Capítulo XXX: Não reclame da chuva

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Lexa

Talvez não tenha sido assim que planejei passar minha manhã, mas era melhor do que eu tinha imaginado.

Meus dedos deslizavam sobre o rosto de Roman, tentando gravar sua estrutura óssea na minha memória. Suas mãos grandes percorriam minhas costas até pararem pouco abaixo da minha cintura, me prendendo contra seu corpo, e escorando minhas costas a um pilar de madeira úmida.

– Não deveríamos estar fazendo o trabalho de Teoria e Conceito Básico de Magia?

Roman perguntou sem fôlego, com seus lábios a poucos centímetros de distância dos meus.

– Sim, mas eu odeio chuva.

Respondi voltando a agarrá-lo.

A manhã tinha surgido junto de uma irritante camada de nuvens de chuva, trazendo aquele frio-molhado e estranho.

– Por que tenho a impressão de que está me usando como um grande cobertor humano?

Perguntou, depois que abri os botões da sua camisa e ele tinha razão, pois seu corpo era mais quente que o meu.

– Bem, como eu disse antes, eu odeio chuva.

Repeti.

– Eu sei, você já disse isso umas quinze vezes na última meia hora.

Completou.

Olhei ao redor rapidamente, estávamos dentro de uma das pequenas construções que haviam surgido por toda academia. O teto era redondo e em formato de cogumelo, não havia paredes e sim pilares de madeira que sustentavam a construção e dentro uma espécie de banco semicircular.

– Só fixando – comentei – Mas você quer conversar ou me beijar?

– Ambos, eu gosto de ambos.

Respondeu sorrindo.

– Na chuva, só beijos.

Acrescentei por fim levando meus lábios e dentes até seu pescoço. Pude ouvi-lo abafar uma risada por causa das cócegas, e logo depois voltei a entrar na sensação que nos consumia.

A excitação. A alegria. As emoções no geral eram algo que estavam misturadas agora na minha cabeça. As minhas e as dele.

Virei meu corpo o forçando a se sentar no banco, então me sentei em seu colo, agora colocando meus braços para dentro de sua camisa, tentando ao máximo absorver o seu calor.

Entretanto ele não quis permanecer sentado e se levantou, agarrando minhas coxas de modo que eu não saísse da minha posição mesmo que agora ele estivesse novamente em pé.

Agora envoltos em mais excitação do que minha mente poderia distinguir, cravei minhas unhas sobre suas costas, criando sulcos que provavelmente deixariam sua pele marcada por dias. E novamente ele abafou a voz, dessa vez de um gemido.

– Nós precisamos parar – disse ele ofegante e quase suplicante se não fosse com uma voz meio roca e sexy – Ou vamos precisar de um quarto para terminar o que estamos fazendo.

Disse ele por fim, e errado ele não estava. Mas aqui não era hora e nem lugar.

– Okay. Espere – disse percebendo algo por cima de seu ombro – Quem é aquele?

Perguntei saindo do conforto de ser erguida por seus braços.

Fomos até a ponta da construção redonda e estreitamos os olhos tentando enxergar o vulto ao longe.

Mesmo só sendo fim de tarde a escuridão já havia tomado tudo por causa da chuva que teimava em cair, então era difícil enxergar, principalmente com tanta água caindo.

Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora