Consumação do divórcio

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12 horas para a oficialização.

Ele estava naquele portão, agarrado as barras de ferro grosso das grades as apertando tão forte e as forçando com toda sua força, apenas um nome escapava de seus lábios: Hinata!

Esse, ele gritava a plenos pulmões, mas nada acontecia, absolutamente nada. O jardim estava tão bonito quanto jamais estivera, a casa recebera uma nova cor, havia uma vida estranha ali onde um dia ele chamou de lar. Tudo parecia mais luxuoso, mais ornamentado... Uma fonte de água estilo renascentista jorrava e jorrava água, e então finalmente ele a viu...

A mulher que era completamente louco e apaixonado bem ali, parada na porta principal, usando nada mais que um biquini muito pequeno e rosa e sobre a pele leitosa escorria um sobretudo de praia branquinho em transparência. Os cabelos longos negros caiam como cascatas perfeitas e lisas e ela sorria, um sorriso pleno de felicidade. Seus olhos estavam tão luminosos e naquele instante ele achou que eram pra ele, era dele aquele olhar, até vê-la abraçar-se com aquele... Cara de cabelinhos estranhos e sujeitinho mimado. Ele estava tão bem vestido, sapatos caros, roupas caras e ela jogou-se nos braços dele que a beijou.

Naruto berrava no portão, gritava a plenos pulmões mandando-o tirar as mãos sujas de sua hime, mas quanto mais gritava, mais parecia que ninguém podia ouvi-lo, então olhou para si mesmo, estava maltrapilho, acabado, barba por fazer, cabelos grandes...

Parecia mais um mendigo largado de beira de esquina.

Olhou novamente para a porta do lugar que já fora sua casa e viu o maldito Otsutsuki com uma taça de champanhe em mãos erguendo um brinde, e parecia definitivamente olhar diretamente aos seus olhos; Nesse momento Naruto rosnou, xingou e o ameaçou, e se tudo já não tivesse ruim o bastante que não pudesse piorar, surgiu em seu campo de visão um garotinho de cabelos negros como os de Hinata e os olhos azuis como o seu que o olhou nos olhos e fez uma face de raiva, nojo, e virou-se para o presunçoso Toneri; nada preparou Naruto para o que veio a seguir:

—Papai, quem é aquele estranho?

— Não é ninguém querido, é só um pobre coitado...

Ele acordou daquele pesadelo completamente ofegante e suado, tinha calafrios.

—Filho. De. Uma. Puta! Babaca de merda, desgraçado ladrão de mulher! Argh, maldito Toneri! Eu vou matar você, seu grande pedaço de merda! – xingava em alto e em bom som. olhou para o relógio vendo se tratar das duas da manhã ainda.

Tremulo, ele caminhou até o banheiro da suíte e ligou a torneira da pia molhando o rosto. Esfregou e logo encarou-se no espelho. Ainda ofegava ligeiramente e pensava naquele maldito pesadelo. Aquilo bastava para sentir seu coração doer miseravelmente, um reflexo distorcido, um pavor, uma angustia sem fim acomete-lo e um tremor. Era horrível, era nojento, era...

Ele abriu o vaso e vomitou.

Tornou a lavar-se e respirar melhor. Não estava sabendo como lidar com aquilo, com aqueles sentimentos crescentes e novos demais em si. Tudo girava em sua cabeça: ia ter um filho, estava a algumas horas de se divorciar da mulher que amava, perdera toda moral e credibilidade que tinha, a sanidade e não fazia a menor ideia de como re-estabelecer aquilo. estava literalmente fodido.

"—ela tem saído com um cara"

As palavras de sai ainda latejavam intensas na sua mente e puta merda como doía aquilo. A sensação daquilo: de perde-la totalmente. A perspectiva de imagina-la com outro homem, sob o corpo de outro, sendo tocada por outro...

mais ia além disso.

Dela dando o seu amor a outro... seus sorrisos, seus momentos...

As perguntas inevitavelmente surgiram:

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora