Capítulo XXVI: Dinâmica de grupos

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Lexa

Aparentemente desastres gostavam de companhia, qualquer que fosse. Então será que eles haviam parado agora?

Sam e Sébastien estavam lidando com tudo da melhor maneira possível, com mais classe do que eu lidaria, devo acrescentar. Não que Sam ter explodido duas vezes tenha sido algo produtivo. Skandar por outro lado havia tomado distância do meu irmão. Rex também, mas de maneira menos assustada. O susto que Killian havia dado nele foi o suficiente para fazer Rex parar, porém, Rex já tinha parado uma vez e quando voltou foi desastroso. Mas por ora tínhamos que deixar as coisas se acalmarem.

De um jeito ou de outro, todos na academia sabiam sobre meu irmão e seu melhor amigo. Porém, para Sébastien tudo pareceu ficar pior.

Mesmo que alguns rapazes tenham começado a agir estranho perto do meu irmão, isso não se comparava a toda academia cerrando os olhos quando Sébastien passava. E isso o deixava não só desconfortável, mas principalmente triste.

Então Roman e eu tentávamos criar nossa própria linha de raciocínio tentando distrair ambos, o máximo que conseguíamos. Claro que isso ocorria quando nós dois não estávamos atrás de alguma árvore nos beijando. O que tinha se tornado bastante comum, não tanto quanto meu irmão achava, mas acontecia algumas vezes pela semana.

Não éramos namorados ou nada oficial, e não falávamos sobre isso, só acontecia em períodos alternados, e no momento estava bom desse jeito. Principalmente com tudo que aconteceu.

Contudo, como minha antiga professora do internato dizia, agora é hora de aprendermos alguma coisa.

Levantei da minha penteadeira já atrasada para aula de Teoria e Conceito Básico de Magia quando meu celular tocou, não foi difícil presumir quem era. Papai era o único ainda a ligar para ele.

Atendi a ligação saltando de onde estava até a cama. Antigamente ele nunca saia do meu lado, já aqui ele se mostrou bastante inútil, não que eu já não tivesse uma grande implicância com a tecnologia, e sua incapacidade de ser manipulada pelo meu dom.

– Bom dia, papai.

Disse voltando a me olhar no espelho e acertar o batom que tinha borrado em meu lábio superior. Aproveitando a privacidade de estar sozinha por estar atrasada.

– Bom dia minha querida, mas o que houve?

Perguntou mostrando sinal de cansaço.

– Sobre o que está falando?

Perguntei confusa, muita coisa tinha acontecido. Ele teria que ser bem mais especifico se queria uma resposta clara.

– Sua diretora me ligou dizendo que vocês tinham brigado com alguém outra vez.

Respondeu, ele não parecia saber mais do que isso, ou se lembrar pelo menos.

– Para falar a verdade foi o Sam – esclareci – e não eu e já tem alguns dias. E já resolvemos.

– Poderia jurar que tinha recebido essa ligação hoje da sua diretora, mas o que houve?

– Coisas de garoto – resumi por fim, sem saber se deveria contar o que Rex havia dito sobre Sam ou se meu pai ao menos tinha parado para pensar sobre algo relativo a isso – Mas como estão as coisas aí onde é que seja?

Perguntei mudando de assunto.

– Bem, consegui fatos interessantes. Mas nada do que venho procurando.

Confessou.

– Você poderia contar sobre o que tanto procura.

Comentei, esse era seu grande mistério.

Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora