4 - P E R D I D A

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Edward havia ficado por dois dias em Forks, dizia ele que era para prepará-la para a despedida. No fundo eu sei que foi apenas para me vigiar. Minha matricula para a escola do Egito foi feita e hoje à tarde Edward foi conversar com a Bella, ou melhor, destruir seu coração por covardia. Eu não concordava com isso, era desumano e ele estava agindo como um miserável.

Meus pais viajaram para a África no mesmo dia da reunião, pela noite assim como Alice e Jasper. Meus avós foram para a Inglaterra,  me chamaram para ir junto, assim como todos os outros, no entanto eu queria um tempo para mim, apenas eu e meu dom catastrófico.

Ouvi os passos de Edward assim que o mesmo entrou pela porta da casa, seus olhos buscaram os meus e eu sustentei seu olhar cansado. Eu sentia sua dor à quilômetros.

— Não, não sente — ele resmungou.

— Não aja como se fosse minha culpa. Nós dois sabemos que não é — rebati — Você fez sua escolha, agora sofra as consequências.

—Não vou repetir o mesmo disco. Já arrumou suas malas?

— Você já sabe a resposta. Pode vasculhar minha mente para ver a visão — rosnei.

Edward bufou caminhando para o andar de cima e com agilidade desceu com todas as minhas malas em mãos.

— Vamos.

Edward me levaria até o aeroporto com o Volvo e depois iria embora, sem deixar rastros.

— Deixe de ser idiota — exclamei pegando minhas malas de suas mãos gélidas — Pode fugir assim como sei que deseja. Mas não venha querer bancar a babá comigo Edward. Não é como se fossem me sequestrar.

— Você é uma criança. Um bebê de dois anos Kira! — rebateu — Está sob minha responsabilidade.

— E quem te disse isso? Que eu saiba Carlisle e Esme me deixaram sob a custódia de Amun, e meus pais confiam em mim.

Por eu ser menor de idade, Carlisle e Esme tiveram que fazer uma autorização judicial para que eu viajasse sozinha e ficasse sob a responsabilidade de Amun no Egito. Obviamente que fizeram uma identidade falsa para ele.

— Apenas ande logo.

Bufei assentindo enquanto caminhava ao seu lado até o carro. O caminho até o aeroporto foi completamente silencioso, eu não fazia a mínima questão de conversar com Edward, as coisas poderiam ter sido diferentes se ele não fosse tão surdo e egoísta. Meu tio decidiu esperar que eu embarcasse e assim que meu voo foi chamado me despedi do mesmo apenas com um aceno de cabeça. Enquanto esperava pacientemente a conclusão do meu check-in pensei em algumas questões. Será que um dia eu poderia encontrar esse tal homem da visão? Por que será eu não me sinto pronta para ir embora? Eu não tenho nenhuma ligação afetiva com a humana, apenas simpatia pelo próximo, então porque eu me sentia tão mau quanto Edward que a abandonou?

Olhei para trás e não vi mais meu tio sentado nas cadeiras de espera. Suspirei e fechei meus olhos procurando sua mente. Os pensamentos das pessoas dentro de um aeroporto eram muito confusos, alguns esperavam pessoas queridas, outros estavam indo embora para longe com ódio no coração. Não consegui encontrar meu tio nos arredores e tudo ficou explicado quando o vi indo embora para outro país por meio de uma visão. Ele fugiria para o Brasil e pegaria um voo em Seattle já que esse era o único lugar que tinham viagens no horário.

— Senhorita? — abri meus olhos piscando repetidamente. Olhei para a agente de aeroporto.

— Sim? — murmurei repentinamente atordoada.

A mulher loira sorriu de lado esticando sua mão com o meu passaporte e autorização judicial.

— Lhe desejo um bom voo.

Twilight - The beginningOnde histórias criam vida. Descubra agora