Lexa
– Não vai vomitar, não é? Porque seria nojento.
Perguntei a Amora que franzia a testa de punho cerrado, assim que terminamos de chegar ao refeitório. Já que tínhamos voltado para o dormitório para deixarmos os livros das sombras e pegar um remédio para moribunda.
– Estou com dor de cabeça, não enjoo. Idiota.
Retrucou se dirigindo a direção de Birdy e Onika.
Particularmente menos comunicativa hoje do que o normal, mas não só isso. Algo a mais não encaixa. Eu não queria admitir mas também estava sentindo a mesma dor de cabeça que ela. E esse era o problema. Só que doía menos em mim do que estava doendo nela, obviamente.
Estamos esperando você aqui... Há alguns metros de distância, Lexa.
Sam acrescentou na minha mente chegando antes de mim até o refeitório, me virei até ele tendo aquela sensação que estava sempre presente. Como se fossemos bussolas, sempre sabendo em que direção estávamos. Com o passar do tempo a sensação se tornou normal, o magnetismo de nos tocar também diminuiu, mas quando esquecíamos de nos concentrar e focar, ainda éramos pegos por essa atração. Contudo tínhamos tanta coisa na cabeça, que tínhamos se esquecido de sermos um pouco mais como irmãos um do outro.
Me sentei ao seu lado e senti falta do ruivo emocionalmente complicado de companhia.
– Onde está o Killian? Ele não come mais?
Perguntei ao Roman, sem olhar para o Sam enquanto falava dele. Mas foi inevitável sentir e perceber o desconforto que pairou sobre a mesa.
– Não sei, sinceramente não sei de mais nada na mente dele.
Roman acrescentou entre uma garfada e outra.
Ele mastigava rápido.
Killian. Killian. Killian.
Eu nem estava apaixonada por ele, e ainda sim esse rapaz confundia a minha vida por associação. Mas eu tinha decido me manter longe dessa confusão enquanto ela se acalmava, e por ora se Sam queria fingir que não sentia nada e Killian também não seria eu a colocar mais fogo na lenha que já estava alta demais. Mesmo que quisesse, e muito.
– Só mais alguns dias.
Sébastien acrescentou brincando com o purê de batata.
Só então notei que ainda não tinha pegado minha bandeja.
– Preciso pegar a minha comida.
Comentei me levantando.
Rex, Skandar, Hazel e Hya sentavam na mesa mais afastada, perto da bancada de comida e só então me permiti olhar realmente para as cozinheiras. Elas não me pareciam tão diferentes assim, só tinham um olhar vazio e não portavam praticamente emoção nenhuma em seus atos. O que não me tirava da cabeça que elas estavam sendo controladas como marionetes zumbis, mas tirei esses pensamentos da mente ao perceber o trabalho que daria preparar uma revolução contra trabalho zumbi.
Peguei meu almoço e sobremesa e voltei a direção da minha mesa, Birdy acenou com um sorriso enquanto eu passava. Amora que estava junto dela e de Nik, era a única a fingir não me vê. Garota problemática.
Senti alguém fitar minhas costas e virei na direção da sensação. Katerina Yorke tentou disfarçar olhando para seus pés saltitantes. Aquilo me fez rir. Era curiosidade misturada com excitação, uma combinação clássica que acontecia sempre que alguém se sentia atraído por outra pessoa. Então próximo a ela estava Tate, e aquela sensação de confusão me veio dele. O bloqueie instintivamente. Ser altruísta era departamento do meu irmão, se fosse para pegar problemas que não são meus, eu não iria fazer com alguém que mal conheço.
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Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&Cinzas
FantasyLexa e Samuel estão animados para ingressar em uma das mais famosas academias de bruxaria, em Nova Salém, bem longe de seus respectivos lares no Brasil e na Inglaterra. Separados desde os oito anos de idade, essa é a primeira oportunidade que possue...