórias da tribo são reais.

Kira suspirou apoiada na grande janela de vidro da sala.

— Ele claramente quebrou o tratado, o que farão sobre isso? — Perguntou farta de conversas ao redor da humana.

Edward a olhou brevemente tentando ler seus pensamentos, mas a híbrida possuía uma espécie de barreira mental. Ninguém mexeria em sua mente sem sua autorização. Ela garantiu isso a si mesma.

— Estão vendo o que eu digo? É sobre isso, quebraram o tratado para contar algo que, claramente,  não era do interesse dessa humana — Rosalie comentou enquanto se levantava — Até quando fecharemos nossos olhos para isso?

Emmett a apoiava, era nítido que ambos acreditavam que a morte de Isabella era a melhor opção.

— Já está decidido Rosalie, ninguém tocará na humana — Carlisle respondeu interrompendo qualquer inicio de briga — Entretanto Kira tem razão, o menino não poderia ter contado sobre as lendas, no entendo ele é apenas um garoto.

De repente a híbrida pensou em algo

— Você disse Black, Edward? — Perguntou curiosa — Não era esse o sobrenome daquele líder da tribo que fez o tratado com vocês?

Jasper assentiu minimamente ao lado de Alice

— O gene de lobo não passa de pai para filho? Então porquê ele pensa que é mentira? Ele não se transformou, ou quem sabe irá algum dia? — Disparou perguntas.

Ninguém podia julgá-la, a menina não sabia de muita coisa dos lobos, apenas que fizeram um tratado com a sua família e poucas coisas à mais.

— Ainda não sabemos, pode ser que ele se transforme futuramente. O fato é que ele ainda é humano, e se for alguém a quebrar o tratado não seremos nós. Portanto, peço que ninguém procure saber mais sobre isso — Carlisle pediu com a voz calma e autoritária.

Rosalie resmungou algo incompreensível enquanto subia as escadas como um foguete.

— Não o faremos, mas de certo esse menino deveria ter a boca mais fechada — Kira murmurou se afastando da janela.

Isso era um fato inegável.

De repente Alice se levantou em um rompante, Edward já sabia o que ela faria e não era nada de seu interesse, portanto subiu as escadas para conversar com Carlisle, que o seguiu já prevendo o assunto. Emmett se focou novamente na televisão ao lado de Jasper, ambos concentrados no filme de ação que se passava no eletrônico.

— Vamos — Alice exclamou pegando nas mãos da sobrinha logo se dirigindo para fora da casa.

— Às vezes eu me esqueço que você não deixa passar nada — Kira sussurrou entrando no Porsche da tia.

A vidente soltou uma pequena risada ligando o carro.

(...)

Alice levou Kira até o shopping de Seattle e logo a encaminhou para uma loja de roupas. A menina podia não gostar de ir ao shopping sempre, mas jamais perderia a oportunidade de aproveitar as raras idas.

Principalmente quando precisava desabafar com a madrinha ou lhe pedir conselhos baseados no futuro.

— Pode falar — Alice murmurou olhando algumas peças de vestido nos cabides da loja de marca. Claro que ela já sabia o desfecho dessa história.

Kira suspirou se sentando em um puff da cor vinho. A loja cara fornecia até vinhos de marca, ela se sentiu tentada a experimentar da bebida borbulhante, no entanto sabia que não possuía idade suficiente para isso. E o momento não era apropriado.

— Como você faz isso? Digo, eu sei que é de forma natural, não tem gatilhos, mas eu realmente queria poder ajudar também.

A vampira soltou uma pequena risada pegando um vestido tubinho preto

— Ora Kira, eu já lhe disse, é conforme as decisões das pessoas, a maioria dos videntes é assim. A menos que seja como uma premonição que não possua mudança — Alice esclareceu falando por baixo do fôlego — Agora, no seu caso não é como fazer, isso acontece sozinho, você apenas precisa deixar de temer a si mesma e se permitir usar do poder que possui.

A menina assentiu, pensativa

— Eu não sei como fazê-lo. Tenho controle sobre mim, o meu receio é até quando isso irá durar — Sussurdou levantando o olhar para a tia.

— Até quando você quiser, lembre-se: você controla seu poder, não o contrário — Alice respondeu dessa vez a olhando — Eu vou pagar os vestidos, me espere por alguns segundos.

— Certo.

Kira se aconchegou melhor no estofado em forma de gota pensando sobre o que a madrinha lhe falou. Se ela não se reprimisse com certeza teria êxito em qualquer situação. Era isso que ela faria a partir daquele momento.

Alice sorriu enquanto segurava as sacolas e recolhia o cartão de débito da máquina. Kira havia tomado sua decisão e não se reprimiria. Não mais.

Logo a vampira chamou a sobrinha arrastando-a de uma loja para outra. Dessa vez a última, e a mais especial, uma joalheria de um amigo da familia. Ele era humano e não sabia da natureza da familia, sequer se importava com o quão estranho eles poderiam ser. Somente apreciava a amizade do patriarca da familia Cullen.

Alice pegou uma encomenda, a qual Kira foi terminantemente proibida de ver, e antes mesmo que a híbrida percebesse as duas já estavam na pista, a caminho da casa.

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