Idas e vindas

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Ele dirigia pelas ruas já movimentadas naquela manhã de sábado. Os olhos azuis estavam focados no trânsito a frente, mas a mente estava focada na conversa que estava tendo com o Uchiha, que em um gesto de apoio e amizade, decidiu acompanhar o melhor amigo -praticamente um irmão- no curso de puericultura que esse estava fazendo, e embora a parceira deveria ser Hinata, essa era óbvia que não continuaria aquilo ao lado do loiro, ainda mais porque no último dia do curso ela não apareceu. Para Naruto já era dado como certo que ela não iria mais. Se era uma distância que o machucava de alguma forma? Bom, isso era até uma pergunta estúpida demais para se fazer.

Como dizia e repetia Mabui: Um dia de cada vez.

Sasuke, passou a mão destra pelos cabelos os puxando para trás enquanto encostava a cabeça novamente contra o encosto do banco carona do sedan. Bufou novamente diante do silêncio do amigo em respondê-lo.

—Sabe... Isso é idiota. Você é um idiota, mas é meu amigo. O que for importante pra você, por mais idiota que seja, será importante para mim.

Naruto esboçou um sorriso meio arteiro e o olhou de relance.

—Fiquei emocionado. E ainda tem quem diga que Uchihas não tem coração.

Sasuke, que havia fechado os olhos por alguns instantes, desenhou um sorriso miúdo e quase imperceptível para quem não o conhecesse bem.

—Deixa o vô Madara ouvir isso.

—Tá aí, ele é um bom exemplo de que vaso ruim não quebra. – disse mais aberto e sorridente. Sasuke abriu os olhos e aumentou por igual o sorriso e então se recompôs.

—Deixamos velhos gagas e ranzinzas de lado e foquemos no assunto pertinente.

—Que seria? – ele arqueou a sobrancelha direita enquanto olhava de soslaio para Sasuke que se ajeitou novamente no banco.

—Como está a porcaria da terapia, por exemplo.

—Oh... Bem, estou fazendo sessão duas vezes por semana para começar. A terapeuta está focada na minha... Infância que segundo ela é o berço dos meus primeiros problemas de personalidade.

—E isso é relevante? Quer dizer, você sempre foi... Você. – Havia um tom de zombaria e provocação do moreno.

Naruto emitiu um ruído nasalado que lembrava um sorriso distorcido.

—Ela diz que eu tenho que me reconectar e conhecer a mim mesmo. Aceitando o que eu sou ou algo assim. Algo a ver com força e fraqueza.

— Hm... Deve ser mesmo uma merda pagar um dinheiro do caralho para voltar a ser criança – usou um tom bastante sarcástico, mas que Naruto conhecia muito bem por sinal e por isso gargalhou alto achando graça.

—Até que tem sido legal.

—é

—É sim... Tipo, tem algumas coisas que eu havia esquecido.

—Tipo?

—Tipo das nossas atividades ao ar livre. Daquele clubinho idiota nos arredores de Suna.

Sasuke esboçou um sorriso bastante nostálgico com a lembrança e imediatamente lembrou-se das guerrinhas, dos desafios, como invadir uma casa abandonada porque todos diziam que era mal assombrada.

—Nós aprontamos muito... Minha mãe e a tia Kushina ficaram loucas.

—Para arrancar os cabelos – Naruto sorria junto – Eram tempos bons... Eu passei tanto tempo pensando no futuro que esqueci dessas coisas... Às vezes parece que tornar-se adulto é uma piada infame da vida.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora