Samuel
Horas já tinham passado desde o ocorrido na barreira e praticamente ninguém havia conseguido dormir em paz. O ataque ou o que é que fosse que tivesse acontecido, não tinha sido tão intenso ou de enormes proporções, porém, tinha criado uma espécie de medo generalizado. Ninguém realmente falava, mas todos estavam assustados com alguma coisa.
Atacar uma academia de qualquer maneira não era algo comum. Todas elas eram protegidas por barreiras místicas. Algumas mais poderosas que outras. Mas em menos de dois meses já estávamos sendo palco de coisas absurdas.
Novamente a diretoria não se pronunciou, isso não ajudava a ninguém a melhorar do susto. Mas se a diretora teve que intervir para a barreira dissipar o invasor algo ou alguma coisa estava tramando algo.
Assim que o horário para as luzes se acederem ocorreu todos descemos para sala de convivência, e alguns tinham bolsas nos olhos tão pronunciadas que provavelmente nem tinham saído de lá.
Sébastien e eu ficamos acordados a noite toda, de luzes de acesas, poderia ser exagero nosso, mas vivíamos em um mundo onde os monstros eram bem reais, e que normalmente nós éramos o topo dessa cadeia alimentar mística, e não o contrário. Então para bruxos serem afetados, as coisas eram sérias. Os outros seres místicos não viam cobrar briga conosco, cooperavam no máximo de harmonia possível. Então só sobrava uma tenebrosa opção para optar em pensar...
– Demônios – Tate gritou – Eles querem começar outra guerra, eles estão vindo.
Ele não tinha um tom de voz assustado, na verdade estava com um rosto cínico, sentado de pernas cruzadas no sofá.
– Eles mal podem entrar na cidade – Zander argumentou – Pode ter sido qualquer coisa na barreira, demônios não são os únicos com inveja de nós.
– Mas são os únicos loucos o bastante para tentar nos atacar.
Jawantz Ford retrucou, ele era da outra turma, ele enorme moicano estilizado sobre seu cabelo crespo e escuro, que era incrivelmente bem feito.
– Você acha que eles vão começar a nos atacar de novo?
Perguntei a Tate.
– Claro, é óbvio. Se eles querem recomeçar uma guerra por que não atacar logo.
– Começando por nós? Mal chegamos à cidade.
Roman acrescentou.
– Exatamente por isso – Rex respondeu – Qual o melhor plano a fazer do que atacar a academia que cria matadores de demônios assim que ela ganha uma nova leva de alunos? Muito mais esperto do que esperar três anos para batalhar conosco.
– Isso parece surreal. Logo a gente?!
Sébastien acrescentou.
– As pessoas da Antiga Salém também não esperavam, e bem – Rex continuou a falar – elas não sobreviveram.
E irritantemente aquilo tinha sentido, um assustador, aliás.
– Isso não pode estar acontecendo. Ou pode?
Vernon perguntou totalmente afundado no sofá de cabeça baixa.
– Guerras podem acontecer de uma hora para outra – Killian acrescentou aparecendo das sombras da parede – Mas se isso é ou não uma guerra não adianta especular, nós não temos capacidade para saber o que está acontecendo.
– Não sou idiota – Rex rosnou – Sei quando uma briga começa.
– Isso é briga de cachorro grande – Roman retrucou ao auxílio do colega – Nem um de nós já vivenciou isso e a última guerra foi a mais de trezentos anos. Podemos estar só exagerando sobre coisas comuns nesse lugar. Ninguém sabe muito dos segredos que acontecem aqui dentro.
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Bruxos&Demônios, vol. I - Fumaça&Cinzas
FantasyLexa e Samuel estão animados para ingressar em uma das mais famosas academias de bruxaria, em Nova Salém, bem longe de seus respectivos lares no Brasil e na Inglaterra. Separados desde os oito anos de idade, essa é a primeira oportunidade que possue...