A casualidade de um encontro

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Você sabe que eu disse é verdade

Eu posso sentir o amor

Você pode sentir isso também?

Eu posso sentir isso, ah ah

A casquinha de mirtilo e baunilha era provada mais uma vez por ela enquanto caminhavam pela orla em um silêncio momentâneo. Não passavam de duas pessoas comuns e desapercebidas naquele momento. Um casal qualquer que caminhava em meio a noite de veraneio pela costa. Haviam tido um jantar divertido, leve, diferente como há muito tempo não tinham. não houve conversas duras, ou acusações, embora ora ou outra a mente de Hinata a levasse as mesmas questões e os porquês que tanto a movia nos últimos dias: porque Naruto a traiu? o que havia de errado na relação deles? Dentre outras questões mal resolvidas que ficou entre o casal.

Como havia comentado antes, acabaram por comer em um antigo restaurante cuja especialidade eram seus mariscos e lagostas, e a Hyuuga por um bom tempo, adorou aquele lugar. Foi o primeiro restaurante que Naruto a levou ainda no tempo que namoravam. Ela ainda se lembrava do quão duro ele era, um garoto com nada além de um sonho. No entanto, esforçado o bastante. Mesmo que a garota, na época, pudesse estar em restaurantes de luxo, cozinhas especializadas, o seu lugar favorito se tornou aquele, apenas por estar com Naruto, que na ocasião, ainda não tinha ideia que ela era rica e nem noção do tamanho do legado que o sobrenome dela a trazia.

Sem dúvidas, eram muito mais felizes e havia muitas lembranças. Foram essas a serem compartilhadas ali, durante a refeição: os velhos tempos. Tempos antes de se conhecerem, e memórias de quando tudo começou. Coisas que haviam sido a muito esquecidas e não deveriam. Coisas que já foram outrora tão importantes e satisfatórias haviam sido colocadas de lado com a rotina e o tempo, e naquele ponto, Hinata tinha que dar crédito a frase de Toneri, era realmente o prazer da companhia que melhorava o sabor da comida.

Esboçou um sorriso pequeno negando, quando, sendo um tanto impulsiva, saiu da zona calçada e fora em direção areia branquinha.

— Segura? — empurrou o sorvete enquanto se escorou em apoio no ex marido. desatou o laço da sandália rasteira e as puxou entre os dedos juntamente a barra do vestido tomando o sorvete para si novamente.

— Tá brincando? — ele apoiou as mãos no quadril e arqueou a sobrancelha a olhando.

De forma um pouco travessa, o sorriso dela aumentou.

— O quê? Naruto Uzumaki não pode encher de areia seus caros sapatos italianos?

Ela se divertiu com os traços de uma careta que ele deixou estampada no rosto. Até mesmo com os lábios masculinos que se entreabriram duas ou três vezes buscando resposta para aquilo, mas ele apenas resmungou algo baixinho enquanto lançava as mãos para o céu se dando por vencido por aquela pequena mulher.

— Não são italianos, são nacionais, só pra constar! — enfatizou a olhando nos olhos quando finalmente saiu do calçamento e deixou-se afundar um pouco na fofa areia praiana.

Voltaram a caminhar, agora mais lentamente enquanto o foco da conversa havia mudado para o filho que teriam em comum.

— Você começou os preparativos para a chegada dele? — inquiriu Naruto à medida que enfiava as mãos nos bolsos e olhava em direção ao mar batendo na areia e recuando.

—Oh, eu... demorei um pouco pelos contratempos, mas... as coisas já estão no rumo. — disse, mesmo que Hinata soubesse que, no fundo, todo o atraso que ela teve, na verdade, era seu inconsciente ainda inconformado, ou toda a sua fuga da situação. ela usou o trabalho para se afogar, e parecia mesmo estar indo bem, bem até demais para um fracasso pessoal. Que péssima mãe ela seria! conversando com Shizuka, ela apenas entendia que o casulo que ela estava se trancando de dor, mágoa e raiva estava criando algo ruim e a distanciando cada vez mais de si mesma e sua essência e a aproximando cada instante mais do que a sua família era, seu pai, sua irmã... não... Hinata não queria ser como eles e ali soube e compreendeu precisar tanto de ajuda. — O quarto dele... eu escolhi aquele próximo ao que... que era nosso — murmurou a última parte olhando timidamente para o homem enquanto suas bochechas incendiavam.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora