Os olhos do coração

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Os olhos dos dois homens estavam fixos naquele serzinho pequeno com cuidados médicos intensos, e enquanto o sentimento de alívio estava ali, também havia receio e insegurança. Pai e filho conversavam sobre a vida, o cotidiano, os problemas e uma suposta reconciliação entre Naruto e Hinata, o que certamente não vinha ao caso, mas tinha tudo a ver com o futuro daquele bebê. A questão de o susto passar, era como ficaria o depois, afinal, Naruto havia se habituado a cuidar de mãe e filho, e claramente estava se apegando ao bebê muito, mas e quando a alta finalmente viesse, como ele ia lidar com essa separação de certo modo, arbitrária?

— Converse com ela... aos poucos, nada... sufocante. Deveria deixá-la saber que quer fazer parte disso. – Minato orientou o filho que suspirou.

— Eu sei... é só que... tenho medo o tempo todo. Estou me sentindo pisando em ovos. Hora ela está bem e na seguinte...

— Eu notei – opina. Respirando fundo, ele coloca a mão sobre o ombro de Naruto – só posso dizer que, continue tendo fé e... paciência. As coisas boas virão.

— Obrigado, pai.

— De nada. Seu primo Nagato disse que quer vir conhecer seu bebê, ele não parou de falar com a Shion.

Naruto sorriu.

— Pode deixá-lo vir. Acho que o maior perigo já passou. É como disse, agora é fé e paciência.

...

Hinata estava lá, sentada naquela poltrona encarando a janela do quarto andar enquanto olhava para nada e ouvia as pessoas em seu quarto. Ela tentava mesmo não os ignorar, mas o som das vozes de Gaara e Hanabi, apenas se distanciavam e voltavam ao foco sem controle. Ela então forçou um sorriso quando sentiu o aperto da mão de sua irmã contra a sua. Olhou-a nos olhos que deveriam ser tão parecidos com os seus, mas não eram, e era estranho que Hanabi tivesse o mesmo olhar vazio e sem emoção que Hinata que tinha, mas talvez a Hyuuga estivesse tão apática que nunca tivesse prestado atenção na vida a diferenças de seus olhares. Enquanto Hinata perdeu tudo para os seus ficarem assim, os de Hanabi eram naturalmente frios.

— Seu filho está indo muito bem, pelo que os médicos disseram – sorriu com uma falsa empatia pela irmã mais velha. — ele é um guerreiro, um verdadeiro Hyuuga, hm? Aposto que logo, logo ele estará fora daqui e quentinho e seguro no berço dele.

— Colo - Hinata balbuciou

— O quê?

— Ele ficaria seguro no meu... no meu colo. – Então a caçula sorriu e assentiu.

— Isso que eu quis dizer. Sabe que não sou tão boa com sentimentos quanto você.

— Tudo bem...

— Eu estou cuidando de tudo. Sua licença, com a imprensa. Cuidei até mesmo da nota da sua terapeuta, que Deus a tenha. Mandei uma... uma bela coroa de flores também. – Hinata desviou o olhar da irmã e lentamente se livrou da mão dela, o que a fez franzir o cenho e se afastar.

— Você é tão... – Hinata suspirou profundamente procurando as palavras certas para aquilo – eficiente.

Ela pigarreou ligeiramente sem jeito com a pouca importância vinda da irmã. Olhou para Gaara com aquele brilho enigmático no olhar e então pegou sua bolsa.

— Eu vou comprar algo para comer e... ver meu lindo sobrinho um pouco. Vou deixar vocês sozinhos.

Quando Hanabi saiu, e o som da porta se fechando foi tudo que restou, Gaara finalmente se levantou daquele sofá levando consigo a sacolinha de kraft que havia trago, e de lá de dentro, retirou uma daquelas embalagens de doces que pareciam tão caras e especiais a colocando frente a Hinata, na mesa de refeições ali perto.

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⏰ Última atualização: Apr 30, 2023 ⏰

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