13 - C U I D A D O S

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Quando cheguei na casa fiz um enorme esforço para conseguir sair do carro. O taxista, controlado por mim, saiu com o carro tranquilamente se saber porque veio parar aqui. Fiquei com um pouco de pena. Jasper abriu a porta antes mesmo que eu segurasse na maçaneta, meu corpo tombou para frente quando meus joelhos fraquejaram e a única coisa que me impediu de cair no chão foram os braços gélidos do meu padrinho.

— Emmett, chame Carlisle agora! — ouvi a voz irritada da minha mãe exclamar.

Eu sentia uma dor infernal e meus sentidos foram altamente prejudicados pelas mordidas. Eu já era vampira, mas provavelmente meu corpo sofria pelo meu lado humano ter entrado em contato com o veneno dos outros vampiros.

— Eu não consigo mais vê-la nitidamente desde que aquele cachorro sofreu um imprinting por ela – A voz de Alice era preocupada.

Senti meus cabelos esvoaçarem e meu corpo ser depositado em algo sólido, provavelmente uma maca do consultório do meu avô.

— O que houve com ela?

— Eu não vi direito, mas ela foi atacada por vampiros... não sei como aconteceu.

— Como não sabe!? Que droga! — Uma mão gelada passou pelos meus cabelos — Meu bebê vai ficar tudo bem, mamãe está aqui com você.

— Mãe....— sussurrei fraca. Minha garganta doía e meu corpo parecia pesado demais. Tentei abrir meus olhos e vi apenas borrões. Uma luz foi ligada porto de meu rosto me deixando desnorteada.

— Se afaste Rosalie.

— Não! Eu não saio daqui Carlisle!

— Rosalie, agora não é hora para seu jeito mimado. Saia agora! — era Edward?

— O cachorro... o que ele faz aqui?

— Eu o chamei Jazz, ela é o imprinting dele. Um sente a dor do outro, pensei que dessa forma ele pudesse transmitir para ela um pouco de calmaria.

Gritei quando tocaram em minha perna e um som de vidro quebrando preencheu meus sentidos.

— Deixe que o garoto suba, talvez ele possa ajudá-la a não se descontrolar.

Eu não senti seu cheiro e tampouco ouvi seu coração, mas sua presença estava ao meu lado em um segundo. Sua mão segurou a minha e eu não a senti quente, não senti nada além do seu toque. Meus cabelos foram acariciados e minha testa beijada.

— Vai ficar tudo bem meu amor — sussurrou próximo do meu ouvido — Como isso aconteceu!? Aquela miniatura de vampiro não viu isso!?

— Não cachorro, desde seu imprinting ela não a vê. E não a chame assim novamente se quiser continuar respirando.

— Kira, eu vou colocar sua perna no lugar... de alguma forma seu corpo não está se curando e creio eu que seja pelas mordidas recebidas — Carlisle murmurou preocupado — Jacob, preciso que a segure e tome cuidado, ela é forte e com dor não tem controle nenhum.

— Tudo bem....

Apertei a maca sentindo o metal se distorcer sob meus dedos, gritei e senti minha cabeça rodar quando meu osso meu foi colocado de volta ao lugar de origem. Os humanos se sentiam assim?

— Calma...você precisa se acalmar ou vai matar alguém amor.

Calma? Ele me pediu calma? Eu estou quase morrendo de dor e logo ele vai estar também, porque eu vou matá-lo.

— Jasper, por favor....

— Claro — senti duas mãos em minhas têmporas e logo meu corpo foi pesando mais e mais — Vou colocá-la para dormir, assim não sentirá dor e será menos trabalhoso.

Minha consciência foi se esvaindo até que restasse apenas o bom e velho silêncio.

(....)

Gemi baixinho tentando me virar para o lado, no entanto uma mão quente me impediu de realizar tal ação. Abri meus olhos lentamente sentindo meu corpo dolorido, meu ombro e pescoço doíam pelas mordidas.

— Não se mexa ainda — sussurrou baixinho — Você ainda vai precisar de algum tempo para se curar — assenti incomodada — Eu te ajudo a se sentar direito.

Jacob me ajudou a me sentar corretamente na cama e pela primeira vez na minha vida eu senti dor física de verdade. Não era como quando eu lutava e me curava, era como se eu fosse uma humana normal que tinha levado uma surra e sido atropelada por dez carros.

— Você está bem? — sussurrei segurando a mão do lobo.

O Black sorriu sarcástico revirando os olhos. Eu percebi seus olhos vermelhos assim como o nariz e bochechas. Ele tinha chorado e meu coração que bate lentamente se apertou como nunca antes. Eu o fiz chorar.

— Eu pensei que fosse perder você. Tem noção de como eu fiquei quando sua tia me ligou falando que tinha visto você quase morrer? — desabafou de olhos marejados — Kira, eu só queria ver você e te segurar nos meus braços para nunca mais soltar. Eu senti a sua dor como se fosse minha e foi a pior sensação da minha vida!

Mordi os lábios derramando uma lágrima. Eu não queria chorar, mas sua dor me preencheu e eu me bati por ter habilidade de empata. Jacob deitou a cabeça no colchão soltando um soluço abafado e eu funguei puxando sua mão.

— Vem aqui....

Ele levantou e se sentou ao meu lado escondendo o rosto no meu pescoço. Levei minha mão até sua bochecha e fiz um carinho levemente.

— Desculpa, eu não queria que você se sentisse assim....não pensei que fosse encontrar aqueles estúpidos. Mas se te conforta, eu matei todos eles e ainda queimei — sussurrei docemente abrindo um sorriso amarelo quando ele levantou o olhar para mim.

— Isso não me deixa mais calmo... foram quantos?

Fiz uma careta tentando mexer o ombro machucado, mas senti minha pele que se curava abrir mais um pouquinho.

— Quatro, mas não valiam de nada — murmurei.

Jacob soltou uma risadinha embargada negando com a cabeça. Ao levantar seu rosto ele secou as lágrimas que ainda escorriam e respirou fundo tentando se recompor. Sorri tranquilizadora quando ele me fitou sério.

— Vamos... não fique bravo comigo — formei um biquinho nos lábios.

O Black revirou os olhos se aproximando para arrumar o travesseiro atrás de mim, aproveitei sua aproximação e segurei seu pescoço lhe dando um selinho rápido.

— Você me ganha facilmente... injusto — lamentou me puxando com cuidado para os seus braços.

Sorri travessa encostando minha cabeça no seu peito e inspirei seu cheiro.

— Amo você, sarnento — brinquei soltando uma risadinha.

— Tambem amo você assassina de bambi.

Gargalhei levantando meu olhar para ele e recebi um beijo delicado em resposta.

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