Um convite para jantar

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Uma simples tentativa, uma nova chance, pode mudar todo um final. Não

acreditar, e não se permitir a um recomeço, é aventurar numa súbita

abjeção. Essa perigosa entrega, costuma ser um caminho sem volta.

Faz acreditar ser realmente o fim de tudo.


A porta quase não emitiu som quando fora empurrada abrindo-se. Os dedos esguios acionaram o interruptor facilmente enquanto adentrava o quarto. O clique da porta fechando atrás de si fora ignorado enquanto os olhos perolados percorriam o espaço do quarto infantil. Agora um pouco mais evoluída a obra, as paredes estavam delicadamente pintadas em um tom claro e sutis acabamentos azuis pastéis. Havia toques de dourado expressão ao luxo do ambiente da qual aquele pequeno ser passaria bastante tempo.

O berço estava posicionado em espera, tal como os demais móveis que agora estavam cobertos com a proteção enquanto caixas de itens de decoração estavam lacrados e empilhados pelo ambiente. Os dedos femininos deslizavam pelas paredes, sobre a laca do mobiliário, sobre o plástico dos móveis almofadados como a poltrona de amamentação. Próxima a uma larga janela, de vidraça inteiriça, havia uma cadeira de balanço bastante confortável. Hinata sorriu, enquanto inconscientemente levou a mão delicadamente ao ventre. Abriu uma das caixas vendo se tratar de alguns ursos e decorações que havia escolhido a catálogo junto a designer do quarto do seu bebê. Eram delicados, fotos e adoráveis. Ela os enfiou novamente fechando de mal jeito a caixa. Mais alguns passos, ela viu uma caixa que havia chego a duas ou três semanas, essa tinha como remetente, Naruto. Ela nunca abriu, mesmo sabendo que essa viera acompanhada do cartão indicando ser um presente para o filho deles. Tudo isso ainda aconteceu durante o momento que sua raiva e mágoa estavam no ápice, e ela se abstinha de qualquer coisa que a aproximasse do ex marido, no entanto... algo dentro da Hyuuga parecia só... estranhamente diferente. Talvez um pouco mais leve? Ela não sabia dizer exatamente, só que o acontecido consigo na semana anterior, que os levou ao hospital, havia de algum modo mexido consigo. Obviamente, quando ela acordou naquele dia, quando eles tiveram que finalmente se encarar e a realidade que os cercava, ela esperou uma atitude mesquinha do ex marido, no entanto, a suavidade dele, o senso protetor e o carinho genuinamente preocupado a quebraram naquele instante. Ele não empurrou a culpa para si, ou foi estupido, ou... no entanto ela, fora ligeiramente hostil com o homem procurando afastá-lo de si, Naruto mantivera-se firme, preocupado com seu bem-estar e com o filho do ex casal.

Surpreendida completamente, era assim que ela se sentia. Não conseguia disfarçar o coração acelerado, as mãos ligeiramente úmidas, ou o rosto levemente ruborizado. Ele estava de fato cumprindo o seu papel paterno, e quando Tsunade entrou no quarto, ele se mostrou bastante obstinado a cuidá-la e de sua alimentação, e o choque fora tão grande para a Hyuuga, que ela não teve uma reação rápida de contestação ou objeção. Por um instante, para ela, foi como voltar ao início, e toda a sensação de certeza, de calmaria, de proteção houvessem voltado com aquele Naruto que ela via ali.

Voltando ao presente, a Hyuuga aproximou-se da caixa e a abriu. mãos ligeiramente tremulas. Como se sentisse através da mãe toda aquela ruma de emoções, o pequeno bebê mexeu-se rebuliçando dentro do ventre materno. Hinata tomou então em suas mãos uma fofa, gorda e antialérgica, pelúcia de elefante cinza e detalhes azuis e branco. essa era feita apropriadamente para o encaixe do bebê, para que ele dormisse em posição segura e de forma confortável. Era como um grande travesseiro protetor para recém-nascido. Ainda no plástico, ela tirou o invólucro apertando contra si, sentindo a maciez e o cheirinho de coisa novinha. Um ar de vida que logo chegaria ali, claro.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora