Lexa
E logo quando as coisas começavam a voltar ao normal, nosso mundo virava de cabeça para baixo novamente.
Depois que o assassinato aconteceu tudo parecia como acontece na tevê.
Todos correndo e gritando, pessoas caindo no chão e sendo pisoteadas. E as sirenes da polícia e das ambulâncias enchendo cada um dos seus pensamentos.
De modo geral minha mente havia processado todo o lance da morte da Cecilly da melhor maneira possível, mas havia uma enorme diferença em ver o corpo da minha antiga colega de quarto dilacerado a vários metros de distância, e já em decomposição, e ver uma das minhas novas amigas ter sua vida se esvaecendo pelo sangue que escorria do seu pescoço bem na minha frente.
Então sim, eu congelei. Fiquei atônita ou sem ação. Minhas pernas falharam e todo meu cérebro falhou. Eu poderia dizer que eram todas as emoções me sobrecarregando, mas não eram. Não tinha vergonha de dizer que estava tão assustada como uma criança. Mas isso não tirava a raiva da impotência.
Então fechei meus olhos, o mais forte que consegui, tentando calar as vozes e os barulhos, e quando finalmente não precisei mais fazer força eu os abri novamente.
Não estava mais na boate, ou na academia. Aquilo parecia quase a sala de espera de um.. Hospital?
– Você acordou?
Roman perguntou parado na minha frente com dois grandes copos de café em mãos.
– Acho que sim, onde estamos?
Perguntei confusa.
– Hospital Geral Swanson. É o principal hospital da cidade, viemos para cá porque Sébastien e o Sam desmaiaram também, e talvez por sermos testemunhas. Eu acho.
– Demetria... Ela...
Tudo parecia muito irreal.
– Ela morreu na hora. Você está bem?
Perguntou preocupado. Ele não parecia melhor que eu.
– Não sei. Como vim parar aqui?
Nada fazia muito sentido.
– Você meio que congelou, entrou em estado de choque ou algo do tipo. Não dizia nada. Mas andava e se mexia se fosse ordenada. Então viemos para cá. A enfermeira queria sedar você, mas eu não tinha certeza. Não com elo mental que você tem com seu irmão, achei que seriam drogas demais. Então convenci a deixá-la aqui comigo. Um simples feitiço de persuasão.
– Meu irmão – disse despertando totalmente – Onde ele está, Roman?
– No quarto no final do corredor. Killian está com ele desde que chegamos.
– Me leve para lá agora.
– Certo.
Atravessamos o curto corredor e entramos no quarto enquanto um aperto no coração se fazia dentro de mim e meu estômago revirava.
Killian estava sentado em uma poltrona ao lado de Samuel que estava deitado dormindo serenamente. Havia quatro copos de café na mesinha ao lado. O que me fez perceber que o segundo café na mão de Roman não era para mim e sim para Killian se manter acordado.
– Ele está bem, Killian?
Perguntei, agora eu estava preocupada.
– Está – ele respondeu sem ligar para minha falta de educação – Não há nada de errado com ele. Porém, ele só não acorda. Quase o mesmo com o Sébastien.
Maldição, eu tinha me esquecido do Sébastien.
Andei até a cama onde meu irmão estava e segurei sua mão. A conexão se fez e ele despertou como fosse um morto voltando à vida.
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Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&Cinzas
FantasyLexa e Samuel estão animados para ingressar em uma das mais famosas academias de bruxaria, em Nova Salém, bem longe de seus respectivos lares no Brasil e na Inglaterra. Separados desde os oito anos de idade, essa é a primeira oportunidade que possue...