A desconfiança machuca

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"O indivíduo infiel é tão perigoso quanto o mentiroso.

Ambos são fracos, ingratos e constroem castelos sem fundações."

Ela encarou o espelho de sua penteadeira naquela manhã, enquanto tinha uma caixa de veludo, das que se guardava joias, a sua frente. Hinata Uzumaki, não era uma mulher do tipo extremante vaidosa cuja vida e sentido giravam entorno apenas das 'nuances' da beleza, do caro e do possuir, muito embora ela tivesse e pudesse ostentar um closet de roupas caras, sapatos, bolsas e acessórios. No entanto, era inegável seu bom gosto e sua delicadeza, bem como uma feminilidade e presença marcante onde quer que estivesse, e ela sempre estava em vários lugares porque sua vida exigia isso. Sua imagem era sempre bem cuidada e zelada porquê do lado de fora, ela não representava apenas a si mesma.

Por um instante apenas, encarando-se, ela suspirou pesadamente parando assim o gesto de colocar os brincos. Muita coisa atormentava naquele momento os seus pensamentos, a mente inquieta apenas pensava, e pensava, e justamente por isso ela levantou a mão esquerda que carregava a sua aliança de casamento, e juntinho dela o anel de noivado que ela sempre carregava com todo orgulho, porque estes representavam algo importante e especial para si. Levou a mão ao peito apertando a camisa àquela altura do coração da qual acabou por amassar sem intensão. Talvez sua angústia era bastante notória. Antes de poder levantar dali e trocar a camisa agora amassada e desleixada, seus olhos opalinos encontraram-se com o par de olhos azuis do marido através do reflexo do seu espelho. Ele havia banhado e se vestido, e ela mal percebera o barulho. Travada em seu assento, o observou sorrir vindo em sua direção. Carinhosamente o homem curvou-se beijando o topo da sua cabeça, tal ato a forçou a sorrir.

Sim, forçou...

— Me ajuda? Sabe como sou péssimo com essas coisas! – pediu ele, ficando completamente ereto e mostrando a sua esposa às duas opções de gravatas que escolhera. Obviamente, ele confiava no bom gosto de Hinata, bem como o bom trato que ela sempre tinha de deixar a gravata tão perfeita. Pondo em pontos mais óbvios, ele era tão mal-acostumado com todo cuidado dela sobre tudo, principalmente sobre ele.

Ela levantou-se. Não era nem próxima à altura do marido, um loiro de um metro e oitenta. No auge dos seus um metro e sessenta, Hinata contava com o salto quinze para equilibrar as coisas. Os olhos claríssimos encararam às duas gravatas por alguns instantes e não demorou por decidir por uma de seda azul com listras e texturas em um degrade interessante. Tomando-a da mão do marido, levantou o colarinho e segurou a peça a envolvendo no pescoço masculino. Com seu jeitinho ela começou a fazer o nó percebendo que os olhos dele não saiam de si um instante sequer, sentiu um pouco o rosto corar e era impressionante como mesmo depois de quase dez anos juntos ele ainda tinha aquele efeito nela, e mais impressionante ainda, era como, enquanto a intensidade do olhar dele a fazia se sentir tão amada e desejada, em simultâneo, as ações dele os empurrava em direção a um penhasco. Ela estava tão confusa.

—'Tá pensando no que, Hina? – perguntou quebrando o silêncio enquanto se deliciava alguns instantes com o aroma do perfume dela.

— Em nada! – ela virou o nó e o encarou sorrindo sutilmente – bom, nada importante. – As mãos delicadas deslizaram sobre o largo ombro quando ela ajeitou tudo.

Ele colocou a ponta do indicador na testa de Hinata e falou:

— Se ficar fazendo isso tão tensa, vai surgir uma ruga bem aqui – sorriu genuinamente, e ela assumia, ele tinha um sorriso muito bonito em suas expressões, do tipo que deslumbrava qualquer garota, principalmente ela que talvez tenha se apaixonado pelo sorriso dele antes mesmo dele em si. Seu marido era um homem bastante bonito e charmoso, sempre fora desde do dia que ela colocou os olhos pela primeira vez nele.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora