Confrontá-lo?

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Ele ainda sorria ligeiramente bobo, embora com um pouco mais de pé no chão. A felicidade do Uzumaki estava nítida e cristalina, refletida em todo o seu ótimo humor naquela manhã na empresa. Talvez o que poucos ou ninguém soubesse era que tal felicidade era de certo modo frágil ainda. Seguindo as consultas com Mabui, ele abriu-se para a mulher falando sobre como se sentia em relação ao espaço novo surgido na relação com a ex esposa. Claro que a terapeuta notou isso como um avanço, e de certo modo, mérito a Naruto que vinha seguindo os aconselhamentos da melhor forma possível.

O homem ainda pensava nos dizeres da psicanalista que disse: "não deve pressioná-la, por mais que pense que avançaram, mantenha a relação na zona neutra e confortável, porque do contrário, podem entrar na zona de questionamentos antes de estarem prontos para isso. Você deve ser muito paciente, a fase gestacional que ela se encontra é a mais sensível, ela estará uma montanha-russa emocional"

Ele concordava com a terapeuta, claro que sim, estava observando o resultado por mais doloroso que fosse o processo, no entanto, era hipócrita dizer que sua angústia e vontade de atropelar tudo aquilo era imenso, porque todo o seu desejo refletia em se acertarem, o problema era que, quanto mais fundo Naruto cavava em si mesmo com aquelas sessões, mais inseguro ele se sentia em relação aos limites. Talvez começasse a pensar pela primeira vez mais claramente se ele realmente era tudo que bastava para fazer Hinata feliz. Ele era suficiente para isso? E do contrário, ela era tudo que ele precisava para ser feliz?

Sacudiu a cabeça espantando aquilo. Sabia que isso era parte do ego o prejudicando e mais ainda, tais dúvidas só estavam mais acentuadas por questões mal resolvidas que tinham, por exemplo, questões com a família Hyuuga. No entanto, o loiro sabia que cada uma delas seria resolvida ao seu tempo quando ele estivesse de fato pronto para enfrentar seus demônios, mas sentia-se seguro o bastante agora para dizer a si mesmo que Hiashi Hyuuga não tinha mais qualquer controle sobre si. Não era um dos seus capachos e jamais voltaria a ser.

Enquanto o Uzumaki distribuía sorrisos simpáticos e amigáveis, a ruiva do corpo de diretoria analisava com ódio aquilo tudo. Sabia claramente o motivo da animação de Naruto e isso ia completamente ao contrário do que ela precisava. As palavras ainda estavam lá, latejando em sua mente com aquela voz ameaçadora e impertinente que a fazia temer de fato algo na vida: "faça algo a respeito!"

O que fazer? Toda a confiança da mulher se esvaiu ao ser chutada da vida do Uzumaki, quem diria que o mundo daria tal volta? Era humilhante para ela estar naquela situação. Sua construção cênica era tão perfeita a ponto de nunca nenhum cara tê-la dito não. Ela sempre fora boa em manipular e chantagear. Barganhava com caras ricos e então... onde foi que a coisa se perdeu? Não... Sara sabia que atacar de frente agora era um tiro no pé, e aquele contrato? Oh, aquele maldito contrato, aquela maldita pessoa... não era momento de usar charme e sensualidade, era momento de usar a cabeça e a sagacidade que deus a presenteou. Como quando estava péssima em algumas matérias no colégio e usou de Naruto para alcançar seus objetivos. Como um gafanhoto, Sara vinha para o pasto mais verde, devorava tudo e partia sem deixar nada.

Aproveitando-se da estação de trabalho aberta, a ruiva deixou o olhar percorrer diretamente para a mesa de trabalho de Shion, que estava agora entrando no escritório com o chefe. Analisou algo que estava aberto e não era como se fosse um segredo de estado, embora não fosse pública.

— Eu tenho um gatinho, e ele se chama... bingo! – murmurou com um sorriso ladino ao anotar para si a informação valiosa que achara na agenda quinzenal de Naruto.

Afastando-se, ela digitou um número no celular e assim que entrou no elevador do andar, ela começou aquela ligação não demorando para ser atendida.

— Yuka, querida, o que acha de eu arranjar uma campanha com um contrato... interessante para você?

Do outro lado da chamada, uma mulher de cabelos negros ligeiramente ondulados e olhos verdes sentiu o arrepiou de a perversidade cortar sua nuca, principalmente diante de toda sua situação e passado com Sara.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora