Capítulo IX: Pele de pêssego interior de espinhos

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Lexa

Ouvir toda a introdução da professora MiMi Santiago havia sido entediante, mas isso havia me dado tempo para analisar outras coisas, como por exemplo o fato que Amora van Allen havia ficado mais deslumbrante que eu no seu uniforme.

Ela ainda usava as botas que trajava no primeiro dia, porém, tinha transformado sua saia em um short curto e largo na barra, o blazer tinha sito cortado pela metade e acrescentado nele espécies de ombreiras com espinhos prateados. O tecido também havia mudado, para um tipo de couro duro e levemente mais escuro.

O cardigã que eu a tinha visto usar não parecia nada comparado com aquela nova jaqueta, como se os dois visuais fossem de duas pessoas diferentes. Não absurdamente opostas, mas com inclinações sutilmente diferentes. Como triste e deslocada, para ameaçadora e decidida.

A nossa segunda aula da semana de Artes especializada estava acabando. A professora MiMi já tinha passado pelo processo anterior na tarde passada de perguntar como nós víamos nossos poderes e pelo menos nosso atual grupinho não precisou falar, mas o restante dos alunos pareceu bastante empolgado para se amostrar.

Como na aula de Teoria e Conceito Básico de magia, Rex foi o primeiro a se voluntariar para algo. O próximo foi Skandar Romenick, seu colega de classe, ele era até bonitinho, mas tinha um olhar perdido que eu poderia jurar só ter visto em usuários adeptos de alucinógenos. Seu dom era mudar de forma, mas somente formas de aparência humana. E pelo que ele havia mostrado, não importava se a pessoa que ele se transformasse fosse menor, maior, ou qualquer outra coisa, não parecia haver incomodo ou dificuldade alguma em transitar entre sua forma e a que ele escolhesse. E aquilo que era controle.

Cecilly foi a próxima quando a professora pediu que ela falasse, desde ontem ela parecia novamente doente, mas hoje parecia pior, mas ninguém apontava nada. Os mais interessantes depois disso foram, a própria Amora, que disse ter a capacidade de criar ilusões, aquilo me despertou certa dúvida, sua colega de quarto Hazel Corazón, tinha o dom da possessão, ela podia literal lançar seu espírito para o corpo de outra pessoa, mas só por um período limitado. Uma garota chamada Birdy Cleawater, que também vinha de uma parte da Inglaterra com cabelos pretos e longos, tinha um dom estranho de absorver energia tanto de objetos quanto de pessoas. Que ela poderia usar para aumentar suas próprias reservas de naturais ou disparar como raios de energia, ou qualquer coisa do tipo. Depois daí os dons não me pareceram tão incríveis, como de Zander Konstantin um rapaz com pele de oliva que podia ficar invisível, e como eu não tinha reparado nele até agora era bem provável que fosse verdade. Ou até mesmo o da própria professora, que tinha a capacidade de ver o passado dos objetos que ela entrasse em contato físico.

– Mas algum dom que alguém queira saber?

A professora MiMi perguntou.

Para que ela voasse ao redor das nossas cabeças como as fadinhas dos desenhos animados, faltava muito pouco. Onde aquela mulher achava tanta alegria de vida?

Samir levantou a mão meio sem jeito. Ele era um pouco mais baixo que Sébastien, mas tinha características físicas.

Contudo Sébastien tinha olhos azuis e cabelo um pouco mais escuro, já Samir tinha olhos verdes.

– Qual é nome dado ao dom que pode força os outros a obedecer a suas ordens?

Um murmurar estranho rodou a sala e voltou para nós.

Por que estão olhando para gente?

Sam perguntou mentalmente.

Não sei.

– Deixe-me ver, há inúmeros dons que podem fazer esse tipo de coisa. Mas se formos ver pelas demonstrações que tivemos, eu diria que o senhor estar a falar do dom que chamamos de Subjugar – o tom de voz dela fez aquilo de novo, saltando de alegre e distorcido para sério – É uma habilidade comum para os demônios, mesmo que só funcionem em humanos comuns, sem nenhum traço de magia – o murmuro ficou maior – Porém, também acorre em alguns bruxos. Como parte de vocês devem ter visto. Nesse caso, podendo afetar qualquer ser, dependendo é claro da sua força de vontade e proteções mentais, já que é basicamente uma habilidade psíquica – todos, sem exceção olhavam para nós, mesmo a professora agora prestava atenção extra em meu irmão e eu – Porém – voltou ela dizer – esse dom é pouco sutil, a pessoa que o tem pode forçar a outra a fazer o que quiser, mas não pode controlar sua mente, somente seus movimentos. Então você vê claramente que a pessoa tem seu corpo controlado, e se o bruxo ou demônio em questão não se concentrar em manter a boca do seu fantoche fechada, ele pode simplesmente falar que está sendo controlado. Mas isso não faz do dom menos letal.

Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora